segunda-feira, 30 de abril de 2018

ÁRVORE DO DESCONHECIMENTO

Algumas ideias colam na minha cabeça, custam a sair ou nunca saem. É caso das escolhas que fazemos a cada minuto, a cada segundo, a cada momento. Respeitar ou não o semáforo de uma rua deserta em plena madrugada, comer como um glutão até ficar com obesidade mórbida ou diabético, fazer ginástica ou não, parar definitivamente de beber ou encher a cara todo dia, etc. Escolhas sem nenhuma importância ou definidoras de toda uma vida.

Essas decisões tomadas a cada instante de forma friamente planejada ou despreocupadamente irrefletida tornam a vida uma loteria ou, até mesmo, uma roleta russa. Afinal, como saber, como acreditar que um atalho por estrada de terra é melhor ou mais seguro que a estrada pavimentada?

A escolha pela estrada pavimentada provocou a morte de meu cunhado. A recusa preguiçosa e displicente em conseguir novo formulário de inscrição para o vestibular fez com que eu cursasse engenharia em vez de economia.

Como intuir que o bater de asas de uma borboleta brasileira pode provocar uma sucessão de acontecimentos que resultará em uma avalanche de neve na Suíça? A teoria do caos diz que isso é possível - mesmo que inimaginável.

O livro do Gênesis descreve a escolha seminal feita por Adão e Eva no Jardim do Éden, quando resolvem comer o fruto da árvore “que está no meio do jardim”. Essa era a “árvore do conhecimento” ou “do bem e do mal”. Deus fica puto com a desobediência do primeiro casal e, antes de dar-lhes um pé na bunda, manda ver:

- “Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal. Agora, pois, cuidemos que ele não estenda a sua mão e tome também do fruto da árvore da vida, e o coma, e viva eternamente.”

Como se vê, o Deus do Antigo Testamento era bravo, temperamental e – por que não dizer? – egoísta. Afinal, qual pai gostaria de ver seus filhos fazendo escolhas às cegas, dando topadas e fazendo burradas se possuísse uma “árvore do conhecimento” bem à mão?

Se eu acreditasse nessa história de Adão e Eva, diria que o fruto dessa árvore tinha um “defeito colateral”, pois só permitiu que o homem conhecesse o Bem e o Mal, mas não o habilitou (ou obrigou) a sempre fazer as escolhas corretas. E é aí que entra a estatística, o cálculo probabilístico: qual a chance de só fazer escolhas certas? Só vou dizer que é mais ou menos como acertar no milhar.

Para sintetizar a perplexidade e desalento que sinto ao pensar nas burradas que dei e nas escolhas que fiz ao longo da vida (e que não deveria ter feito), comecei a rabiscar as possibilidades que se apresentavam. Partindo de um único ponto, surgiam duas escolhas. A opção por qualquer uma delas abria duas novas opções, e assim por diante. O resultado gráfico assemelha-se a uma árvore, a que dei o nome de “árvore do desconhecimento” ou "das escolhas". Afinal, sou apenas um simples mortal.

Árvore das escolhas


sexta-feira, 27 de abril de 2018

I KNOW, IT'S ONLY...


Tenho um amigo que comemora seu aniversário em 11 de março, embora tenha nascido mesmo um dia depois. A explicação para essa esquisitice é o fato de seu pai - ele sim, realmente nascido no dia onze - ter registrado o filho dessa forma. A mesma vaidade tola aconteceu com o Blogson.

Eu nasci há dez mil anos atrás... ops, isso é Raul Seixas! Rebobinando (ainda se rebobina alguma coisa?), eu nasci em 7 de junho (de 1950!). Provavelmente, graças às conversas com meus filhos no dia do meu aniversário, um deles finalmente resolveu criar o blog para mim, o que aconteceu no dia seguinte. Obviamente, o primeiro post saiu com a data de sua criação (oito de junho). Mas estava tão encantado que já mandei logo o segundo. Tempos depois, resolvi (TOC!) corrigir esse "erro", alterando a data do primeiro para o glorioso dia 7 de junho de 2014, só para coincidir as datas de nascimento. Coisa de retardado mental, como se vê.

Já disse isso antes, mas vou repetir: à exceção do "Currículo do Blogueiro", os posts iniciais tiveram origem em e-mails que mandava para meus filhos e uns dois amigos (o "grupo dos infelizes"). Essa origem trai o desejo implícito de me comunicar, de falar besteiras, de conversar fiado, contar piadas infames e dizer coisas idiotas, como se estivesse conversando "ao vivo e a cores" com alguém. Por isso mesmo, a linguagem é coloquial (ótima para esconder o desconhecimento da linguagem culta). Os assuntos abordados refletem "poucos interesses e muita obsessão" e foram estruturados ou indexados segundo uma "lista de supermercado" – “memória", "sem noção", "eu não sei desenhar", "papo cabeça", etc.

