Algumas ideias colam na minha cabeça, custam
a sair ou nunca saem. É caso das escolhas que fazemos a cada minuto, a cada
segundo, a cada momento. Respeitar ou não o semáforo de uma rua deserta em
plena madrugada, comer como um glutão até ficar com obesidade mórbida ou
diabético, fazer ginástica ou não, parar definitivamente de beber ou encher a
cara todo dia, etc. Escolhas sem nenhuma importância ou definidoras de toda uma
vida.
Essas decisões tomadas a cada instante de
forma friamente planejada ou despreocupadamente irrefletida tornam a vida uma
loteria ou, até mesmo, uma roleta russa. Afinal, como saber, como acreditar que
um atalho por estrada de terra é melhor ou mais seguro que a estrada
pavimentada?
A escolha pela estrada pavimentada provocou a
morte de meu cunhado. A recusa preguiçosa e displicente em conseguir novo
formulário de inscrição para o vestibular fez com que eu cursasse engenharia em
vez de economia.
Como intuir que o bater de asas de uma
borboleta brasileira pode provocar uma sucessão de acontecimentos que resultará
em uma avalanche de neve na Suíça? A teoria do caos diz que isso é possível -
mesmo que inimaginável.
O livro do Gênesis descreve a escolha seminal feita por Adão e Eva no
Jardim do Éden, quando resolvem comer o fruto da árvore “que está no meio do
jardim”. Essa era a “árvore do
conhecimento” ou “do bem e do mal”.
Deus fica puto com a desobediência do primeiro casal e, antes de dar-lhes um pé
na bunda, manda ver:
- “Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do
bem e do mal. Agora, pois, cuidemos que ele não estenda a sua mão e tome também
do fruto da árvore da vida, e o coma, e viva eternamente.”
Como se vê, o Deus
do Antigo Testamento era
bravo, temperamental e – por que não dizer? – egoísta. Afinal, qual pai
gostaria de ver seus filhos fazendo escolhas às cegas, dando topadas e fazendo
burradas se possuísse uma “árvore do
conhecimento” bem à mão?
Se eu acreditasse nessa
história de Adão e Eva, diria que o fruto dessa árvore tinha um “defeito
colateral”, pois só permitiu que o homem conhecesse o Bem e o Mal, mas não o
habilitou (ou obrigou) a sempre fazer as escolhas corretas. E é aí que entra a
estatística, o cálculo probabilístico: qual a chance de só fazer escolhas
certas? Só vou dizer que é mais ou menos como acertar no milhar.
Para sintetizar a perplexidade
e desalento que sinto ao pensar nas burradas que dei e nas escolhas que fiz ao
longo da vida (e que não deveria ter feito), comecei a rabiscar as
possibilidades que se apresentavam. Partindo de um único ponto, surgiam duas
escolhas. A opção por qualquer uma delas abria duas novas opções, e assim por
diante. O resultado gráfico assemelha-se a uma árvore, a que dei o nome de “árvore do desconhecimento” ou "das escolhas". Afinal, sou
apenas um simples mortal.
Árvore das escolhas
JB, entrei no Marreta agora e os "bastidores" do blog, onde aparecem lá as postagens, as estatísticas, os comentários, e está tudo em inglês. Aconteceu o mesmo por aí?
ResponderExcluirSim e não entendi esta maluquice. Achei que tinha mexido sem querer em algum lugar.
ExcluirTambém pensei a mesma coisa. Pior, pensei que alguém pudesse ter mudado, algum invasor, pois recebi algumas ameaças há uns 4, 5 anos.
ResponderExcluirMas, então, fui nas Configurações - agora, Settings - e em idiomas e formatações - language and formatting -, e a opção do idioma continua lá, Português(Brasil).
Foi mais uma intromissão, mais uma viadagem do Google, igual a quando censurou o Marreta.