segunda-feira, 29 de novembro de 2021

TAXONOMIA

Por mais que as leitoras e leitores do blog sejam inteligentes (todos sabemos que as leitoras e leitores do Blogson são muito inteligentes!), é improvável que saibam o significado da palavra taxonomia que, ao contrário do que parece, não é o estudo comparado das melhores taxa de mercado para fazer investimentos ou saldar algumas dívidas.
 
Aqui cabe um pequeno parêntese: tenho andado tão sem dinheiro que nem sei como fazer para saldar minhas dívidas. O máximo que consigo é saudá-las. Assim, quando chega um boleto ou carta de cobrança eu já vou logo cantando “Olá como vai, eu vou indo e você, tudo bem?”.
 
Bom voltando à taxonomia, a internet me ensinou que Taxonomia é a disciplina biológica que define os grupos de organismos biológicos com base em características comuns e dá nomes a esses grupos”. Além disso, fiquei sabendo também que Dona Taxonomia foi uma das ferramentas utilizadas para renomear as diversas variantes de coronavirus já surgidas.
 
Encharcado de tanta cultura, ocorreu-me que se a nova variante tivesse surgido na França, acho que um bom nome para ela teria sido Ômakron.
 

 


domingo, 28 de novembro de 2021

ESCREVENDO TORTO POR LINHAS CERTAS


Dizem que Deus escreve certo por linhas tortas. Pode ser. Por mim, Ele pode escrever do jeito que quiser ou até mesmo não escrever. Por não ser Deus – nem mesmo um Messias -, meu caso é o inverso disso, pois sempre escrevo torto por linhas certas. Verdade! Como escrevo direto no computador, por piores e mais toscas as ideias registradas, sai tudo certinho, alinhado, justificado.
 
Após começar esse textículo com uma piada pra lá de infantil, preciso me explicar (mesmo que ninguém esteja interessado nisso). Não faz muito tempo, alguém disse gostar de ler o que escrevo. Fiquei tão feliz com o comentário que até o imprimi e mandei emoldurar. Mas não sei quem fez tão honrosa avaliação, pois o nome da pessoa foi coberto pelo paspatur – que os puristas da área de decoração chamariam de passe-partout – (Jotabê continua esguichando cultura inútil!).
 
Depois de mais outra piadinha horrível, o que quero dizer para quem fica travado quando pensa em escrever é o seguinte: quando tenho alguma ideia na cabeça - ou até mesmo nenhuma -, eu começo a escrever sem nenhum filtro, mas nenhum mesmo. Além disso, como sou péssimo para digitar (só uso dois dedos), erro de forma escandalosa, troco letras, aperto a tecla caps lock sem perceber e vou falando a besteira que vier à mente, por mais idiota, infantil ou doentia que seja. Para não pagar mico ou parecer artificial, sempre uso linguagem coloquial e evito ao máximo utilizar vocabulário sofisticado com que tenho pouca ou nenhuma intimidade (esse é o segredo). 
 
Se consigo chegar a algum final razoável, beleza. Se o texto fica incompleto a coisa pode se complicar um pouco quando tentar terminá-lo, pois não é incomum eu me esquecer do que pretendia dizer.  Mas, só depois de “serenados os ânimos” é que resolvo reler o que escrevi. Passo corretor de ortografia, consulto dicionários, regras gramaticais, releio algumas vezes, excluo o que pode parecer ofensivo demais (recorro a meu filho mais velho quando tenho alguma dúvida. E ele sempre manda cortar o trecho mais polêmico).
 