Mas o blog já trazia desde seu nascimento a maldição da "solidão ampliada". Afinal, se o desejo original sempre foi a vontade de me comunicar, de "ouvir" comentários, receber aplausos (é, eu sou idiota mesmo), o que aconteceu (e acontece até hoje) foi o mesmo que já rolava na caixa postal, pois quase ninguém via. E, se lia, fingia-se de morto. No início, graças à curiosidade natural das pessoas, alguns parentes e amigos acessaram o Blogson e até comentaram alguma coisa. Aos poucos, a visitação foi minguando, minguando até sumir das estatísticas.

Depois de ser descoberto pelo titular do blockbuster "A Marreta do Azarão", a coisa mudou, o público cresceu, pois alguns de seus leitores passaram também a acessar o Blogson. Mas acabou acontecendo o mesmo que já havia ocorrido com os parentes: silêncio cada dia maior, até o estágio atual, quase absoluto (e não é por eu estar realmente ficando surdo) – apesar dos acessos diários (uns dez, no máximo).

Lamentei, choraminguei, fiz birrinha, interrompi as postagens e quase acabei com o blog. Tentei entender e traduzir o comportamento dos leitores, qual o motivo desse abandono progressivo. Hoje, imagino que esteja relacionado à irrelevância dos assuntos, à (má) qualidade dos posts e à falta de originalidade  traduzida em textos do tipo "mais do mesmo" – como este agora. O que posso fazer? "Nada" é a resposta mais óbvia.

Como aumentar a relevância dos posts sendo um sujeito verdadeiramente morno e medíocre (real)? Como aumentar a qualidade se o melhor que consigo fazer não passa de sub-literatura, sub-desenho, sub-humor e reflexões acacianas? Finalmente, como deixar de me repetir se tenho "poucos interesses e muita obsessão"?

Muito bem. Agora, a explicação para este post: depois de ler o poema "Tempore Mortis" no blog do "Marreta" e dar nele um esporro a título de comentário (justamente para parar com essa frescura de fim de blog, falta de assunto e coisa e tal), resolvi ampliar o tema (que eu não sou bobo nada) e transformá-lo em novo post, mas ao estilo Blogson: cheio de circunvoluções, cutucadas na memória e mensagens que poderiam ser sintetizadas em apenas uma frase.

E a mensagem deste post é esta: "I know, it's only rock and roll, but I like it", que o Google Translate traduziu assim: mesmo que o Blogson seja irrelevante, sem criatividade, sem leitores, sem assunto, eu gosto dele, divirto-me com ele, quase como se ainda fosse um adolescente trancado dentro do banheiro.

Hoje, pouco me importa se as pessoas comentarão ou não o "brilho intelectual", a "cultura enciclopédica", as "piadas hilariantes" e os "desenhos geniais” da grife Jotabê (se elogiarem, um dos dois estará delirando). O que realmente importa e mantém "positivo e operante" o velho blog da solidão ampliada é o prazer que ele me proporciona, é saber que ainda rio sozinho com as bobagens que imagino, com "desenhos" criados com ferramentas do Word. E se sempre estou falando de meu próprio umbigo, paciência, pois eu quero ser lembrado. Mesmo que seja por ninguém. 


terça-feira, 24 de abril de 2018

REFLEXÕES IRREFLETIDAS - 04


REFLEXÕES IRREFLETIDAS - 03 (COMPLEMENTO)

Em resposta à piada que fiz sobre o Lula ser uma ideia fixa, um “amigo de facebook” divulgou quatro fotos do triplex do Lula feitas durante a invasão do apartamento pelos idiotas do MST – Movimento dos Sem Triplex (piada do José Simão). Creio que as fotos teriam sido feitas ou postadas pelo provável candidato do PSOL à presidência. Esse amigo (também na vida real) enlouquece no Facebook, pois é um esquerdista fundamentalista. Mesmo tentando evitar entrar nesse tipo de debate, não resisti e soltei um textão (para os padrões atuais) como resposta ao amigo mala sem alça.

Sabe, Chico eu não estou nessa. Se o triplex é de luxo ou um “minha casa minha vida”, eu poderia lembrar o incrédulo São Tomé, que disse que só acreditaria se visse as chagas de Jesus, se tocasse nelas ou coisa parecida, pois o cinema desenvolveu-se e encantou as pessoas graças às trucagens e edições que as filmagens recebiam.

As fotos são verdadeiras? Não sei. São falsas? Idem. A cozinha pode ter só um fogãozinho de merda ou uma puta instalação de luxo. Como não poderei vê-la (nem estou interessado nisso), prefiro não entrar nessa. Mas, só para lembrar, a condenação do Lula aconteceu por ocultação de patrimônio adquirido através de corrupção. Não importa se foi um barraco de tábua de caixote na favela ou um imóvel de luxo em Dubai ou Paris.

