Uns três dias antes do “CODA” ser divulgado (último post da primeira vida do Blogson), minha mulher criou para mim um perfil
no Facebook. Pedi para não ser identificado pelo sobrenome Botelho, pois estava
de saco cheio das diversas associações e das lembranças ruins que esse nome
evoca.
Além de criar o perfil ajudou-me a “solicitar
amizade” a alguns familiares – ela própria, nossos filhos e filhas, cunhados e
alguns amigos. Sugeriu que eu anotasse também mais alguns nomes de seus 427
amigos. E foi assim que começou minha vida no Facebook.
De cara, fiquei entusiasmado e comecei a
disparar solicitações de amizade para todo lado, mirando principalmente meus
primos e outros parentes, a quem ia tentando encontrar na rede. Aos poucos, fui
percebendo ter chegado um pouco tarde na farra do Facebook, pois a maioria a
quem solicitava amizade nem se mexia, nem se tocava. Para um ansioso terminal
isso era inaceitável.
Comecei a entrar no perfil desse pessoal e
descobri que era como entrar em casa abandonada às pressas: havia sinais de vida,
mas tudo empoeirado, antigo, como se tivesse passado muito tempo desde então.
Resumindo: mesmo que mantenham seu perfil na rede, muitos dos parentes e amigos
nem passam mais perto do Facebook, ficando meses sem acessá-lo.
Comentei com um de meus filhos que estava com
a impressão de ter entrado no finado Orkut. Ele apenas confirmou minha suspeita,
dizendo que hoje em dia - especialmente na Europa e Estados Unidos - só gente
mais velha acessa o Face. Fiquei com Facepan
(ou cara de tacho). Que merda! Demorei tanto a vencer minha resistência em
participar dessa coisa e, quando finalmente mudo de ideia, descubro nova forma
de “solidão ampliada”. Deve ser sina
mesmo.
Mas por hoje chega. Acho que o tempo em que o Blogson ficou morto tirou minha vontade e paciência de
ficar escrevendo muito. Outra hora eu
conto mais sobre minhas descobertas e sobre minha excitante vida no Livro de Rostos.
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