Para finalizar de forma definitiva (bateu um pleonasmo aqui), às vezes inverto a ordem dos parágrafos, corrijo mais algum vacilo et voilà! mais um texto jotabélico ficou pronto. Então, este é o recado para quem gosta do que escrevo (e também para os que acham meus textos uma merda): escrevam também, escrevam, escrevam, escrevam. É gostoso (acho que vou botar este texto em um quadro!).

sábado, 27 de novembro de 2021

OMICRON

O coronavírus SARS-CoV-2, aquele amigão do nosso presidente, é chegado a uma mutação. Não chega a sofrer uma transmutação, aquela que converteu água em vinho fino, mas gosta de se reinventar. Como todos os negacionistas e anti-vacina sabem, a mamoninha assassina original gerou a variante Alfa, surgida no Reino Unido. Na sequência, foi identificada na África do Sul a variante Beta, no Brasil a variante Gama (obrigado pelo incentivo, Jair!) e, pouco depois a variante Delta, surgida na Índia.
 
Quando todo mundo já respirava aliviado, pensando na queima de fogos (e roscas) da passagem de ano, no desfile das escolas campeãs, nos shows de Gusttavo Lima ou Thiaguinho, enfim, nas oportunidades de enfiar os pés nas jacas (uma em cada pé), eis que surge na África do Sul (de novo!) a variante Ômicron, levando países e governos a planejar novos isolamentos, a fechar as fronteiras para passageiros vindos de países onde já foram identificados casos de contaminação com essa variante, a exigir cartão de vacina de quem chega de outros países, a exigir o uso de máscara, etc.
 
Mas nosso presidente não concorda com isso. Do alto de seu conhecimento técnico sobre o assunto e do bom senso que exibiu ao longo da pandemia, reconheceu que uma nova onda está chegando, mas descartou a possibilidade de fechar aeroportos para tentar reduzir o contágio.
 
‘Tem que aprender a conviver com o vírus’, disse o presidente a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.
‘Não vai vedar, rapaz. Que loucura é essa? Fechou o aeroporto, o vírus não entra? Já está aqui dentro’, declarou Bolsonaro a um simpatizante, ao ser questionado sobre a chance de restringir a entrada de estrangeiros no País.
O apoiador citou a quarta onda de covid-19 na Europa, mas o presidente minimizou. ‘Você está vendo muito a Globo’”.
 
Tenho ou não tenho razão quando digo que o Jair é amigão do coronavírus? Porque, se depender do Cavalão e pelo andar da carruagem, daqui a pouco as autoridades internacionais de saúde precisarão recorrer ao alfabeto maia ou asteca para nomear a enésima variante que surgir. 

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

PARCERIAS SAGRADAS

Às vezes eu sinto saudade do tempo em que tinha mais fé, do tempo em que ainda não conhecia as heresias de São Harari. Mas logo meus genes religiosos dão uma “chave de arrumação” no meu cérebro, botam a lógica e a brilhante argumentação para correr e eu volto a ter um pouquinho de paz.
 
Por exemplo, quando eu ouço uma melodia que me arrebata e quase me faz levitar, eu sei, eu desconfio que ali tem o dedo de Deus, ou melhor, as mãos de Deus. Fico pensando que The Boss deve ser multiinstrumentista, pois devia ficar olhando por cima dos ombros do Tom Jobim às vezes sussurrando algo como “em vez deste acorde, coloque este outro”. Ou quando o Cartola estava debulhando seu violão, ou enquanto o Jacob esmerilhasse o seu bandolim.
 
É assim que eu imagino o processo de composição de algumas músicas que merecem o título de “celestiais”, mesmo que o resultado seja um samba ou bolerão. E não duvido nada que Ele tenha tocado um bandoneon ou um cavaquinho (claro, dependendo do que estava sendo criado na hora). É o caso dessas músicas, tão magníficas que é impossível não terem sido inspiradas por Deus:
 
La Barca – https://www.youtube.com/watch?v=PzKieeZfPLs
 
Noites Cariocas – https://www.youtube.com/watch?v=Ji6VIQ1ARH0
 
Paixão e Fé – https://www.youtube.com/watch?v=ZGIa3CcU0Ro
 
Stardust – https://www.youtube.com/watch?v=Hf5UvKjCDUU
 
Tive sim – https://www.youtube.com/watch?v=eMowm9qiKaY
 
A vantagem de ter Deus como parceiro é que você não precisa dividir com ele os direitos autorais. Claro, desde que o compositor não seja evangélico. Se for, vai entregar dez por cento para o atravessador, aquele que priva da intimidade com Deus.