Eu tenho muita pena (sincera!) do Lula por estar nessa, tenho muita pena do Brasil estar preso nessa discussão que nunca termina, tenho mais pena ainda dos idiotas acampados em Curitiba, justamente por serem os primeiros e mais fieis seguidores dessa nova religião que foi criada. Porque mesmo que não possua uma Santíssima Trindade, tem um Santíssimo Triplex, sacou? Fui.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

PATETICES

Tudo começou quando vi a imagem patética da sempre patética Gleisi Hoffmann contar uma mentira patética em um vídeo patético feito para ser exibido nos países árabes pela TV Al Jazeera. Não sei quem teve essa ideia de dromedário, mas imagino que seja alguém com uma forma de pensar tão patética quanto a da PaTética Gleisinha.

Eu sei que esta introdução está uma merda, mas não consegui deixar de repetir várias vezes a palavra "patética", pois a patetice da “Gleisi Lula Hoffmann" atingiu um nível nunca imaginado por ninguém, nem mesmo pelos PaTetas do PT. Vídeo para árabe ver? Defendendo o Lula? Taquiupariu, é muita maluquice!

Mas o que me incomodou mesmo foi a visível e maliciosa tentativa de criar uma empatia instantânea com a comunidade árabe, uma espécie de mensagem subliminar contida na roupa da senadora, como se ela quisesse dizer "Eu me identifico com vocês" ou “Podem confiar em mim”.  Imagino que todo mundo que assistiu o vídeo percebeu que a padronagem do tecido utilizado para fazer a blusa (ou vestido) usada por ela durante a gravação é semelhante à do lenço xadrez preto e branco ("kufiya" ou "gutra") que o Yasser Arafat sempre usava na cabeça e que vejo palestinos usando também como cachecol. Manipulação pura! E das mais ridículas. Se ela desejava criar um vínculo visual com o público da emissora árabe, talvez fosse melhor usar um chale ou burca (que nos pouparia de ver seu rosto plastificado e cheio de botox e sua inacreditável má fé).

Nesse vídeo a "muçulmana" Gleisi diz que o Lula é um preso político! Se fosse divulgado no Facebook, o pessoal reagiria assim: "kkkkkkkkkkkkk"! Mas, antes de continuar, preciso dizer que estou pensando em processar o FHC por ter plagiado minha piada antes que eu pudesse divulgá-la no blog. E o plágio do FHC é este: "O Lula não é um preso político, é um político preso". FHC filho da puta, roubou minha piada! Mas, como gosto dele, acho que vou esquecer essa história de processo.

E mencionei o Facebook só para encerrar este post. Incomodado com a malícia da senadora, fiquei matutando sobre os muitos motivos que levam as pessoas a não exibir, alterar ou até mesmo falsificar a imagem de seu perfil nessa ou em outra rede ou situação. Alguns escolhem fotos de animaizinhos, outros optam por fotos de crianças, flores ou parentes. Há até aqueles que não divulgam nenhuma foto. Nesse caso, o Facebook exibe no retrato do perfil uma silhueta branca sobre fundo cinza.

Para testar a reação de meus amigos, resolvi criar uma imagem falsa de mim mesmo. Em lugar de usar fotos antigas ou de outras pessoas, usei a silhueta anônima masculina (existe também a feminina) e fiz uns rabiscos idiotas sobre ela. Completei a maluquice com este texto: "Estava procurando um retrato bunitim para usar no meu perfil e achei este, a que apropriadamente dou o nome de Zé Ninguém. Até acho que parece um pouco (a loucura é a mesma)".





As reações foram meio decepcionantes, pois apenas oito pessoas (dos meus 129 "amigos de Facebook") reagiram. Imagino que o resto se fingiu de morto ou não viu. Minha mulher odiou ("HORRÍVEL!!!!!!!!!"), dois amigos usaram o ícone da risada e cinco só curtiram, mas abstendo-se de fazer comentários (o que me fez lembrar do Blogson). Acredito que devem ter pensado que eu estava mesmo pirando ou coisa parecida.

Como era apenas (mais) uma brincadeira, me diverti bastante criando o “retrato”. Mesmo não tendo nenhuma reação da maioria dos "amigos". Pelo menos, nunca pretendi passar uma imagem enganosa de mim mesmo, ao contrário do que tentou a “Gleisi Lula Hofmann”. Use burca, PaTética!

quarta-feira, 18 de abril de 2018

DESCASCANDO A DESPEDIDA


A maioria das coisas que publico não é fruto de reflexão ou elucubração demorada. Surge de repente e necessita ser rapidamente registrada, pois poderá ser esquecida tão rapidamente como surgiu. Com o texto do post "Despedida" aconteceu a mesma coisa. Mas dá para rastrear ou intuir sua provável origem.

No início de abril morreu um senhor de quem eu gostava muito. Tinha noventa e cinco anos e estava totalmente lúcido. Para marcar essa data, publiquei sua foto no meu perfil de Facebook, acompanhada do seguinte texto:

Morreu Sr. Francisco, tio da minha mulher. Vicentino dedicado, bravo, enfático ao falar, bom de prosa, amante da vida ("Zé, a vida é boa demais!"), uma força da natureza. Eu gostava muito dele e ele de mim. Minha homenagem a esse homem tão especial e querido.

