sexta-feira, 30 de setembro de 2016

AJOELHOU, TEM QUE REZAR

Brasileiro adora imitar comportamentos e modismos que vê nos Estados Unidos. Desde que me entendo por gente (e olha que já passou muito tempo!) é assim. Isso é ainda mais estranho quando se vê gente esculhambando os gringos, mesmo depois de ter estudado nas universidades de lá. Sei lá, deve ser o tal complexo de vira-lata.

Eu também sou assim, pois uso expressões e palavras em inglês sem me preocupar se existem equivalentes em português. Se quiserem me criticar por isso, tudo bem, I don’t care.

Mas o que tem me deixado com o sangue azedo é ver um bando cada vez maior de manés pedindo a mão de suas amadas no estilo brega americano. É uma coisa tão ridícula que seria capaz de deixar político brasileiro envergonhado.

Para quem nunca se ligou nisso, o procedimento é assim: o idiota se ajoelha na frente da moça, tendo nas mãos um caixinha com um anel de bla bla quilates e pergunta:
- Fulana, você quer se casar comigo?

Sem sacanagem, isso é de um mau gosto ainda maior que usar roupas de caubói americano na festa do peão de Barretos! Por que não usar a simpaticíssima troca de alianças que sempre foi o estilo brasileiro? Até porque “aliança” remete a uma cumplicidade e aproximação muito maior que um simples anel, mesmo que tenha um brilhante de dois milhões de quilates.

Mas aí surgiu uma ideia estranha na minha mente: o sujeito que se ajoelha para “pedir a mão” de alguém, provavelmente é o mesmo que jamais se “ajoelhará” novamente para reconhecer um erro cometido. Ou seja, quem macaqueia esse gesto importado está mais interessado em apenas reproduzir um ritual que manter uma aliança verdadeira com sua companheira.


domingo, 25 de setembro de 2016

ROUBARAM O RISO - J. R. GUZZO

Como sabem os 1,4 leitores do blog, tenho predileção especial pelo humor, que acho a coisa mais séria do mundo - ou quase isso. Inteligência, liberdade de pensamento e criatividade são ingredientes fundamentais à sua realização. A seguir, dois trechos de um artigo publicado na revista VEJA da semana passada. 

(...) Bem vindos, leitores, ao Brasil do impeachment e da divisão que está ensinando os cidadãos a odiarem uns aos outros por causa de política. Ria-se de quase tudo no Brasil. Hoje praticamente não se ri mais de nada. Tudo é terrivelmente sério. O país parece ter descoberto, de repente, quanto gosta de emoções como o rancor, o despeito ou a mágoa – ou, mais alarmante ainda, quanto é fácil tratar como inimigo aquele que apenas tem uma opinião diferente. Não gostamos mais de rir. Agora preferimos insultar. Perdeu-se a habilitação para perceber o ridículo. Fora, Dilma. Fora, Temer. Fora isso. Fora aquilo. Estamos ficando um país chatíssimo.(...)


(...) É uma grande pena que o mundo esteja assim, porque senso de humor faz falta. E faz falta porque não é, no fundo, uma questão de rir das coisas. É uma questão de entender como elas são. Na vida prática, o senso de humor acaba funcionando como a manifestação mais básica do bom senso; aliás, trata-se possivelmente da mesma coisa. Como seria viável, sem a ajuda do riso, achar que algo faz sentido no nosso dia a dia? Viveríamos num mundo perfeitamente insuportável.(...)

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

PROPAGANDA ELEITORAL

Eu tive a paciência (e obsessão) de ler os nomes de todos os mais de mil e quatrocentos candidatos a vereador em Belo Horizonte. Antes que alguém pergunte, já vou avisando: não, não tinha nada melhor a fazer. O que eu pretendia era encontrar algum nome bizarro como tenho visto no site Kibe Loko.

“Infelizmente” (ainda bem), não achei nenhum Piroca (Pracuúba/AP), Xereca (Monguagá/SP), Xota (Barão de Monte Alto/MG) ou Piriguete (Corumbá de Goiás/GO). 

Também não vi (graças a Deus!) nenhum Estrume (Petrolina/PE), Bosta Quente (Catu/BA) nem Cagado (Mirante da Serra/RO). Diria que a lista de Beagá é mais limpa, cheirosa e menos exibicionista.

