domingo, 28 de novembro de 2021

ESCREVENDO TORTO POR LINHAS CERTAS


Dizem que Deus escreve certo por linhas tortas. Pode ser. Por mim, Ele pode escrever do jeito que quiser ou até mesmo não escrever. Por não ser Deus – nem mesmo um Messias -, meu caso é o inverso disso, pois sempre escrevo torto por linhas certas. Verdade! Como escrevo direto no computador, por piores e mais toscas as ideias registradas, sai tudo certinho, alinhado, justificado.
 
Após começar esse textículo com uma piada pra lá de infantil, preciso me explicar (mesmo que ninguém esteja interessado nisso). Não faz muito tempo, alguém disse gostar de ler o que escrevo. Fiquei tão feliz com o comentário que até o imprimi e mandei emoldurar. Mas não sei quem fez tão honrosa avaliação, pois o nome da pessoa foi coberto pelo paspatur – que os puristas da área de decoração chamariam de passe-partout – (Jotabê continua esguichando cultura inútil!).
 
Depois de mais outra piadinha horrível, o que quero dizer para quem fica travado quando pensa em escrever é o seguinte: quando tenho alguma ideia na cabeça - ou até mesmo nenhuma -, eu começo a escrever sem nenhum filtro, mas nenhum mesmo. Além disso, como sou péssimo para digitar (só uso dois dedos), erro de forma escandalosa, troco letras, aperto a tecla caps lock sem perceber e vou falando a besteira que vier à mente, por mais idiota, infantil ou doentia que seja. Para não pagar mico ou parecer artificial, sempre uso linguagem coloquial e evito ao máximo utilizar vocabulário sofisticado com que tenho pouca ou nenhuma intimidade (esse é o segredo). 
 
Se consigo chegar a algum final razoável, beleza. Se o texto fica incompleto a coisa pode se complicar um pouco quando tentar terminá-lo, pois não é incomum eu me esquecer do que pretendia dizer.  Mas, só depois de “serenados os ânimos” é que resolvo reler o que escrevi. Passo corretor de ortografia, consulto dicionários, regras gramaticais, releio algumas vezes, excluo o que pode parecer ofensivo demais (recorro a meu filho mais velho quando tenho alguma dúvida. E ele sempre manda cortar o trecho mais polêmico).
 
Para finalizar de forma definitiva (bateu um pleonasmo aqui), às vezes inverto a ordem dos parágrafos, corrijo mais algum vacilo et voilà! mais um texto jotabélico ficou pronto. Então, este é o recado para quem gosta do que escrevo (e também para os que acham meus textos uma merda): escrevam também, escrevam, escrevam, escrevam. É gostoso (acho que vou botar este texto em um quadro!).

12 comentários:

  1. o que gosto na sua escrita é a franqueza

    a graça está em falar a verdade ( o máximo possível)

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    1. Valeu! Imagino que você tenha se referido aos casos indexados com o marcador memória. Porque, se eu fosse inventar coisas não ocorridas eu estaria escrevendo ficção, concorda?

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    2. uma ficção sincera tb é legal
      se expressar com sinceridade é sempre um desafio
      muitas vezes alguém que escreve é mais sincero escrevendo por meio de uma ficção do que por outro forma

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    3. Quando tem alguma coisa me machucando ou incomodando eu faço "poesia", só para disfarçar.

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  2. Eu, volta e meia, deixo de publicar algum texto por não encontrar um final que o feche de uma maneira que eu goste.
    Que tal um filho do Blogson composto só pelos trechos mais polêmicos cortados dos textos?

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    1. Seria legal, mas eu não guardo nada do que já foi publicado. Ou melhor, os backups que eu faço são tirados do próprio blog, não guardo rascunhos.

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    2. Além disso, por não ter filtro nenhum e pela maioria dos cortes serem piadas jotabélicas, eu correria o risco de ser processado ou perseguido por homofobia (não sou homofóbico), racismo (não sou racista ou por piadas de cunho religioso (pretendo continuar vivo mais um tempo). Mas só para dar um gostinho apimentado, eu cortei parte de um texto antigo, onde contava a história de uma parente que deu para o cunhado. Meu filho mandou cortar na hora (e eu estou aqui entregando o ouro)

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    3. " uma parente que deu para o cunhado." por isso q uso pseudônimo, ahahahahaha

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    4. Pois é. E você falou em franqueza!

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    5. Uma parente que deu para o cunhado!!! Isso é Nelson Rodrigues puro! E você deveria parar de dar ouvidos a esse seu filho "caretão".
      Rapaz, e se eu (ainda) não fui processado, não será você a sê-lo.

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    6. Em tempo : franqueza no cu dos outros é refresco, né?
      Por isso que eu uso apelido tb.

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    7. A vantagem é que meus parentes não leem o blog.

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