Antes de criar o Blogson, fiquei dividido
entre duas opiniões diametralmente opostas. Um dos meus filhos me incentivava a
criar um blog para colocar as coisas que escrevo, as coisas que gostei de ler,
enfim, essa viadagem que se encontra em um blog qualquer (creio que ele tentava
livrar-se dos e-mails que recebia). Curiosamente, outro dos meninos foi quase
enfático ao dizer que eu não deveria fazer isso, porque "é complicado
de mexer", etc.
Como sou inseguro de nascença, fiquei
cismado. Aí, lembrei-me da época em que meu pai (que também gostava de
escrever) me dava seus textos para ler, coisa que era mortal para mim, porque
os textos dele eram muito estranhos. Misturavam informações técnicas sobre
cimento com aquelas ironias meio depressivas sobre outras coisas (mais ou menos
como eu faço), o que provocava um efeito frankenstein lascado.
Por conta disso, fiquei pensando se, com o
blog, não provocaria o mesmo resultado nos parcos leitores que conseguiria
atingir (nisso, eu não errei). A vantagem do blog é que não seria objeto de
leitura compulsória, só leria quem quisesse (quase ninguém, a indiscutível
realidade).
Há muito tempo eu tento guardar tudo o que me
vem à cabeça (como se essas bobagens fossem a maravilha das maravilhas). Para
mim, o motivo seria bem simples: eu tenho mania de juntar coisas, colecionar.
Além disso, tenho predecessores ilustres. O Charlie Chaplin também não jogava
fora nenhuma ideia que lhe ocorresse. Registrava tudo e, no momento oportuno,
utilizava em algum de seus filmes. É o caso da cena da “dança dos pãezinhos”,
utilizada no filme “A Corrida do Ouro”, que foi primeiro filmada em um
jantar, se não me engano. E ele lá, de smoking, todo elegante, sem a
caracterização do vagabundo.
Há também o exemplo do Léo Jaime. Em uma entrevista bem antiga (bota bem nisso), ele contou que andava sempre com um gravador e um bloco de notas (não, ainda não existia smartphone nem tablet). Se pintasse uma melodia, ele gravava; se surgisse uma letra, ele escrevia.Na companhia de gente tão importante, eu achei que funcionaria também comigo. Mas não é bem assim.
Eu sempre tento escrever textos leves, bem humorados e até gosto de algumas coisas que escrevo, mas isso passa bem longe do que se conhece por literatura. Ou seja, eu até acredito que escrevo melhor que boa parte das pessoas, mas isso não significa nada em um país de tantos analfabetos funcionais.
Então, um bom apelido para este blogueiro que
aqui divaga seria (com a licença do Angeli) Walter Ego.
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