Mesmo assim, encontrei uns nomes que dão margem a insinuações, interpretações ou só espanto mesmo. Olhaí:
Claudio Rauseixista (mucho loco!);
Jésus Ex-Trabalhador Mirim (e daí?);
Marcão, O Garoto! (meu garoto!);
Palha Italiana (dá para entender?);
Piri Mãe do Lourinho da Banca (e eu que iria morrer sem saber disso!);
Raquel do Apertadinho (prefiro não pensar no que isso pode significar);
Sgt. Cabo Vilson (descobri uma nova patente militar!) e
Daniel Tody (de longe, o meu candidato preferido).

Lendo esses nomes de mau gosto, obscenos ou ridículos, pensando nessas “opções de voto”, uma pergunta volta a batucar na minha cabeça: por que o voto tem de ser obrigatório?


quarta-feira, 21 de setembro de 2016

RELENDO COMENTÁRIOS

Tive hoje uma sensação estranha: fiquei com saudades de mim. Nenhuma saudade de quando era criança ou jovem, nenhuma saudade de dez, quinze ou vinte anos atrás. Tive saudade da época em que criei o blog. E comecei a reler os comentários feitos por alguns leitores e as respostas que provocaram.

E senti saudade. Do tempo em que eu parecia ter mais ideias, mais entusiasmo e bom humor, saudade dos leitores que se identificaram - Marreta, Lord Wilmore, "J", Renato Perim, Little Sis, Gustavo, minha Amada e de todos os outros ("todos" é eufemismo para "raros") que contribuíram para meu entusiasmo em postar coisas novas. Depois da morte e ressurreição do Blogson parece mesmo que as peças não mais se encaixam e que realmente não tenho mesmo mais nada a dizer. E saudade é só o que restou.

ULYSSES - LORD TENNYSON

Em 19/09/2015 "Lord Wilmore", um dos ótimos leitores que já passaram por este blog, deixou-me um presente na forma de comentário. Era o final do poema Ulysses, de Alfred Tennyson, poeta inglês e lord também. Versos magníficos que merecem ser lembrados.

Embora muito nos tenha sido tomado, muito resta; e embora
Já não sejamos aquela força que nos velhos tempos
Moveu a terra e os céus, somos aquilo que somos —
Uma disposição firme de corações heroicos,
Enfraquecidos pelo tempo e pela sina, mas fortes em determinação
De tentar, buscar, encontrar e não desistir.

MINHA VIDA NO FACEBOOK - 05

Terminei o post anterior falando dos “Dez Mandamentos do Facebook”, mas isso é só uma tentativa malsucedida de fazer humor. Na prática o que se observa no Facebook é um tipo de comportamento meio padronizado, pasteurizado. Quando criei um perfil, imaginei que quebraria os “protocolos” não escritos da rede, ao postar textos de minha autoria. Na minha ânsia de ser notado e aplaudido, acreditava que “revolucionaria” o tal comportamento pasteurizado adotado pela maioria.

Nada disso aconteceu, pelo simples motivo de que as pessoas não estão interessadas em ler “textões” (uma página em arial 12, por exemplo). Além do mais, quanto mais “amigos” alguém tiver, menor é a chance de ver tudo o que “jorra” na rede, ou melhor, tudo o que é compartilhado.

Então, tive de “abaixar o facho” e aceitar que a maioria das coisas que coloco na rede não será nem notada na avalanche ou dilúvio de posts. Por isso mesmo (ao contrário do que sentia durante a primeira vida do Blogson), alcancei um mínimo de tranquilidade e resignação apesar da ausência de “curtidas” ou compartilhamentos.

Uma das coisas que me fez manter um nível baixo de ansiedade foi a diversão obtida com um procedimento mais que idiota: a cada "amigo" adicionado, o Facebook apresenta uma lista de pessoas sob o título "pessoas que você talvez conheça". E na frente de cada pessoa existem os botões "adicionar aos amigos" e "remover" (estou falando isso para um Marreta da vida, que talvez não conheça essas sutilezas, assim como eu não conhecia). Bem, é ridículo confessar isso, mas meu prazer é olhar aqueles rostos e nomes desconhecidos e clicar em "remover". Ou então, "recusar a amizade" de quem nunca ouvi falar (isso só aconteceu duas vezes).

Mas o grande barato mesmo do velho face é permitir que você complete o perfil psicológico ou comportamental das pessoas que conhece, apenas observando o tipo de postagens que compartilham (ninguém cria nada). É como se você achasse algumas peças de quebra-cabeça e descobrisse que elas ajudam a tornar mais nítida a imagem de uma pessoa de quem você só conhecia o contorno ou partes dos olhos ou sei lá o que.

