sexta-feira, 30 de setembro de 2016

AJOELHOU, TEM QUE REZAR

Brasileiro adora imitar comportamentos e modismos que vê nos Estados Unidos. Desde que me entendo por gente (e olha que já passou muito tempo!) é assim. Isso é ainda mais estranho quando se vê gente esculhambando os gringos, mesmo depois de ter estudado nas universidades de lá. Sei lá, deve ser o tal complexo de vira-lata.

Eu também sou assim, pois uso expressões e palavras em inglês sem me preocupar se existem equivalentes em português. Se quiserem me criticar por isso, tudo bem, I don’t care.

Mas o que tem me deixado com o sangue azedo é ver um bando cada vez maior de manés pedindo a mão de suas amadas no estilo brega americano. É uma coisa tão ridícula que seria capaz de deixar político brasileiro envergonhado.

Para quem nunca se ligou nisso, o procedimento é assim: o idiota se ajoelha na frente da moça, tendo nas mãos um caixinha com um anel de bla bla quilates e pergunta:
- Fulana, você quer se casar comigo?

Sem sacanagem, isso é de um mau gosto ainda maior que usar roupas de caubói americano na festa do peão de Barretos! Por que não usar a simpaticíssima troca de alianças que sempre foi o estilo brasileiro? Até porque “aliança” remete a uma cumplicidade e aproximação muito maior que um simples anel, mesmo que tenha um brilhante de dois milhões de quilates.

Mas aí surgiu uma ideia estranha na minha mente: o sujeito que se ajoelha para “pedir a mão” de alguém, provavelmente é o mesmo que jamais se “ajoelhará” novamente para reconhecer um erro cometido. Ou seja, quem macaqueia esse gesto importado está mais interessado em apenas reproduzir um ritual que manter uma aliança verdadeira com sua companheira.


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