Pelos laços afetivos existentes, esse tipo de perda, sempre mexe muito com amigos e familiares, por mais inevitável e previsível que isso que seja. No meu caso, essa tristeza recebe o reforço de uma “melancholia” e depressão leve que tenho sentido já faz algum tempo.

Também gosto muito de uma senhora (tão lúcida quanto o Sr. Francisco) que está prestes a fazer noventa e seis anos. Infelizmente, receio que precisaremos nos despedir em algum momento de 2018, pois ela está muito fraquinha e debilitada.

Esses sentimentos “lunares”, sombrios, às vezes provocam em mim o desejo de estar morto, método seguro para acabar com a tristeza, a desesperança e o saco cheio de tudo. Essa “coisa” fica por aí, sendo remoída devagar, atacando a alegria, o fígado e o sono. Talvez possa dizer (à moda do anos sessenta) que estou em uma “bad trip”, mas sem drogas. Pensando melhor, pode ser que essa viagem esteja sendo provocada por uma droga extremamente potente, a droga da certidão de nascimento.

Para completar, tenho me perguntado muitas vezes se o que escrevi no Blogson a meu respeito (quase tudo, para ser franco) forma um mosaico real de mim mesmo ou se é apenas fruto de um exibicionismo doentio que falseia, que cria “fake news”, só para causar estranheza e provocar a solidariedade de quem lê as tranqueiras do blog. E ainda não sei a resposta.

Somados todos esses sentimentos e mesmo não possuindo tendências suicidas, talvez tenha pensado que preciso começar a me despedir das pessoas, das coisas que gosto, da vida, de mim mesmo. E a provável resultante pode ter sido o “textículo” do post anterior.

DESPEDIDA

ontem, 
decidi me despedir
de mim mesmo
mas não consegui

dentre os vários rostos
que vi desfilar na minha frente
não identifiquei o retrato
que tenho guardado de mim


domingo, 15 de abril de 2018

CURTA MENSAGEM


Sempre vi com desconfiança os "filmes de arte", justamente por não entender porra nenhuma. Imagens distorcidas, longos silêncios, closes de olhos ou até mesmo do dedão do pé, sei lá. Mas decidi mudar isso, pois achei uma página na internet sobre cinema, onde se fala de enquadramento, ângulos, posições de câmera, etc. Por isso, com uma câmera na cabeça e uma ideia de jerico na mão, resolvi escrever o roteiro de um curta metragem inspirado no neo-realismo italiano (não faço a menor ideia do que isso significa, pois só gostei da expressão). Enquadra aí.


A imagem começa desfocada e vai ficando mais nítida, quando se tornam visíveis os poros e a penugem de uma pele ligeiramente oleosa. A câmera está focada na testa de alguém (plano detalhe). Ouve-se o som de uma respiração profunda. Um suspiro marca uma abertura maior da imagem. Vê-se agora o rosto de um homem olhando fixamente para a lente com uma expressão de muita tristeza e desalento (big close frontal). E começa um monólogo em voz baixa e suave, quase sussurrante:

- Se eu imaginasse que nunca mais ouviria sua voz...
- Se pensasse que nunca mais te olharia nos olhos...
- Se eu soubesse que nunca mais te veria...
- Ah, se eu soubesse...

Um profundo suspiro marca o recuo da câmera, que mostra agora o homem a partir dos joelhos (plano americano frontal), focalizado de cima para baixo (câmera alta). O rosto agora mostra uma expressão de ódio, o olhar fixado na lente. O monólogo continua, com a voz se elevando um pouco a cada frase:

- Se eu soubesse disso, eu diria o quanto te odiava, seu escroto!
- Eu diria sentir um profundo desprezo por você e seu ar de superioridade, seu baixinho de merda!
- Eu exibiria todo o meu ódio e desprezo por seu risinho cínico e ameaçador, por sua insensibilidade.
- Porque você, seu bosta, foi o principal responsável pelos pesadelos recorrentes que tenho até hoje e que me fazem acordar de madrugada, com a boca seca e uma tristeza imensa.
-Eu odiei trabalhar com você, odiei cada dia que tive de cumprir suas ordens idiotas, mas eu tinha família para sustentar, filhos ainda na escola e medo de perder o emprego! 
- Se eu pudesse – ah, se eu pudesse! – eu te mandaria à puta que pariu, mandaria você enfiar aquele emprego idiota no olho do seu cu, seu viado!

(a câmera vai se afastando lentamente, ficando cada vez mais alta)

- Por que você morreu antes de ouvir isso, seu grande merda?

- FILHO DA PUTAAAA!!!!!

A câmera continua se afastando cada vez mais, até o homem sumir. Na tela aparece a palavra "FIM". Ao final dos créditos, surge a frase:

"Este filme é dedicado aos três chefes que mais odiei na vida. E ainda odeio".



sexta-feira, 13 de abril de 2018

FRAGMENTADO


Fragmentado
No espelho quebrado da mente
Cada vez mais
Despedaçado
Desconhecido mosaico

Pedaços partidos, descontínuos
Quebrados, estilhaçados, fraturados
Vários ângulos de reflexão da luz
Cada fragmento um pedaço de mim
Qual deles o verdadeiro?