Por conta dessa descoberta, a primeira providência que tomei foi "deixar de seguir" alguns integrantes da minha pequena lista de "amigos". Os bloqueados são a pré-adolescente (os assuntos são muito infantis!), a periguete (que só posta selfies fazendo biquinho), um petista fanático que reclamou de um comentário que fiz, uns três pela irrelevância das postagens (conseguem ser mais irrelevantes que a maioria) e dois pelo estilo suburbano de comentar, com erros sistemáticos de português e expressões do tipo "é nóis", indicativos de gente semi ou mal alfabetizada.

Bom, acabei não falando dos “Dez Mandamentos do Facebook”, mas prometo que no próximo post esse assunto será abordado (e aí eu paro de divagar sobre essa rede).

domingo, 18 de setembro de 2016

O TEMPORA! O MORES!

O TEMPORA!
O cônsul romano Cícero era o bicho para fazer frases que se eternizaram. Eu gosto muito desta: Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? (Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?). Se trocasse "Catilina" por "Lula", ficaria perfeito.

Outra de que eu gosto muito é esta: O tempora! O mores! (Ó tempos! Ó costumes!). Teria sido dita como um desabafo contra a depravação de seus contemporâneos. Talvez se se trocasse "mores" por "Moro", daria alguma liga com a primeira frase. Olha só:
- Ó tempos! Ó Moro! Até quando, Lula, abusarás da nossa paciência? 


O MORES!
Houve um tempo em que se podia dizer de uma moça casadoira que era “direita, de boa família” (talvez, até “prendada e do lar”).
Hoje, se alguém disser que uma moça é “direita”, provavelmente ouvirá uma coisa assim:
- Coxinha! Golpista! Filhadaputa!

sábado, 17 de setembro de 2016

MINHA VIDA NO FACEBOOK - 04

Como disse no post anterior, comecei a divulgar textos de minha autoria no Facebook. Mas confesso que tenho ficado cada vez mais constrangido de fazer isso. E há vários motivos para me sentir assim: na maioria das vezes tenho escolhido textos já publicados no Blogson, o que provoca uma necessidade de edição e enxugamento, pois os textos originais, curtinhos se comparados aos posts caudalosos do Marreta, são imensos para o padrão dessa rede.

Outro motivo é o fato de o Facebook ser extremamente visual, quase como se fosse uma versão eletrônica da revista Caras. E aqui cabe um complemento: tanto em colorido quanto em futilidade e exibicionismo. E os textos do Blogson, embora atendam com folga os padrões “exibicionismo” e “futilidade”, não são coloridos nem trazem imagem nenhuma consigo.

Há também a questão da linguagem. Mesmo que eu seja econômico no uso de palavrões no Blogson (especialmente se comparada à linguagem de alguns amigos virtuais), essa linguagem parece excessiva no Facebook, pois entre os “amigos” existem vários carolas, uma sobrinha pré-adolescente e até uma tia (mesmo que o parentesco nos dois casos seja indireto), pessoas que eu realmente conheço. Por isso, sinto-me constrangido de soltar um “é foda!” ou um “puta que pariu!”, mesmo que o texto exija isso. Essas expressões até já foram utilizadas, mas um “vai tomar no cu!” eu imagino que não terei coragem de usar.

Finalmente, eu percebo que “texto” mesmo não combina com o Facebook e seu imediatismo. Talvez eu até esteja errado nesse julgamento, mas reduzi o entusiasmo com que no início fui postando as velhas piadas do Blogson e textos confessionais. Parece que esse estilo espantou e divertiu alguns amigos, pois até surgiu um pequeno fã-clube, mas sinto que há alguma coisa estranha na divulgação dessa produção.

O que tenho feito ultimamente é “compartilhar” posts de terceiros que realmente sejam criativos, engraçados e impactantes (embora mais raros que as orações, gatinhos, correntes e os textos contra o Lula e a corrupção, encontram-se ótimos exemplos de humor e inteligência na rede).

Outra opção tem sido postar piadas com uso de imagens que saíram no blog (ou foram por mim refugadas nos momentos finais da primeira vida do velho Blogson). Enfim, esse desconforto que tenho sentido me fizeram pensar nos “Dez Mandamentos do Facebook”, mas isso fica para uma próxima.

Comentário final: tenho andado tão sem interesse em escrever coisas novas que nem consegui ainda imaginar em qual "seção" indexar esta série insossa de posts.

SAIU NO FEICIBUQUE - 007


SAIU NO FEICIBUQUE - 006 (STAND-UP COMEDY)

Se um dia cassarem seus direitos políticos, poderá se dedicar ao stand-up comedy, pois ele é incrivelmente talentoso nessa área.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

MESA POSTA

Já ouvi dizer que existem pessoas que curtem fazer sexo virtual pela internet. Sinceramente, acho isso uma coisa doentia, uma masturbação mental lascada (pensando bem, mais que mental). Para mim é como arrumar pratos e talheres em uma mesa com toalha branca (porque branca? Sei lá!) e ligar a televisão em um “Master Chef” da vida.


