Bom, continuando com a história, conseguimos
encontrar o hotel. Depois de uma caminhada de um quilômetro, talvez menos,
chegamos ao prédio onde a família estava hospedada. Não sei se meu irmão e
nosso amigo conseguiram manter contatos imediatos de terceiro grau com as
namoradas. Só sei que resolvemos dormir por ali. Onde? Na praia, lógico!
Descendo do platô onde fica o prédio para a
beira mar, há uma prainha muito, muito pequena, com uma inclinação mais
acentuada, condição que entendemos ser favorável para não ser atingidos pela
água se a maré subisse mais. Feita a escolha, decidida a questão, eu e meu irmão
desenrolamos os sacos de dormir, enfiamo-nos neles e foda-se o resto. Para ser
sincero, a verdade não foi bem essa. Nosso amigo trazia apenas a mochila de
roupas, que acabou servindo de travesseiro. Fizemos o mesmo com nossas tralhas
e tentamos dormir.
Pensem bem: três matutos mineiros tentando
dormir em uma praia desconhecida, com medo do mar subir e de animais que
porventura resolvessem aparecer por ali (cobras, caranguejos). Dormimos,
dormimos mal, dormimos um sono inquieto, desconfortável. Quando o dia clareou
eu já estava decidido a voltar para casa, pois programa de índio assim era
demais para minha cabeça.
E fomos encontrar as meninas, que estavam
tomando café com os pais. A mudança de ânimo aconteceu ali. O café do lugar era
farto e conseguimos ser convidados pela família para nos juntar a eles. Comi o
que podia comer, repeti o que podia repetir e a Vida ganhou luz, calor.
Trocamos de roupa no apartamento da família e fomos para a praia. Já nem me
lembrava mais de uma hora antes ter abominado aquela viagem e o desconforto
sentido até então.
À noite, continuávamos com o problema de onde
dormir. No prédio não podia e na praia,
nem fodendo. A solução deve ter sido dada pelo sogrão. Nós poderíamos dormir
dentro de sua Vemaguete! Abria-se a tampa do porta-malas, rebatia-se o encosto
do banco traseiro et voilá! Duas
pessoas “otimamente” acomodadas dentro de seus sacos de dormir (mesmo que os
pés ficassem para fora do carro). Mas éramos três! A solução possível foi o namorado
da filha mais velha ajeitar-se, contorcer-se no banco da frente. E o pior é que
ele era alto como nós (mais de 1,80m).
Essa situação durou apenas uns dois dias. Meu
irmão resolveu alugar uma bicicleta, derrapou na areia, caiu, cortou o braço,
deu alguns pontos e recebeu a recomendação de tomar antibiótico de oito em oito
horas. Como tomar esse medicamento com hora marcada dormindo dentro de um carro
no estacionamento?
É nessas horas que você vê que a Providência
Divina existe e que Deus protege os insensatos. A solução foi colocar meu irmão
acidentado dentro do apartamento, com a sogrinha trocando o curativo e controlando
os horários do remédio. E a traseira do carro ficou extremamente confortável
para duas pessoas, mesmo que só eu tivesse o saco de dormir. A partir daí foi
só alegria e praia todo dia. Não me lembro mais como nem onde almoçávamos, um
problema menor para mim, que era magro como um espeto.
E se alguém perguntar se tentei pegar a irmã mais
nova, direi que não, por dois motivos: era ainda muito nova, talvez com uns
quinze anos e aparentava não sentir atração por rapazes, ainda mais quando feios,
magros e carecas, pois me esqueci de dizer que estava com a cabeça raspada por
ter sido aprovado no vestibular de engenharia. Pegaria a irmã, mais feinha, mas
com um tchans muito atraente. Só que era a namorada de meu irmão, pô!
Bom, perdoem-me novamente, mas acho que vou
deixar o resto para amanhã. See ya!
ainda há a terceira parte. Espero que não se decepcione. Sairá à zero hora do dia 14. Depois disso, reunirei as três partes em uma só. (picaretagem? Sim, claro!)
ResponderExcluirA pimentinha dedo de moça ficou para o final.
ResponderExcluirEu sou um pouco verborrágico.
ResponderExcluirMudando radicalmente de assunto: Você conhece Robert Crumb, um desenhista porra louca americano? Ganhei de um dos filhos um livro sensacional desse cara. Durante QUATRO anos ele ilustrou ou desenhou o livro do Gênesis. Segundo ele, foi 100% fiel o texto (inclusive com duas filhas transando com o pai para que a linhagem do pai não se perdesse (muito louco!). Pois bem, imaginei você escolhendo um livro que curta e fazendo a ilustração da história, sempressa, sem cobrança. Depois de pronta oferecer a alguma editora. Claro, é o tipo do prgrama de índio que estou te sugerindo, pois você é bom demais.
ResponderExcluir