Imagens desarmônicas
Incompletas, falsas
Retrato cubista
Incompreensível
Inacabado.


quarta-feira, 11 de abril de 2018

A VIOLEIRA - TOM JOBIM / CHICO BUARQUE


Em BH existe uma rádio FM que só toca música brasileira. Chama-se “Rádio Inconfidência” ou “Brasileiríssima”. Como gosto muito de música estrangeira, fico alternando as estações enquanto dirijo. Outro dia ouvi na “Brasileiríssima” uma música com letra divertidíssima, cantada por uma voz feminina que não consegui identificar. Tentei memorizar algum trecho para procurar depois no Google. Tomei o maior susto ao descobrir que era uma composição da dupla Tom Jobim & Chico Buarque.

A música não tem nada de especial, mas a letra... Preciso nunca esquecer que o Chico é foda! Posso detestar, contestar, rejeitar ou desprezar suas convicções políticas, mas como letrista ele é imbatível. E resolvi partilhar com os escassos visitantes do Blogson o prazer de ler essa letra e ouvir a música.

Descobri no Youtube várias interpretações, mas queria uma sonoridade nordestina, uma coisa meio forró. Nessa linha, a melhor interpretação é da Elba Ramalho. Mas não é ao vivo. Por isso, escolhi mais um vídeo de uma cantora desconhecida (para mim), que é legal, apesar da roupa horrenda. Lê aí.

Desde menina
Caprichosa e nordestina
Que eu sabia, a minha sina
Era no Rio vir morar
Em Araripe
Topei com o chofer dum jipe
Que descia pra Sergipe
Pro Serviço Militar

Esse maluco
Me largou em Pernambuco
Quando um cara de trabuco
Me pediu pra namorar
Mais adiante
Num estado interessante
Um caixeiro viajante
Me levou pra Macapá

Uma cigana revelou que a minha sorte
Era ficar naquele Norte
E eu não queria acreditar
Juntei os trapos com um velho marinheiro
Viajei no seu cargueiro
Que encalhou no Ceará

Voltei pro Crato
E fui fazer artesanato
De barro bom e barato
Pra mode economizar
Eu era um broto
E também fiz muito garoto
Um mais bem feito que o outro
Eles só faltam falar

Juntei a prole e me atirei no São Francisco
Enfrentei raio, corisco
Correnteza e coisa-má
Inda arrumei com um artista em Pirapora
Mais um filho e vim-me embora
Cá no Rio vim parar

Ver Ipanema
Foi que nem beber jurema
Que cenário de cinema
Que poema à beira-mar
E não tem tira
Nem doutor, nem ziguizira
Quero ver quem é que tira
Nós aqui desse lugar

Será verdade
Que eu cheguei nessa cidade
Pra primeira autoridade
Resolver me escorraçar?
Com a tralha inteira
Remontar a Mantiqueira
Até chegar na corredeira
O São Francisco me levar

Me distrair
Nos braços de um barqueiro sonso
Despencar na Paulo Afonso
No oceano me afogar
Perder os filhos
Em Fernando de Noronha
E voltar morta de vergonha
Pro sertão de Quixadá

Tem cabimento
Depois de tanto tormento
Me casar com algum sargento
E todo sonho desmanchar?
Não tem carranca
Nem trator, nem alavanca
Quero ver quem é que arranca
Nós aqui desse lugar



terça-feira, 10 de abril de 2018

CARTELA DO TEMPO


Acordo com a boca seca, os lábios colados. A bexiga cobra atenção. O dia começa a clarear. Imagino que já são cinco da manhã. Tento olhar as horas, mas o brilho da televisão que nunca desliga impede que eu veja o relógio ao lado.

Passo a língua pelos lábios para umedecê-los um pouco. A vontade de mijar continua. Resisto, quero dormir. Viro para o lado, recuso-me a ver o que está passando na TV, mas não adianta, não consigo mais pegar no sono.

Sento-me na cama por alguns instantes (recomendação médica) e me levanto tentando não fazer nenhum barulho. Saio silenciosamente do quarto, deslizando com os pés descalços. Vou ao banheiro social e fecho a porta para dar descarga. Alívio. Lavo as mãos e dirijo-me ao quarto onde está o computador. Abro o blog e vejo que não há comentários pendentes. Não me espanto, pois quase nunca há mesmo. As visualizações do dia raramente passam de dez, graças provavelmente aos títulos capciosos que escolho, capturados pelos algoritmos de pesquisa do Google. Acesso o Facebook e vejo novas faces dos mesmos rancores. Nada de novo. Levanto-me e vou à cozinha.