Não sei se o Facebook se prestaria a isso. Talvez nem se consiga coisa do gênero na invenção do Zuckerberg. Mas, como sou um feliz feicibuquista, imaginei um termo para designar essa prática na rede: FACEBOKETE. (muito fraca!)

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

AH, BOM!

Hoje eu tive um insight, um estalo (não eram as juntas): sabem por que o Lula nunca fez questão de completar seus estudos? Porque assim ninguém estranharia quando ele dissesse

- “Eu não sabia!”

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

SAIU NO FEICIBUQUE - 005 (DILMA)


MINHA VIDA NO FACEBOOK - 03

Como disse antes, uma coisa que me deixou invocado foi descobrir que muitas pessoas têm perfil no Facebook mas estão pouco se lixando para isso. Um dos meus primos, a quem não vejo desde a morte de seu pai ou de minha mãe, nem me lembro mais, passado um mês da minha entrada barulhenta na rede disse apenas (depois de aceitar minha solicitação de amizade, lógico): - “Oi, Sr. Zé”. É mole? E eu que estava pensando em compartilhar lembranças e fotos com meus parentes!

E outras surpresas foram acontecendo: no lado oposto a isso, alguns amigos são tão obsessivos que compartilham cinco ou mais posts por dia, todo dia (bem, prefiro fazer uma mea culpa, pois já fiz isso com e-mails e tenho que me segurar para não compartilhar tudo que entra em minha “página inicial”). Como diria minha mãe, “é o porco falando do toucinho”.

Mas o mais inesperado foi perceber que tipo de coisas esse pessoal compartilha (quando compartilha, é óbvio). Eu já conhecia os posts de gatinhos (gato no Facebook faz “meow”), florzinhas, vídeos caseiros de criancinhas fazendo peraltices (boa essa) e toda sorte de viadagem que parece ser a alegria de muita gente.

O que realmente me espantou foram os posts radicais malhando a Dilma, o PT, o “comunismo”, elogiando o idiota do Bolsonaro ou, no sentido contrário, os posts falando em “golpe” (contra a Dilma, contra a “democracia”), “golpistas” e congêneres, tudo isso saindo diariamente, às vezes de forma repetida (nem todos os meus amigos se conhecem). E, para aumentar o espanto, todo tipo de orações, mensagens de autoajuda, frases do Chico Xavier psicografadas pelo Voltaire ou Einstein (acho que o inverso é que deve estar correto). Uma loucura.

Neste ponto algumas pessoas poderão perguntar: - “o que este idiota está fazendo nesse antro?” E a resposta é simples: divertindo-me pra caramba. Minha primeira postagem foi um link de uma música magnífica que busquei no Youtube. O mesmo aconteceu nos dias subsequentes. Só que em lugar de simplesmente colar o link, resolvi contar alguma curiosidade sobre o intérprete ou sobre a canção. E sempre buscando divulgar músicas que pouca gente conhece, numa espécie de apostolado musical.

E tome Joe Cocker cantando "Cry me a River" em ritmo de rock total, Duke Ellington interpretando "Take the 'A' Train", Tom Jobim fazendo uma pegadinha em cima do Roberto Carlos com a música (lindíssima) "Ligia", Eric Clapton, Norah Jones, Tulipa Ruiz, samba de raiz, "O Guarani" em ritmo de ska (sensacional), uma verdadeira salada de estilos, épocas e origem. Depois de me ambientar com esse “aplicativo” (seria o Facebook um aplicativo?), comecei a colocar textos de minha autoria. Mas isso fica para outra hora.

HIGH SOCIETY

A música “Alô, alô marciano” foi composta pela Rita Lee e Roberto de Carvalho em 1980. Como a Rita é uma grande letrista, sempre irônica, provocativa e inteligente, provavelmente a letra deve ser dela. Por isso, deduzo que a música deve ser do Roberto de Carvalho, um compositor inspirado e músico talentosíssimo.

Essa música foi gravada pela mala sem alça Elis Regina em uma interpretação que eu abomino. Paciência, pois há quem goste (e deve ser a maioria).

O que sei é que passados quarenta anos a ironia da letra continua super atual. É só pensar no Temer, na Lavajato, na Dilma, no Eduardo Cunha, no Lula, no Zé Dirceu, etc. etc. etc. etc. etc. etc. etc. etc. etc.