  

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI (MAL) DO LULA

Quem já acessou o blog algumas vezes talvez saiba que eu odeio o Lula tanto quanto o Bolsonaro, mas o Bozo ganha disparado do Nove Dedos (estamos falando o ódio que eu sinto, OK?). Em compensação, eu odeio o PT mais que qualquer partido que acolha o (vo)mito, pois tenho severíssimas críticas a práticas e tretas realizadas pelo partido da estrela branca, por seu deus Luliberto e por seus amiguinhos. Por isso ao ler no portal do jornal "Estado de Minas" um artigo muito interessante de um jornalista ou escritor de quem nunca tinha ouvido falar (perdõem-me a ignorância), resolvi publicar aqui no velho Blogson trechos desse artigo. O título e o autor estão em negrito. Solta o som!

Lula é ser humano melhor, mas tem três personalidades inconciliáveis - Ramiro Batista

" (...) Politicamente, porém, Lula não está entre minhas predileções. Resumo por que no final, depois de demonstrar porque vejo nele, para além do cara legal, três personalidades inconciliáveis que operam contra sua credibilidade.
 
Primeira, a melhor delas, é que se trata de um sujeito brilhante, um instinto impressionante para perceber o espírito do tempo e encantar plateias em torno de ideias progressistas, lindas para consumo externo.
 
Arrasou numa impressionante entrevista de 14 minutos em Bruxelas, que resumiu melhor sua filosofia, seu projeto de governo e de vida, que a soma de todas as longas horas de palestras e coletivas pela Europa.
 
Está mais do que nunca afiado, redondo, capaz de resumir uma enciclopédia de ideias pertinentes, oportunas e atuais com senso histórico, geopolítico e conjuntural. E moderno, pronto para falar com pertinência sobre apps, algoritmos e seus riscos para a democracia.
 
Resumiu em torno de três eixos — desigualdade, ecologia sustentável e empregabilidade — um projeto para o mundo, com uma pitada de marketing sobre sua capacidade de fazer, outra de networking sobre suas relações com lideranças mundiais e uma terceira disso tudo em relação a suas crenças pessoais.
 
A apresentadora portuguesa, da mesma esquerda europeia que se desmancha por ele, independente do que diga, estava visivelmente sensibilizada, para dizer o mínimo que não pareça machista.
 
Esse Lula brilhante, articulado e antenado, apresentado na Europa como um estadista que tem solução para a humanidade, mais candidato a secretário geral da ONU do que a presidente do Brasil, não se concilia, entretanto, com o segundo.
 
Que é um pragmático que sabe muito bem diferenciar discurso e prática. E pratica o que é possível na geopolítica brasileira, um capitalismo de estado acolitado com uma das piores classes políticas do mundo, onde o que se tem a fazer — e fez — é despejar dinheiro público nas elites e dar algumas esmolas para os pobres.
 
Também incha a máquina pública, cria subsídios e benefícios vários para todas as camadas da população, dentro e fora do serviço público, amplia a distribuição de verbas públicas para cooptar maioria no Congresso. Faz acordo com o diabo e defende privilégios para determinadas classes e minorias.
 
Acaba contribuindo para o contrário do que prega e em favor das elites que em geral condena em frases para enrolar a plateia: a desigualdade, a ecologia empresarial sustentada com verbas do BNDES e um tipo de empreguismo produzido direta ou indiretamente com dinheiro público.
 
Os dois Lulas, o idealista e o pragmático, não se conciliam evidentemente com o terceiro, que mente tão deslavadamente, "mente de maneira tão pungente / que acho que mente sinceramente", como no verso de Affonso Romano de Sant'Anna.
 