Em cima da geladeira estão as cartelas dos remédios que tomo diariamente. Acho prático deixá-las ali, invisíveis aos olhos, acessíveis apenas ao tato. No começo havia apenas um, para tratamento e controle de hipertiroidismo. Após uma dose de iodo radioativo, o que era hiper transformou-se em hipotiroidismo. Fiquei hipotiroideu, palavra que lembra personagem da mitologia grega. Um comprimido de levotiroxina sódica de 125 mg tomado de 30 a 60 minutos antes do café. Com o tempo, mais um foi receitado: um comprimido de losartana para combater a hipertensão, tomado pela manhã. Num aparente contrassenso, hipertenso por um lado e hipotiroideu por outro.  Hiper hipo. Recentemente, fui brindado com a indicação de mais um medicamento (atenolol), destinado a combater uma arritmia que cismou de aparecer.

À noite, não havendo esquecimento (que às vezes acontece), com exceção do remédio para hipotireoidismo, repete-se o ritual de retirada dos comprimidos dos blisters. Essa rotina diária deveria acontecer sem que eu notasse, sem chamar minha atenção, engolindo mecanicamente três comprimidos pela manhã e dois à noite. Entretanto, quando uma das três cartelas acaba - e elas acabam em dias diferentes (normalmente à noite) - uma sensação estranha, uma melancolia discreta se instala na mente pois me dou conta de que o tempo vai passando devagarinho, medido pelas cartelas que vão sendo substituídas. E que, na prática, minha vida também vai se acabando, como se formada por pílulas retiradas diariamente da cartela do tempo.


segunda-feira, 9 de abril de 2018

UM AUTISTA NO FACEBOOK


IMPORTANTE:
Este post foi originalmente publicado no dia 02 de abril. Por uma infeliz coincidência, fazia referência a um comportamento meio autista que acredito ter, em plena Semana de Conscientização do Autismo(!) - fato que ignorava. Fiquei super constrangido com a coincidência, pois poderia dar a impressão de querer me aproveitar desse evento. Por isso, removi o post, que volta hoje ligeiramente repaginado.

Já disse umas mil vezes que o Blogson funciona ou funcionou como uma terapia onde fui me descobrindo ou talvez criando uma realidade alternativa que imagino ter existido para mim. Em outras palavras, posso ter descrito uma falsa realidade. Descobri também que tenho sérios atritos com a língua portuguesa (pelo menos em sua versão mais culta), tenho vícios de linguagem, de estilo e uso obsessivo e desnecessário de palavras e expressões que fariam o Graciliano Ramos (um amante da concisão) espumar de ódio, tais como "assim", "então", "muito bem" e todo tipo de recurso cuja função é apenas disfarçar a pouca habilidade com as palavras.

Antes de continuar,  preciso deixar claro que tenho o máximo respeito pelas pessoas que sofrem de algum distúrbio mental, justamente por acreditar ser uma dessas. Porque a parte paradoxalmente mais divertida para mim foi descobrir que eu era (sou) um pouco mais que apenas neurótico. A mais nova cisma foi a de que talvez eu seja um pouco autista. Mas a explicação ficará para o final.

Pedindo desculpas pela auto-citação, tracei este perfil para mim em um post de 2014: "Embora não seja profissional da área, já identifiquei neurose não curada (não tinha mais grana para pagar o psicanalista), transtorno obsessivo compulsivo leve, depressão moderada, antipatia pelo PT (opa, isso não é distúrbio mental, é só bom senso!), um pouco de transtorno bipolar (o antigo maníaco-depressivo), uma pitada de síndrome do pânico (acho que não tenho mais), algumas fobias, medo generalizado e 100 kg de ansiedade. 
Embora na época tenha discordado, um colega me disse uma vez que eu era sociopata. Só não briguei com ele porque uma das minhas duas personalidades não quis. Mas, se vacilar, até espinhela caída eu devo ter".

Recentemente, graças ao assassinato da vereadora carioca, a internet pegou fogo. O que eu li de besteiras contra e a favor da coitada, não está no gibi (eu gosto desta expressão). E o fogo não se apagava, pois sempre voltavam os mesmos posts, compartilhados por pessoas distintas. Comecei a ficar de saco cheio dessa paranoia e publiquei esta frase (hoje estou na base da auto-citação): Se quiser saber mais da maldade humana, crie um perfil em alguma rede social (e adicione muitos "amigos").

Mas como o Facebook lembra uma avalanche ou rio caudaloso e cheio de corredeiras, aonde os posts dos "amigos" vão sendo "empurrados" pelos mais recentes, numa roda viva desgraçada, quase ninguém leu. E se leu, fingiu-se de morto. E a intolerância e rancor continuaram comendo soltos. Aí, meu fígado deu aquela azedada e eu publiquei esta "catilinária":

Vocês que curtem e compartilham posts desse tipo precisam parar de fazer disputa de assassinados! Não há essa de "o meu é melhor que o seu"! Aliás, é de uma caretice e uma crueldade sem tamanho ficar comparando cor de pele, preferência sexual, etc. de pessoas que foram ASSASSINADAS! Que tal crescer um pouco? Orações, rezas e passes nunca curarão intolerância e - por que não dizer? - ignorância.