Basta olhar para qualquer lado que você acerta, nem precisa focar direito. Olhaí.

“A crise tá virando zona
Cada um por si, todo mundo na lona
E lá se foi a mordomia
Tem muito rei aí pedindo alforria porque
Tá cada vez mais down no high society !


SAIU NO FEICIBUQUE - 004 (MEU CARO CHICO)

Meu caro Chico,

Me perdoe, por favor se a minha admiração não é mais irrestrita. Hoje você apoia quem manda roubar, roubou e tem roubado, não tem discussão. Não se importa em ver a Pátria Mãe, tão distraída ser subtraída em tenebrosas transações.

O que será que lhe dá, pra defender quem não tem decência, nem nunca terá, quem não tem vergonha, nem nunca terá, quem não tem limite?


Cantei cada uma das suas canções como se fosse a última. Li cada livro seu como se fosse o único. E, olhos nos olhos, dói ver o que você faz ao defender quem corrompe, engana e mente demais.

Não é por estar na sua presença, mas você vai mal. Vai mal demais. Eu te vejo sumir por aí, arruinando a biografia - que se arrasta no chão -, cúmplice de malandro com aparato de malandro oficial, malandro investigado na Polícia Federal.
É, Chico, você tá diferente, já não te conheço mais. Quem te viu, quem te vê.

Trocando em miúdos, pode guardar as sobras de tudo que não conseguirem roubar. Apesar de você - e do PT - amanhã há de ser outro dia.

(Eduardo Affonso)

SAIU NO FEICIBUQUE - 003 (POLUIÇÃO)

O tipo de humor que eu gosto (além de servir para uma reflexãozinha). Extraído de "Salve o Planeta".


terça-feira, 13 de setembro de 2016

MINHA VIDA NO FACEBOOK - 02

Uns três dias antes do “CODA” ser divulgado (último post da primeira vida do Blogson), minha mulher criou para mim um perfil no Facebook. Pedi para não ser identificado pelo sobrenome Botelho, pois estava de saco cheio das diversas associações e das lembranças ruins que esse nome evoca.

Além de criar o perfil ajudou-me a “solicitar amizade” a alguns familiares – ela própria, nossos filhos e filhas, cunhados e alguns amigos. Sugeriu que eu anotasse também mais alguns nomes de seus 427 amigos. E foi assim que começou minha vida no Facebook.

De cara, fiquei entusiasmado e comecei a disparar solicitações de amizade para todo lado, mirando principalmente meus primos e outros parentes, a quem ia tentando encontrar na rede. Aos poucos, fui percebendo ter chegado um pouco tarde na farra do Facebook, pois a maioria a quem solicitava amizade nem se mexia, nem se tocava. Para um ansioso terminal isso era inaceitável.

Comecei a entrar no perfil desse pessoal e descobri que era como entrar em casa abandonada às pressas: havia sinais de vida, mas tudo empoeirado, antigo, como se tivesse passado muito tempo desde então. Resumindo: mesmo que mantenham seu perfil na rede, muitos dos parentes e amigos nem passam mais perto do Facebook, ficando meses sem acessá-lo.

Comentei com um de meus filhos que estava com a impressão de ter entrado no finado Orkut. Ele apenas confirmou minha suspeita, dizendo que hoje em dia - especialmente na Europa e Estados Unidos - só gente mais velha acessa o Face. Fiquei com Facepan (ou cara de tacho). Que merda! Demorei tanto a vencer minha resistência em participar dessa coisa e, quando finalmente mudo de ideia, descubro nova forma de “solidão ampliada”. Deve ser sina mesmo.

Mas por hoje chega.  Acho que o tempo em que o Blogson ficou morto tirou minha vontade e paciência de ficar escrevendo muito. Outra hora eu conto mais sobre minhas descobertas e sobre minha excitante vida no Livro de Rostos.

domingo, 11 de setembro de 2016

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

Você sabe a distribuição geográfica dos vinte senadores que votaram contra o impeachment da Dilma? Não? Eu também não sabia, mas a curiosidade foi mais forte. Olha aí:

Região Norte: oito senadores
Região Nordeste: oito senadores
Região Sudeste: um senador (que nasceu na Paraíba)
Região Sul: três senadores

Que significa isso? Nada. No máximo, material para alguma nova “Teoria da Conspiração”.