Chega a se esquecer de onde está, da importância da plateia e de seu lugar histórico. Desce à manipulação rastaquera dos fatos, num desrespeito impressionante, não só a plateias alheias, mas à sua própria, a militância pronta para aplaudir até seus arrotos.
 
Pois esse estadista vendido como encarnação ONU de solução mundial usou o segundo maior palanque do mundo para dizer o que só os petistas acreditam a respeito dos processos da Lava Jato: é inocente, não sabe por que foi condenado e que o juiz o condenou politicamente porque queria ser ministro de Jair Bolsonaro.
 
Quando entra nessa vibe, perde todo o sentido de contradição. Como dizer que Sergio Moro o condenou na expectativa de um cargo no novo governo, se, como ele mesmo diz em uma das palestras, ninguém, jamais, em tempo algum, poderia imaginar que o Brasil poderia eleger "um sujeito como Jair Bolsonaro"?
 
Esse terceiro Lula altamente dissimulado, que mente despudoradamente, nacional/mente, internacional/mente, é o mesmo que fez vista grossa para a corrupção, deixou roubar, induziu seus companheiros a greves e invasões, defendeu/defende ditaduras, pôs/põe a peãozada na rua para negociar por cima, desde sempre.
 
É o pragmático em excesso, mais para coronel e caudilho que democrata, ao ponto em que os fins justificam os meios, a tomada e a manutenção do poder se sobrepõem à preocupação com desvios éticos eventuais e passageiros.
 
Isso é terrivelmente Lula, uma mistura sincera e talvez inconsciente, que vai do idealista ao caudilho, a "metamorfose ambulante" que se vende com competência, encantando, manipulando ou enganando plateias mundo afora. Agente ou vítima de suas próprias contradições.
 
Eu gosto do primeiro, não me importo com o segundo, porque sei de nossa conjuntura, e abomino o terceiro. Não a ponto de ódio, porque já andei demais para entender a metafísica da política e ser moralista.
 
E não é por nenhum das três que nunca tive a honra de votar nele, embora tivesse votado em amigos petistas. Como a maioria do povo brasileiro, voto por simpatia em cargos que não julgo determinantes. Se votasse por empatia para o posto da primeira cadeira do país, votaria no primeiro Lula. 
 
Consideraria que não deve ser totalmente ruim para o país um companheiro bom de copo e de conversa. E se aparecer alguém com seus mesmos defeitos políticos, é possível que os atributos pessoais revelados no buteco pesem a seu favor.
 
Minha restrição é com sua filosofia política mesmo, seu socialismo inconsciente e esse progressismo que para mim é uma forma de dizer que as elites conservadoras são reacionárias. É sua inspiração primeira, cristalizada em camadas de circunstâncias, atrás da qual arrastou/arrasta legiões de crédulos.
 
Desde a adolescência, por mecanismos ou influências que ainda não entendo totalmente, sempre tive restrições severas a que se pudesse forçar a igualdade por meio do Estado. E duvidei do sucesso de qualquer tentação que tirasse a liberdade natural do homem de lutar e competir para sobreviver e produzir coisas.
 
Imaginava uma grande área que fosse dividida igualmente por 1 mil pessoas. Tinha certeza de que, em pouco tempo, sem controle do Estado, um venderia a sua parte, outro trocaria a sua por uma bicicleta ou um rádio velho, um terceiro abandonaria, um ou outro compraria a parte da maioria e estabeleceria um monopólio. 
 
Como o tempo e os excessos, como tem sido desde sempre, passando pela era dos descobrimentos e da revolução industrial até a era da informação, o excesso seria corrigido por outros atores ou pela mão, no máximo fiscalizadora, do Estado.
 
Com pretensão estatal de controle e equilíbrio, seria pior. Acomodação, improdutividade, desânimo, paralisia, parasitismo, subdesenvolvimento. O Estado querendo empurrar uma carroça em que ninguém está empenhado e feliz.
 
