terça-feira, 13 de setembro de 2016

MINHA VIDA NO FACEBOOK - 02

Uns três dias antes do “CODA” ser divulgado (último post da primeira vida do Blogson), minha mulher criou para mim um perfil no Facebook. Pedi para não ser identificado pelo sobrenome Botelho, pois estava de saco cheio das diversas associações e das lembranças ruins que esse nome evoca.

Além de criar o perfil ajudou-me a “solicitar amizade” a alguns familiares – ela própria, nossos filhos e filhas, cunhados e alguns amigos. Sugeriu que eu anotasse também mais alguns nomes de seus 427 amigos. E foi assim que começou minha vida no Facebook.

De cara, fiquei entusiasmado e comecei a disparar solicitações de amizade para todo lado, mirando principalmente meus primos e outros parentes, a quem ia tentando encontrar na rede. Aos poucos, fui percebendo ter chegado um pouco tarde na farra do Facebook, pois a maioria a quem solicitava amizade nem se mexia, nem se tocava. Para um ansioso terminal isso era inaceitável.

Comecei a entrar no perfil desse pessoal e descobri que era como entrar em casa abandonada às pressas: havia sinais de vida, mas tudo empoeirado, antigo, como se tivesse passado muito tempo desde então. Resumindo: mesmo que mantenham seu perfil na rede, muitos dos parentes e amigos nem passam mais perto do Facebook, ficando meses sem acessá-lo.

Comentei com um de meus filhos que estava com a impressão de ter entrado no finado Orkut. Ele apenas confirmou minha suspeita, dizendo que hoje em dia - especialmente na Europa e Estados Unidos - só gente mais velha acessa o Face. Fiquei com Facepan (ou cara de tacho). Que merda! Demorei tanto a vencer minha resistência em participar dessa coisa e, quando finalmente mudo de ideia, descubro nova forma de “solidão ampliada”. Deve ser sina mesmo.

Mas por hoje chega.  Acho que o tempo em que o Blogson ficou morto tirou minha vontade e paciência de ficar escrevendo muito. Outra hora eu conto mais sobre minhas descobertas e sobre minha excitante vida no Livro de Rostos.

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