SAIU NO FEICIBUQUE - 002 (LULA E DOM PEDRO)


sábado, 10 de setembro de 2016

MINHA VIDA NO FACEBOOK - 01

Enquanto escrevo isto, tenho 75 ”amigos” no Facebook. É engraçado pensar que existem pessoas com mais de mil “amigos” e há até um conhecido que possui mais de 4.000. Quem tem tantos "amigos" assim não tem a oportunidade (ou paciência) de esmiuçar um pouco as características que cada um traz consigo. Como eu tenho 75 (e é muito), diverti-me extraindo informações sobre eles. 

Para começar, poderia defini-los como “Maioria Silenciosa” e “Minoria Estridente”. Nesse caso, a proporção é de 65 contra 10.

Se formos olhar sua faixa etária, 48 têm idade igual ou superior a 40 anos e 27 menor ou igual (uma tem 13 anos).

No quesito "riqueza vs. pobreza" (renda per capita), estimei a seguinte distribuição:
Classe A: 12
Classe B: 11
Classe C: 16
Classe D: 10
Classe E ou de difícil averiguação: 26 pessoas.

Com relação às crenças religiosas de cada um, temos:
Católicos: 25
Espíritas: 12
Evangélicos: 2
Ateus: 1
Budistas: 1
Umbandistas: 1

No quesito "afeto", a distribuição é assim:
Mulher, filhos e filhas: 8
Cunhados e sobrinhos: 9
Meus parentes: 10
Vizinhos: 10
Parentes de minha mulher: 15
Amigos próximos: 6
"Amigos" menos próximos: 12 (uma periguete)
Jovens da igreja: 5

No quesito "estado civil", ficou assim:
Casados: 31
Divorciados: 15
Solteiros: 28
Viúvos: 1

Preferência sexual:
Hetero: 70 (36 mulheres e 34 homens)
Homo: 5 (homens)

Instrução formal:
Universitário completo: 37
Universitário incompleto: 2
Segundo ou primeiro grau: 36

Ritmo de "curtidas" e "compartilhamentos":
Raramente ou nunca: 46
"Semanais": 20
"Diários": 5
"Horários": 4


IMPIXO

A vantagem de ser aposentado é que você tem tempo para pensar a besteira que quiser. Só tem uma contraindicação (tudo tem contraindicação!): enquanto você fica pensando nova maluquice e sai andando pela casa feito zumbi, há o risco de atropelar sua mulher ou derrubar aquela “sopeira de porcelana chinesa que a vovó ganhou da baronesa”. Fazer o que, não é mesmo?

Pois bem, depois de ter pisado no rabo do Zulu, dado uma rasteira na minha mulher e batido a cara na porta de vidro, tive um estalo (eram as juntas reclamando): só hoje me ocorreu que o Lula e a Dilma têm “quase” o mesmo problema (não é o fato de pertencerem ao PT, já vou avisando). É que o Lula fala com a língua presa e a Dilma fala com a língua portuguesa presa. Issa!

SAIU NO FEICIBUQUE - 001

(30/08/2016)

AQUI É O PAÍS DO CARNAVAL

(30/08/2016)
Já percebi que entre meus amigos (reais ou de internet) existem aqueles que odeiam visceralmente a Dilma como há também o que desejam colocá-la no altar (no caso dela, talvez fosse melhor dizer "antar"). Para deixar todo mundo tranquilo (ou irritado), devo dizer que abomino e desprezo a direita "entusiasmada", da mesma forma que abomino e desprezo a esquerda barulhenta. Minha visão é de centro, pois acredito que há coisas boas dos dois lados e não gosto de balança onde só um prato pesa. Prefiro ser o fiel da balança que oponente. Mas, em uma coisa eu creio profundamente: não há nada pior que o governo da Dilma. Para mim, o que alguns gatos pingados teimam em chamar de "golpismo", na Inglaterra é conhecido como "parlamentarismo". Na terra dos Beatles e dos Rolling Stones é assim: não funcionou, perdeu a credibilidade e o apoio da maioria, pé na bunda. Sem grilo, sem trauma.

No caso da "mulher sapiens", a coisa foi pior, porque o roubo e a destruição de empresas públicas e da economia promovidas por gente de seu partido e aliados atingiram dimensões alarmantes e catastróficas.

Apesar de estarmos em agosto, aqui é o país do carnaval permanente. Por isso, permito-me fazer uma analogia: O que a maioria do povo brasileiro deseja hoje é o “rebaixamento da escola de samba” responsável por um carnaval de triste lembrança promovido na Petrobrás e no restante da economia. “Desclassificar a porta-bandeira” é só o método mais eficaz.

PÔ, QUE MERDA!

(23/08/2016)

- Parece que todo mundo hoje joga Pokémon Go...

- Quequié isso?

- É um game para smartphone.