Lula — estadista, pragmático ou politiqueiro — e seus seguidores acreditam piamente que a segunda solução é a melhor, contra todas as evidências de que não deu certo em lugar algum. É o melhor que eles podem oferecer ao mundo.

domingo, 21 de novembro de 2021

CRIATIVIDADE É TUDO DE BOM

 
Estava eu posto em sossego em pleno final de um domingo chuvoso, quando resolvi dar uma olhada no facebook para ver se encontraria alguma publicação interessante ou engraçada - mesmo que meus “amigos de facebook” não possam ser considerados gente muito engraçada ou criativa. Na verdade, essa rede hoje lembra muito uma avenida em dia de feriado ou lockdown – ninguém na rua, zero movimento, o maior deserto. Entretanto, tive a maior e mais grata surpresa ao ver uma postagem “patrocinada” que exibia a imagem de uma camiseta (t-shirt) incrivelmente criativa.
 
Cliquei na imagem para aumentá-la, já que minha intenção era fazer sua cópia para publicar aqui no blog, pois criatividade é uma qualidade que admiro e curto demais. Só não esperava encontrar mais modelos de camisetas, cada uma mais genial que a outra. Resultado: copiei quase tudo, só para encantar algum eventual leitor/leitora que também curta essas pequenas alegrias. Para mim, as quatro últimas são as mais criativas e divertidas. Não sei se as imagens estão nítidas e se é possível ler o que está escrito. Por isso, copiei algumas em tamanho mais legível. Para mim, de alguma forma, essas imagens estão ligadas ao tema de redação que propus a título de ironia no post "Prova do ENEM". E se alguém quiser saber mais creio que o site é este:
https://www.teebut.com/tk-science










 

 

 

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

REDAÇÃO DO ENEM

 
Por não conhecer nada do assunto, confesso que me sinto um pouco constrangido para comentar as notícias recentes sobre o Enem, o Inep e seu inepto presidente, etc. Mas essa é a sina do Blogson – meter o bedelho onde não é chamado e dar palpite sobre o que não entende. E só resolvi enfiar minha colher de pau nessa sopa por causa de uma frase de meu ídolo Bozonaro.
 
Antes de prosseguir, deixo aqui uma pergunta: que porra é essa de “meter o bedelho”? Afinal, este é um blog totalmente família, tradição e prosperidade, vacinado e vigilante contra todo tipo de saliências que possam rondá-lo.
 
Maas, voltando ao princípio (da capo), a frase que me empolgou foi esta: “começam a ter a cara do governo as questões da prova do Enem”. Pataquipareu! Ao ficar sabendo disso, corri à cozinha para tomar um pouco de antiácido. Para ser sincero, se o Lula dissesse algo parecido minha reação seria a mesma. Que “cara do governo”, caramba? Teremos questões sobre terra plana, tratamento precoce e imunidade de rebanho? Espero que não. Aliás, estou pouco me lixando para o Enem, pois minhas netinhas mais velhas têm apenas três anos. E nem sonham com o Enem (não resisti ao jogo de palavras!).
 
Minha formação é da área de Exatas, mais precisamente da Engenharia (pensando bem, engenharia não é exatamente um conjunto de ciências exatas, pois pode acontecer de dois mais dois serem igual a cinco). Por isso, só uma coisa me preocupa: já disse outras vezes que meu sonho seria ver que o país tem agora um ensino padrão Cingapura, etc. Assim, fico me perguntando se o Enem mede o conhecimento de ciências exatas e biológicas. Sabe como é, né?
 
Tenho quase total certeza de que os coordenadores e formuladores das políticas educacionais do Brasil são da área de Humanas e provavelmente mais interessados na formação e estímulo ao “pensamento crítico” e que tais. Sinceramente, sou totalmente a favor disso, mas onde entra o conhecimento técnico que leva às novas descobertas e novas pesquisas?
 
