Não sei se já falei sobre isso em outro post;
se já, peço desculpas sob o argumento (real) de que os idosos têm tendência a falar
de um mesmo assunto mais de uma vez. A culpa disso é a perda de memória que
surge com o avanço da idade. Do que é mesmo que eu estava falando? Ah, lembrei!
Um blog autoral, por mais esterilizado ou sanguíneo que seja, tenha ou não qualidade literária, seja ou não bem
comportado, é uma ferramenta de inestimável valor para se conhecer a “alma” do
blogueiro. Não sei se algum psicólogo ou psiquiatra já atinou para isso, mas
deveria, se ninguém ainda o fez.
Uma coisa é certa: não há como esconder traços
importantes da personalidade do autor durante uma leitura atenta feita por profissional
dessa área. O texto é raivoso? Olha lá você como se fosse uma marca d’água. O
texto é bem-humorado, elegante ou vulgar? Sua sombra está projetada na parede.
Religioso, pornográfico, memorialista ou ficcional? Suas impressões digitais (boa essa!) lá permanecem. Ou
seja, um blog é como um retrato falado das obsessões, pulsões, medos e desejos
de quem o criou. Alguém poderá perguntar se também o Blogson é tudo isso. Mesmo
que o “tudo” não sirva para juízo de valor, a resposta será -“Claro que sim!”
Mas há outra coisa que um blog autoral faz
lembrar: ruínas de povos e vidas antigas, de sonhos e realizações há muito
extintos, sentimentos viscerais e em combustão de que restaram só as cinzas e as marcas
das chamas.
Acredito que essa é a melhor explicação para
um blog: ele mostra uma caminhada ao longo do período de sua existência,
pegadas erráticas e sem direção definida ou lineares e cheias de nitidez.
Por isso, quando alguém sente-se impelido a
excluir seu blog da web, age como se fosse um “estado islâmico” ao explodir
ruínas milenares. Sob o pretexto de combater a idolatria, acaba apenas
destruindo vestígios de povos extintos muito antes do surgimento de sua fé.
Outra coisa que me ocorreu agora é que excluir um blog equivaleria a excluir os lembretes e recados pregados na porta da geladeira. Nesse caso, o blog seria apenas um blog de recados - ou bloco de recados.
Outra coisa que me ocorreu agora é que excluir um blog equivaleria a excluir os lembretes e recados pregados na porta da geladeira. Nesse caso, o blog seria apenas um blog de recados - ou bloco de recados.
É por isso que o Blogson com seus posts anêmicos e desidratados permanecerá na web,
mesmo que autor já tenha desaparecido ou "dado um perdido" por aí. Aliás, ruína por ruína, Jotabê já é uma
delas.
Tá falando do blog da "J", né?
ResponderExcluirÉ. Se você pirou, se o saco encheu, basta que você pare de postar, não precisa remover o blog.
ExcluirNão é a primeira vez que ela despiroca e tira o Elemento Jota do ar, mas acho que ela volta. Primeiro que lá tem um material muito bom e, depois, que, segundo ela, o Elemento Jota, nasceu inspirado no Marreta do Azarão, o que o torna uma espécie de meu filho bastardo.
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