- Não dá para falar jogo eletrônico para telefone celular, não?

- Deixa de ser chato, pô!

- Como é isso?

- Como você é velho pra caramba, pense no Coliseu romano, onde você assistia lutas de gladiadores. Os Pokémon são tipo gladiadores, só que não rola sangue. Você tem de caçar os bichinhos, prender e treinar para lutar.

- Pôkémerda! Tem de caçar os bichos então?

- É, tá o maior vício. Tem gente caçando Pokémon na rua, no escritório, no médico, em reunião...

- Então a Dilma deve ser um Pokémon também.

- Que maluquice é essa?

- Ué, tava todo mundo a fim de cassar!

- Caraca!

E AS OLIMPÍADAS, HEIM? - 04

25/08/2016
Eu sou meio desligado, por isso, vendo na TV meia dúzia de gatos-pingados falando de golpe, na maior ginástica para defender a mulher sapiens, fiquei pensando que há um equívoco aí. Estamos em plenas Olimpíadas e, até onde sei, dona Dilma não pratica boxe, judô, esgrima, taekwondo, luta olímpica (greco-romana) nem cuspe à distância. Portanto, não recebeu nenhum golpe. Aliás, o esporte dela é ciclismo, o que ela gosta mesmo é de dar pedaladas. Até merecia uma medalha...

E AS OLIMPÍADAS, HEIM? - 03

(15/08/2016)
Uma coisa eu sei: se nas pistas, quadras e piscinas é cada macaco no seu galho, nas horas de lazer tudo muda, como no caso da saltadora (saltos ornamentais) brasileira que levou um atleta de canoagem para o apartamento. Não vejo nada errado nisso. Para mim, ela só queria experimentar novos esportes. E nem pensei no previsível salto com vara ou “cavalgadas” sobre o cavalo com alça. O que penso é que ela queria ver se ele é bom de remada (como diz a Rihana, "row, row, row, row, row") ou, em último caso, fazer exercícios na argola. Afinal, o espírito olímpico está em todo lugar, não é mesmo?


E AS OLIMPÍADAS, HEIM? - 02

(20/08/2016)
Existem esportes que atraem multidões, tipo futebol, vôlei, basquete, etc. Hoje tive oportunidade de ver uma partida de badminton, esporte injustamente ignorado no Brasil. Para mim, essa é a modalidade que deveria ser considerada a preferência nacional. Pensem bem, é o esporte da raquetada na pepeca, ou melhor, peteca! E tem gente que ainda prefere futebol... Ocevê!
(Olimpíada também é cultura)

E AS OLIMPÍADAS, HEIM? - 01

Outro dia eu li em um site de notícias que as Olimpíadas do Rio se “consagram como os Jogos da diversidade” (estamos falando de preferência sexual, certo?). Pois não é que foi flagrado um caso explícito de bullying na delegação americana de atletismo? Ocevê!


É VICE!

As eleições municipais se aproximam já podemos nos intoxicar com as propagandas divulgadas no horário eleitoral. Pior é que nem dá para reclamar disso e desabafar direito. Se sua novela, futebol ou campeonato ou documentário sobre o camelo anão do Himalaia for interrompida, é melhor você não exclamar “Que merda!”, pois pode parecer intenção de voto. Afinal, já existe um candidato com esse nome elegante. E isso também dá margem a dúvida. Por exemplo, se você perguntar o resultado final e alguém disser “Deu Merda”, você certamente ficará na dúvida sobre o que de fato aconteceu. Mas este é o Brasil. 

Por isso, dou uma dica para você definir seu candidato a prefeito. Para esse cargo, é melhor você escolher qual é o melhor vice disponível e votar no candidato a ele atrelado. Sei lá, a gente nunca sabe o que pode acontecer depois, não é mesmo?

QUEM É MORTO SEMPRE APARECE

Meu amigo virtual Marreta (hoje eu sei que seu nome é Ricardo, mas permita-me continuar falando “Marreta”) estava (parcialmente) certo em sua previsão, pois resolvi reativar o Blogson. 

Como poderiam dizer os espíritas, "quem é morto sempre aparece".E a explicação para essa ressurreição é simples: como gosto de guardar qualquer idiotice que eu crio e imagino, até pensei em criar um novo blog de uso restrito para colocar nele as bobagens que continuo a escrever e pensar, mas vi que seria idiotice, pois a decisão de “matar” o Blogson foi minha, apesar de um dos filhos insistir para que eu não o fizesse. Apenas sei que fiz bem quando me decidi a acabar com o blog, pois passei a dormir melhor e até criei um perfil no Facebook, para me reconectar com primos, parentes e amigos com quem nunca encontro.

