A maioria das coisas que publico não é fruto
de reflexão ou elucubração demorada. Surge de repente e necessita ser
rapidamente registrada, pois poderá ser esquecida tão rapidamente como surgiu. Com o texto do post "Despedida" aconteceu a mesma coisa. Mas dá para rastrear ou intuir sua provável origem.
No início de abril morreu um senhor de quem eu
gostava muito. Tinha noventa e cinco anos e estava totalmente lúcido. Para marcar essa data, publiquei sua foto no meu
perfil de Facebook, acompanhada do seguinte texto:
Morreu Sr. Francisco, tio da minha mulher. Vicentino
dedicado, bravo, enfático ao falar, bom de prosa, amante da vida ("Zé, a
vida é boa demais!"), uma força da natureza. Eu gostava muito dele e ele
de mim. Minha homenagem a esse homem tão especial e querido.
Pelos laços afetivos existentes, esse tipo de perda, sempre mexe muito com amigos e familiares, por mais inevitável e previsível que isso que seja. No meu caso, essa tristeza recebe o reforço de uma “melancholia” e depressão leve que tenho sentido já faz algum tempo.
Também gosto muito de uma senhora (tão lúcida quanto o Sr. Francisco) que está prestes a fazer noventa e seis anos. Infelizmente, receio que precisaremos nos despedir em algum momento de 2018, pois ela está muito fraquinha e debilitada.
Pelos laços afetivos existentes, esse tipo de perda, sempre mexe muito com amigos e familiares, por mais inevitável e previsível que isso que seja. No meu caso, essa tristeza recebe o reforço de uma “melancholia” e depressão leve que tenho sentido já faz algum tempo.
Esses sentimentos “lunares”,
sombrios, às vezes provocam em mim o desejo de estar morto, método seguro para acabar
com a tristeza, a desesperança e o saco cheio de tudo. Essa “coisa” fica por
aí, sendo remoída devagar, atacando a alegria, o fígado e o sono. Talvez possa
dizer (à moda do anos sessenta) que estou em uma “bad trip”, mas sem drogas. Pensando melhor, pode ser que essa viagem esteja sendo provocada por uma
droga extremamente potente, a droga da certidão de nascimento.
Para completar, tenho me
perguntado muitas vezes se o que escrevi no Blogson a meu respeito (quase tudo,
para ser franco) forma um mosaico real de mim mesmo ou se é apenas fruto de um
exibicionismo doentio que falseia, que cria “fake news”, só para causar estranheza e provocar a solidariedade de
quem lê as tranqueiras do blog. E ainda não sei a resposta.
Somados todos esses
sentimentos e mesmo não possuindo tendências suicidas, talvez tenha pensado que
preciso começar a me despedir das pessoas, das coisas que gosto, da vida, de mim mesmo. E a provável
resultante pode ter sido o “textículo” do post anterior.
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