Recebi de um amigo um vídeo onde um médico
psiquiatra aborda a “dissonância cognitiva coletiva” que parece ter atingido boa
parte da população brasileira nos últimos tempos. Não gostaria de falar de política ou tocar nesse assunto, mas, entre outras coisas, ele menciona que o comportamento exibido pelos bolsonaristas mais radicais (e põe radicais nisso!) tem indicado um problema de natureza psicológica ou psiquiátrica que extrapola seu aspecto político, por contestar a realidade mais básica. E foi essa visão que me atraiu, pois sou um psicólogo frustrado.
O médico exemplifica a dissonância cognitiva ao citar o caso de um paciente em surto que acreditava piamente ter um chip implantado em seu
corpo (que rouba informações, etecetera e tal). Menciona também o caso de um
parente próximo que tirou todo o dinheiro da poupança, pois “o Lula vai
confiscar a poupança de todo mundo”, tal como o Collor fez um dia. E uma das manifestações coletivas mais manjadas aconteceu quando membros da seita Heaven's Gate cometeram suicídio coletivo por acreditar ser essa a forma de embarcar em uma nave alienígena.
O vídeo não traz nenhuma receita pronta (exceto talvez a sugestão de tratamento psicológico ou psiquiátrico). Em vez disso, comenta sobre a inutilidade de apresentar fatos concretos e tentar argumentar com esse pessoal, pois suas crenças são tão arraigadas que só aceitam e assimilam o que as ratifica e confirma, mesmo que sejam fake news, meias verdades, etc.
As informações veiculadas pela mídia tradicional não são consideradas e têm menos credibilidade que as “notícias” recebidas através de seus grupos de whatsapp ou outras redes sociais. Na hora, pensei na posição geocentrista da igreja da época de Galileo Galilei. Um padre blasfemo poderia ficar tentado a dizer algo parecido com isso: “É o caralho que a Terra gira em torno do Sol!”
Achei super interessante o vídeo, ainda mais por dizer que esse tipo de desligamento ou negação da realidade já está mais para um problema psiquiátrico. Pensei em transcrever o vídeo para publicar no blog, mas fiquei com preguiça (são nove minutos!). Por isso, busquei na internet a expressão “dissonância cognitiva coletiva” e encontrei duas charges que comprovam o ditado de que “uma imagem vale mais que mil palavras”. Neste caso particular, duas imagens. Os autores são os excelentes Daniel Paz e Quinho. Olhaí.
Concordo totalmente com você. No início do blog meu ranço era com os petistas, a que não poupei nem um pouco. Tenho problemas pessoais que surgiram nos governos petistas. Então, escrever posts condenando ou ironizando as atitudes dessa gentalha talvez tenha feito surgir alguns amigos virtuais do blog. Depois, malhei o Temer e chegamos ao Bolsonaro. Juro que não tenho nada contra quem é de direita, mas não suporto fanatismo (venha de onde vier), burrice, ignorância, má fé e crueldade. E a extrema direita demonstrou várias vezes se alimentar desses sentimentos.
ResponderExcluirQuando eu via o Bozo com seu sorriso cínico de caipira, eu ficava escandalizado. Conheço um sujeito sem ética e sem moral e que grita, eleva a voz e exibe toda a sua falta de cultura para criticar e chamar de ladrão o Lula. O problema é que ele nunca foi um modelo de honestidade (para dizer o mínimo). Além disso, tendo um filho gay, nunca se importou de apoiar e defender um cara homofóbico.
Esse vídeo a que eu assisti fala disso. A pessoa se blinda tanto que não entende, não escuta ou não concorda com nada que não esteja na sua lista de crenças. É como se fosse uma histeria coletiva alimentada com vídeos tik tok. Hoje em dia eu sinto vergonha de ser confundido com os adoradores do mito. Da mesma forma sinto vergonha também de ser confundido com petistas. Detesto radicalismos e, principamente o tipo de radicalismo que temos visto em dias recentes. A partir de primeiro de janeiro já vou “afinar a ponta dos lápis” para descer o cacete no novo governo. Mas eu acabo ficando chato.
Não sei se já leu, mas faço no link abaixo uma explicação geométrica da minha visão de centro (não de centrão) Abraços.
https://blogsoncrusoe.blogspot.com/2022/09/triangulo-isosceles-republicacao.html
Isso mesmo. A história dos "remedinhos" é patética
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