Não escrevo versos para me exibir
Receber elogios - nem conselhos
Receber elogios - nem conselhos
Escrevo porque dói, escrevo por espasmo.
Não escrevo com alegria
Alegria dispensa registro, escritos.
Para disfarçar um pouco a dor sentida
Finjo que escrevo versos, poemas, poesia
Mas não, pois isso é dom que não tenho
São frases partidas, quebradas em dois, três
Pedaços sem ponto final, vírgula ou rima -
- Ou com rima pobre, tornando pior o ruim.
Servem como selfies, fotografias
cerebrais, tomografias de emoções
Que transbordam e extravazam
E que escolhi guardar, preservar
Não para louvar, mas somente lamentar.
"Não escrevo com alegria, alegria dispensa registro, escritos". Como dizem no bairro em que vivo: aqui cê lançou a braba!
ResponderExcluirIsso seria o equivalente a "estar com a cachorra"?
ExcluirGostei dos versos serem uma tomografia das emoções.
ExcluirE sim, que está alegre, está alegre, não fica perdendo tempo a escrever. Por isso mesmo, talvez Paulo Francis tenha dito : intelectual não vai à praia, intelectual bebe. Ou coisa parecida.
Não. Significa que tu mandou muito bem!
ExcluirElogio de dois mestres da poesia é uma coisa boa demais (ainda que - na minha opinião - imerecida). Spoiler: o melhor dos quatro posts (também na minha opinião) sai amanhã.
ResponderExcluirRapaz, não que esse seja o caso, mas o melhor elogio é mesmo o imerecido; se devido ou justo, não é elogio, é só constatação.
ExcluirBoa!
ResponderExcluir