Por isso, deixo minha sugestão para o tema de uma futura prova de redação: “Por que nós nunca ganhamos um Prêmio Nobel?”

terça-feira, 16 de novembro de 2021

SE ESSA RUA FOSSE MINHA

Apesar de nunca ter viajado para fora do país algumas vias urbanas das grandes metrópoles do mundo são tão emblemáticas que até mesmo um caipira do interior como eu poderia citá-las. Seja pela importância, pelo charme ou até por seu aspecto folclórico logo me vêm à mente vários nomes de ruas e avenidas de algumas metrópoles. Em São Paulo eu destacaria a Avenida Paulista, a Rua Augusta e a Rua 25 de Março. Do Rio de Janeiro surgem a Avenida Atlântica e suas coleguinhas Nossa Senhora de Copacabana e Brasil.
 
Quase esgotando meus inexistentes conhecimentos de geografia, lembro ainda a Quinta Avenida em Nova Iorque e a Champs-Élysées em Paris. Mas creio que não há no mundo todo nenhuma avenida ou rua mais icônica e charmosa que Abbey Road, em Londres. E o motivo, como até as pedras do calçamento da Via Ápia romana sabem, são quatro caras que um dia se enfileiraram em algum cruzamento da rua Abbey para que uma das fotografias tiradas nesse vai e vem histórico fosse utilizada para ser a capa de seu melhor disco. Claro que estou falando dos Beatles e de “Abbey Road”, seu genial testamento sonoro.
 
Além de teorias da conspiração surgidas por conta dos pés descalços de Sir Paul McCartney, dezenas, talvez centenas de reinterpretações e de releituras dessa imagem surgiram no mundo todo - até mesmo no bom e velho Blogson Crusoe (a propaganda é a alma do negócio!). Graças a uma dessas releituras postadas por alguém no Facebook resolvi fazer uma pesquisa para entreter aqueles que acessam esta bagaça. Olhaí.

ESTAMPAS DE CAMISETAS:





MEMES E PARÓDIAS:










PRODUÇÃO JOTABÉLICA:




(A Long and Widing Road)


A Grave Road:



Grupo de Risco (COVID)


O TROCADILHO MAIS INFAME:



domingo, 14 de novembro de 2021

OBRIGADO, ZULU

 


Podem me chamar de imbecil, idiota, ridículo, calhorda, canalha, sem caráter, imaturo, infantilizado, senil, bunda mole, débil mental ou o que quiserem. Humildemente concordarei com todos, darei minha cara a tapa, minha mão à palmatória, pois reconheço a falta de vergonha na cara, pois estou mais uma vez provando o remédio amargo do arrependimento. Tenho uma cunhada que vivia dizendo a expressão maldita “nunca mais”“Nunca mais eu faço isso”, “nunca mais eu falo com ela”, etc. Eu tentava corrigi-la perguntando se esse “nunca mais” era para valer e ela me dizia que era só um desabafo. Como um guru, um conselheiro espiritual, um xamã eu lhe dizia para nunca dizer “nunca” e completava: “Cumpra o que prometeu ou não diga ‘nunca’”. Um sábio! Mas pimenta só é refresco no cu dos outros, concordam? Pois é...
 
Se você, caro leitor, está lendo esta goma é óbvio que sabe que o Blogson ressuscitou (pela terceira ou quarta vez!). Mas carece perguntar: POR QUÊ? Bom, talvez seja uma reação em cadeia que fugiu ao controle do cientista que a provocou. Depois que a ansiedade provocada pela necessidade neurótica de publicar qualquer coisa no velho Blogson passou, depois que o sono ficou melhor, comecei a sentir os sintomas que sentia ao final de um período de férias prolongado: um tédio desgraçado, uma vontade de voltar a trabalhar. A mesma coisa estava acontecendo nos últimos dias, pois descobri que a monotonia pode ser tão estressante quanto a adrenalina despejada no organismo pela necessidade de postar alguma coisa, qualquer coisa.
 