Uma das pessoas reagiu asperamente (mesmo que com alguma elegância). Fiquei matutando sobre minha explosão, tão agressiva quanto a resposta e resolvi dar um tempo nessa rede. Poderia simplesmente ter-me calado, desconectado, qualquer coisa. Mas, como sou um sujeito que explica tudo, resolvi dar mais um puxão coletivo de orelhas e escrevi este texto:

Tenho 129 “amigos de Facebook”, o que para mim é muita coisa. Como sou aposentado e neurótico assumido, acesso o Face várias (eu disse VÁRIAS) vezes por dia. Talvez por isso venho formando um perfil psicológico desse pessoal, a partir do que curtem ou compartilham (não, não precisam pensar que eu sou um algoritmo humano que sai tabulando tudo o que vê). E o que tenho observado é reconfortante em alguns casos e surpreendente (para pior ou para melhor) nos demais.
O perfil reconfortante pertence às pessoas que conheço pessoalmente, trago carinhosamente no coração e são exatamente como sempre imaginei que fossem: minha mulher e filhos, além dos amigos e amigas queridas, como a Andreia e a Ludmila, por exemplo.
O perfil surpreendente é formado pelos amigos com quem tenho pouco ou nenhum contato e que modificaram o status (ou estatura) ou avaliação que fazia deles. Alguns se revelaram infinitamente melhores do que eu já os considerava (caso do Ivan, por exemplo). Ou ilustríssimos desconhecidos como os músicos Marcelo e Ausier, que sempre demonstram ponderação, bom humor e moderação nos comentários que fazem.
Mas há um reduzido grupo que se apequenou no meu conceito (mesmo que eu continue gostando deles!), graças a um comportamento de barragem que se rompe, tsunami ou terremoto, pois postam, compartilham ou comentam coisas, fake news e textos rancorosos e cheios de ódio que me fazem ficar arrepiado de decepção ou pena. E fico me perguntando (sem saber a resposta) como pode alguém ter tanta intolerância e preconceito no coração. Por estar ultimamente me comportando da mesma forma que condeno e deploro, resolvi ficar em “silêncio obsequioso” por algum tempo (para criar fôlego e não ficar pior).

E agora a explicação: pelas neuroses, frustrações, medos, fobias, complexo de inferioridade ou até mesmo "espinhela caída", sempre tive problemas de relacionamento com o "mundo exterior". Para superar isso, criei um personagem que sempre fez o maior sucesso: gente fina, simpaticão, alegre e ridículo, mas mais falso que nota de três reais.

Refletindo sobre isso, acredito sinceramente que essa dificuldade de interação real com as pessoas seja um comportamento meio autista. Por isso, atualmente, já que estou em "silêncio obsequioso", vejo tudo o que os "amigos de facebook” postam, mas não respondo nada nem faço mais nenhum comentário. Curiosamente isso tem sido bom para mim e me deixado mais calmo, menos estressado. Eu, um autista no Facebook.

ATUALIZAÇÃO:
Depois de ver na televisão o final da missa celebrada para Dona Marisa (a menos lembrada em todo o espetáculo circense que foi apresentado), não resisti e publiquei no Facebook:

Acabou o silêncio obsequioso! Afinal, não sou bispo emérito, menos ainda de Blumenau. Mas não farei comentários nem ficarei debatendo com meus amigos. Meu negócio agora é me divertir. E “curtir”. “Deixa a vida me levar”...

GEMINIANAS - 04


E aqui acaba a série de desenhos das "geminianas". As outras piadinhas - tão sem graça como as publicadas no blog - foram feitas com fotos das menininhas e encaminhadas apenas aos pais, que, assim que as viram, começaram a chorar. De pena deste autor.



sábado, 7 de abril de 2018

FÓSSEIS DESMENTIDOS

Este é um texto ingênuo que já estava esboçado há mais tempo. Daí minha relutância em divulgá-lo no blog. Diante dos acontecimentos recentes, revela-se ainda mais ingênuo do que aparentava ser. Por isso mesmo resolvi postá-lo hoje, com a vã esperança de que este país melhore algum dia.

Aparentemente a humanidade foi "feita" para acreditar. Dizendo de outra forma, os homens sempre desenvolveram as mais diversas crenças ao longo do tempo. Por exemplo, durante séculos, até os mais sábios e cultos acreditaram que a Terra era o centro do universo. E estudaram e criaram fórmulas e teorias para explicar o movimento do sol e dos planetas em relação à Terra, num trabalhão dos diabos. Chegaram mesmo a queimar quem se opôs a essa crença e continuaram assim por um bom tempo.

