terça-feira, 13 de dezembro de 2022

PEGANDO UM BRONZE - PARTE II

 
Bom, continuando com a história,  conseguimos encontrar o hotel. Depois de uma caminhada de um quilômetro, talvez menos, chegamos ao prédio onde a família estava hospedada. Não sei se meu irmão e nosso amigo conseguiram manter contatos imediatos de terceiro grau com as namoradas. Só sei que resolvemos dormir por ali. Onde? Na praia, lógico!
 
Descendo do platô onde fica o prédio para a beira mar, há uma prainha muito, muito pequena, com uma inclinação mais acentuada, condição que entendemos ser favorável para não ser atingidos pela água se a maré subisse mais. Feita a escolha, decidida a questão, eu e meu irmão desenrolamos os sacos de dormir, enfiamo-nos neles e foda-se o resto. Para ser sincero, a verdade não foi bem essa. Nosso amigo trazia apenas a mochila de roupas, que acabou servindo de travesseiro. Fizemos o mesmo com nossas tralhas e tentamos dormir.
 
Pensem bem: três matutos mineiros tentando dormir em uma praia desconhecida, com medo do mar subir e de animais que porventura resolvessem aparecer por ali (cobras, caranguejos). Dormimos, dormimos mal, dormimos um sono inquieto, desconfortável. Quando o dia clareou eu já estava decidido a voltar para casa, pois programa de índio assim era demais para minha cabeça.
 
E fomos encontrar as meninas, que estavam tomando café com os pais. A mudança de ânimo aconteceu ali. O café do lugar era farto e conseguimos ser convidados pela família para nos juntar a eles. Comi o que podia comer, repeti o que podia repetir e a Vida ganhou luz, calor. Trocamos de roupa no apartamento da família e fomos para a praia. Já nem me lembrava mais de uma hora antes ter abominado aquela viagem e o desconforto sentido até então.
 
À noite, continuávamos com o problema de onde dormir.  No prédio não podia e na praia, nem fodendo. A solução deve ter sido dada pelo sogrão. Nós poderíamos dormir dentro de sua Vemaguete! Abria-se a tampa do porta-malas, rebatia-se o encosto do banco traseiro et voilá! Duas pessoas “otimamente” acomodadas dentro de seus sacos de dormir (mesmo que os pés ficassem para fora do carro). Mas éramos três! A solução possível foi o namorado da filha mais velha ajeitar-se, contorcer-se no banco da frente. E o pior é que ele era alto como nós (mais de 1,80m).
 
Essa situação durou apenas uns dois dias. Meu irmão resolveu alugar uma bicicleta, derrapou na areia, caiu, cortou o braço, deu alguns pontos e recebeu a recomendação de tomar antibiótico de oito em oito horas. Como tomar esse medicamento com hora marcada dormindo dentro de um carro no estacionamento?
 
É nessas horas que você vê que a Providência Divina existe e que Deus protege os insensatos. A solução foi colocar meu irmão acidentado dentro do apartamento, com a sogrinha trocando o curativo e controlando os horários do remédio. E a traseira do carro ficou extremamente confortável para duas pessoas, mesmo que só eu tivesse o saco de dormir. A partir daí foi só alegria e praia todo dia. Não me lembro mais como nem onde almoçávamos, um problema menor para mim, que era magro como um espeto.
 
E se alguém perguntar se tentei pegar a irmã mais nova, direi que não, por dois motivos: era ainda muito nova, talvez com uns quinze anos e aparentava não sentir atração por rapazes, ainda mais quando feios, magros e carecas, pois me esqueci de dizer que estava com a cabeça raspada por ter sido aprovado no vestibular de engenharia. Pegaria a irmã, mais feinha, mas com um tchans muito atraente. Só que era a namorada de meu irmão, pô!
 
Bom, perdoem-me novamente, mas acho que vou deixar o resto para amanhã. See ya!

4 comentários:

  1. ainda há a terceira parte. Espero que não se decepcione. Sairá à zero hora do dia 14. Depois disso, reunirei as três partes em uma só. (picaretagem? Sim, claro!)

    ResponderExcluir
  2. A pimentinha dedo de moça ficou para o final.

    ResponderExcluir
  3. Mudando radicalmente de assunto: Você conhece Robert Crumb, um desenhista porra louca americano? Ganhei de um dos filhos um livro sensacional desse cara. Durante QUATRO anos ele ilustrou ou desenhou o livro do Gênesis. Segundo ele, foi 100% fiel o texto (inclusive com duas filhas transando com o pai para que a linhagem do pai não se perdesse (muito louco!). Pois bem, imaginei você escolhendo um livro que curta e fazendo a ilustração da história, sempressa, sem cobrança. Depois de pronta oferecer a alguma editora. Claro, é o tipo do prgrama de índio que estou te sugerindo, pois você é bom demais.

    ResponderExcluir

FALA, "GAROTO"!

  Minha mulher diz que eu falo demais, que tenho uma língua nervosa que não consegue ficar quieta na boca. Um dos meus filhos disse uma vez ...