Tentei mudar o foco ao planejar a criação de blogs especializados, setoriais, a ser alimentados com o material extraído do Blogson. Um já nasceu, totalmente dedicado aos magníficos versos que publiquei no blog. O nome desse primogênito é “Os Versos que Eu Fiz”. O próximo, ainda em gestação é “Eu Não Sei DeZénhar” (original, não?).
 
Mas, voltando ao velho Blogson cuja morte matada fiz tanta questão de apregoar, a coisa complicou. E o estopim, acreditem se quiser, foi a morte por eutanásia do Zulu, um cachorro sem noção que estava morando aqui em casa há oito ou nove anos, desde quando seu dono e meu filho perguntou se podia deixá-lo “por uns tempos”, pois estavam de mudança para outra cidade e para um apartamento. Compraram o Zulu quase recém-nascido uns quatro anos antes, tinham por ele um carinho enorme, mas levá-lo era impossível. E assim ele foi incorporado à rotina da casa – comeu a sandália do pintor, destruiu uns dois espanadores, estraçalhou roupas, etc. Mas envelheceu, provavelmente sofreu um AVC, começou a dar sinais de desorientação, aparentemente perdeu o olfato e parte da visão, tudo isso em não mais que uma semana. Foi internado em uma clínica com a pressão a 20, com fortes dores abdominais, sem força para erguer-se sobre as patas e sem conseguir evacuar. O quadro se agravou ainda mais e a solução foi sacrificá-lo, depois de quatro dias internado.
 
Mesmo que eu não brincasse com ele, às vezes fazia um cafuné em suas orelhas depois de alimentá-lo. Por isso, quando foi decidido que precisava ser sacrificado para acabar com seu sofrimento incurável, resolvi me despedir dele. Fui até a clínica e o encontrei prostrado sobre uma manta no chão do consultório. Perguntei à veterinária quando ocorreria sua eutanásia e ela me disse: “Agora”. Abaixei-me perto dele, passei a mão em suas costas, fiz carinho em suas orelhas e encostei minha mão em seu focinho para que ele me reconhecesse, mas não esboçou a menor reação. Dei um tapinha em suas costas e saí
 
Desde esse dia sempre penso nele, em suas correrias desabaladas no quintal, no seu jeito bizarro de se esfregar no corredor da casa enquanto andava, no seu pavor de foguetes, na sua carência afetiva. E esse episódio, essas lembranças foram o gatilho, o botão do detonador que explodiu minhas certezas eternas, minha visão limitada e egocêntrica, pois descobri que gostava dele, de seus ruídos enquanto dormia ou, quando acordado, emitia sons que lembravam um gato desafinado. E fiquei pensando no blog.
 
Qual a necessidade de fazer a eutanásia do Blogson se a “doença” quem tinha era eu? Por que não deixá-lo formalmente vivo em vez de declarar sua morte artificial (pela terceira ou quarta vez)? Por que não buscar a serenidade de apenas publicar alguma coisa quando tivesse vontade ou assunto? O Blogson Crusoe sempre foi mais ou menos como o Zulu – fiquei incomodado muitas vezes, preocupado outro tanto, puto da vida uma centena de vezes mas sempre me diverti com sua interação, com a interação dos eventuais leitores que se animaram a comentar alguma coisa.
 
Por isso, a partir de agora, o Blogson ressuscitou. Podem malhar à vontade, podem rir de mim, podem dizer o que quiserem. Entretanto, para não passar muita vergonha, os dois últimos posts publicados serão removidos, pois não tem sentido falar em “fim”, “nunca mais” e fazer exatamente o contrário. Mas não serão apagados, serão apenas reprogramados para 2030 (sei lá, pode ser que eu precise deles de novo, de forma definitivamente definitiva, não é mesmo?). E continuarei com o “projeto” “Os filhos do Blogson”. Então é isso. Obrigado, Zulu, sentirei sua falta. Deixa a vida me levar...

ENDLESS LOVE

  Foi no carnaval de 1969 que se iniciou uma história de amor que eu não quero que acabe nunca – mesmo que eu saiba que um dia acabará. Já p...