Se pensarmos nas religiões e seitas existentes, a coisa fica ainda mais complicada. Pensem bem: se eu tenho uma fé ou crença ou convicção diferente daquelas que outras pessoas possuem, a única certeza é que alguém está errado nessa história. Ou eu ou eles. Um budista, por mais zen que possa ser, certamente imaginará que o cristianismo é uma bobagem. O mesmo acontecerá com os cristãos se pensarem na umbanda ou candomblé. E por aí vai. Se isso ficasse apenas na crença pessoal já seria complicado. Mas existem as teorias, as explicações, a teologia própria de cada religião, livros e mais livros escritos para justificar e "provar" que as crenças e a fé de cada grupo são as verdadeiras.

Basta lembrar, por exemplo, dos criacionistas, aquele pessoal que acredita que a humanidade surgiu com Adão e Eva, que o mundo foi criado há uns doze mil anos, que os fósseis de milhões de anos são de animais que não conseguiram embarcar na arca de Noé, que o homem não descende de um primata e, principalmente, que não há como comprovar a hipótese evolutiva em laboratório. Por isso, a teoria do velho e bom Charles Darwin não seria "científica". E há centenas de livros que defendem essa maluquice!

Estamos agora diante da mais recente crença, que é a da inocência do Lula. Os mais empolgados e identificados com as ideias e ideais defendidos pela chamada Esquerda simplesmente não aceitam que ele tenha se corrompido, que tenha recebido vantagens indevidas e passiveis de condenação. A alegação mais comum que ouço é de que “não há provas”. Mas, como, se empreiteiros, zeladores, vizinhos testemunharam o contrário? “Provas testemunhais não valem”, “O testemunho é a prostituta das provas”. E saem diálogos de mesa de botequim desse tipo:

- "Barba"? Claro que não é o Lula!
- "Brama"? Que absurdo, isso é invencionice de empreiteiro!
- Mas foram os próprios empreiteiros que conectaram esses apelidos ao ex-metalúrgico!
- Não acredito! Não há ninguém mais honesto que ele.

Essa negação da realidade é um pouco patológica. É como se alguém dissesse que "Jotabê" é um apelido ridículo, uma abreviatura de um nome ainda mais ridículo e eu retrucasse: "Não, não tem nada a ver!"

Alguém consegue imaginar que as pessoas que cometem irregularidades ou crimes deixam espontaneamente ou querem deixar rastros e provas que as incriminem? E só para ajudar nas investigações futuras contra elas mesmas? Nem preciso responder, concordam? Mas os fanáticos e idiotas continuam a acreditar no "papa" do PT.

E chegamos a esta acaciana conclusão: assim são as crenças. Cremos apenas naquilo que aceitamos ou em que queremos acreditar, mesmo que existam fósseis para nos contradizer, mesmo que haja indícios ou testemunhos que nos desmintam, que abalem nossa equivocada fé. Nada muda nossa forma de pensar. Eu, por exemplo, tenho acreditado que as figurinhas da Copa colocadas sobre uma ferida infeccionada fazem o ferimento fechar e sarar. Quero ver quem é capaz de me convencer do contrário.




sexta-feira, 6 de abril de 2018

GEMINIANAS - 02

Esta série surgiu em decorrência da minha amizade com os pais frescos de duas menininhas  gêmeas (recém-nascidas). As piadinhas fraquinhas e anêmicas (bem no estilo Jotabê) foram saindo mais para mexer com o casal. Mesmo assim, resolvi arquivá-las no Blogson (que às vezes tem a função de "blogoteca"). E o "Miga", no original, é o nome real do bebê. Olhaí.




quinta-feira, 5 de abril de 2018

GEMINIANAS - 01


Mesmo que não acredite em duendes, fadas, horóscopo e outras bobagens (só no coelhinho da Páscoa), sou geminiano. Aliás, o velho Blogson nasceu em 08/06/2014 - mesmo que registrado retroativamente no dia 07, dia em que Jotabê nasceu. Só isso basta para demonstrar a total falta de caráter do blogueiro (de dinheiro também, mas isso não vem ao caso).

Por ser neurótico, meio bipolar e ter um pouco de TOC, gosto de imaginar séries de "desenhos" para postar no blog. O traço comum entre essas séries é a overdose de piadas ruins. Piadas - é bom destacar - que provam a eficácia da homeopatia, pois o nível de humor, já naturalmente baixo, vai sendo diluído, diluído, diluído até provocar náuseas nos 2,3(?) leitores desta bagaça.

E como sou geminiano, resolvi estudar o universo dos gêmeos, ou melhor, das gêmeas. Olhaí.




terça-feira, 3 de abril de 2018

"RELOJ NO MARQUES LAS HORAS"

Já faz algum tempo, vi essa imagem no Facebook, gostei da ideia e fiz uma cópia do desenho. Infelizmente, não sei quem é o autor. Só sei que tem a manha (e, provavelmente, a idade para pensar essas coisas). Me fez lembrar de um verso da música "Bodas de Prata", composta por João Bosco e Aldir Blanc, que diz: "É o tempo, Maria, te comendo feito traça num vestido de noivado". Olhaí.


TEM ROBOI NA LINHA!

  Você já ouviu alguém usar a expressão “tem boi na linha” ? Embora pareça uma exclamação advinda do nosso pujante agronegócio, está mais pa...