Como a relação de amigos e parentes é majoritariamente de gente mais velha (e careta), às vezes coloco alguma piadinha mais recatada tirada do Blogson. Ao fazer isso, tenho quebrado um "protocolo" informal, adotado pela maioria, de apenas “curtir” e “compartilhar”. E o mais engraçado é que arranjei um pequeno fã-clube de amigos, a maioria de meia-idade, que estão adorando as besteirinhas que posto. Assim, meu ego tem sido massageado um pouco. Então, não tenho sentido nenhuma falta do Blogson nem falo dele com ninguém.

Mas, há uma significativa diferença entre o “blog da solidão ampliada” e esse Blogson ressurreto. Como li na crítica de um filme de terror publicado na Veja algum dia desses (tentei achar o texto, mas não consegui), não há mais lugar entre os vivos para um morto que volta a viver, ou seja, não dá para voltar a ser como era antes. Elevando um pouco o raciocínio, reproduzo uma frase atribuída ao Karl Marx: “a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”.

Parafraseando o Karlinhos, pode a história do blog até ter continuidade, mas se na primeira vez ele foi um botequim de rua de pouco movimento e baixa clientela, na segunda ele será apenas um depósito. Com isso quero dizer que ele funcionará mais como uma “blogoteca”, onde postarei as bobagens que pensar, sejam elas textos longos ou apenas frases isoladas, sem me preocupar se estou agradando ou não, pois cheguei à conclusão de que não tenho muita coisa mais para falar. 

Comentar as notícias recentes é um saco, não me ocorre nenhum tema para desenvolver algum tipo de ficção, não sei fazer poemas nem consigo imaginar que tipo de casos antigos ainda tenho para contar. Por isso, sobram-me as piadas sem graça, os diálogos idiotas e as observações sem noção. E até para isso tem-me faltado inspiração.

Em virtude dessa safra perdida (não há entressafra), pensei também em acabar com as seções “Reverência”, Religare”, “Compostagem” e “Vintage”. Na prática, continuarão existindo mas não serão mais “alimentadas”. Outra mudança é que o blog não será mais apenas autoral. Tudo o que for de outro autor e que eu quiser postar por ter gostado, entrará em seção a ser ainda nomeada, mas sem nenhum comentário. Será um blog para passar o tempo e amenizar o tédio enquanto fico "esperando a morte chegar" (citando Raul).

O mote ou slogan do blog chegou a merecer uma avaliação mais detalhada. De cara, pensei em substituir a frase "o blog da solidão ampliada" por outra mais condizente com as "novidades" que  esse retorno traria, pois a ideia é mudar mesmo. Viajei com essas hipóteses (padrão Jotabê, lógico):

- "Quem é morto sempre aparece";
- “A volta dos que não foram”;
- “Agora sob nova direção”;
- “Em nova direção”.

Escolhi a sóbria opção "Em nova direção", mas acabei desistindo de mudar, pois o Blogson é mesmo e cada vez mais "o blog da solidão ampliada". Pois bem, o que eu posso dizer é que talvez aconteça com o Blogson o mesmo que acontece com alguns restaurantes e bares “sob nova direção”. Quando novos proprietários assumem, a tendência é mudar o layout, o cardápio e até o horário de funcionamento, imaginando que manterão a clientela antiga e conquistarão novos fregueses. Muitas vezes, acontece justamente o contrário: os clientes antigos estranham a mudança e desaparecem e os novos nunca surgem.

Se isso acontecer com o velho Blogson, paciência, pois espero não mais acordar de madrugada para ver se alguém viu e comentou as “maravilhas” que postei. O Facebook já está cumprindo essa função. E se eu me cansar do Facebook vou fazer outra coisa qualquer. Se bobear, até crochê.




Comentário: a propósito dos "clientes" do Blogson, tenho vontade de rir (hoje estou de bom humor) ao lembrar a quantidade de visualizações que um post do Marreta obteve. Até a época de um comentário feito por ele no texto "CODA", 12.339 era o total de acessos ao post sobre o "cu da Sandy" (isso me lembra a velha piada de que "por um bom cu qualquer um perde a cabeça"). Ora, ora, Marreta, isso representa a metade de todas as visualizações alcançadas até hoje (24.174) para os 700 posts do antigo Blogson. Que posso dizer? Recolho-me à minha insignificância.

ALELUIA, ALELUIA!

  Há muito tempo, deixei de comentar as notícias que lia nos grandes portais da internet. Esses comentários recebiam títulos como "Come...