Minha reverência
de hoje é para o Gilberto Gil. Que é que eu posso falar dele? Que ele já compôs
melodias incríveis, que escreveu letras lindíssimas; que na década de 1960 pagou o maior mico ao participar de uma marcha contra o uso da guitarra elétrica na música brasileira
(antes de “Domingo no Parque”, bem
entendido), é pai da Preta Gil (você pode substituir pela Bela Gil, se quiser), foi ministro da cultura no governo Lula e “esqueceu” que o Tom Zé foi um dos integrantes
do Tropicalismo. Ou seja, se o
compositor é genial, o homem pisou em alguns tomates ao longo da vida (como
todas as pessoas fazem). Mas quem compôs “Flora”
merece todo o perdão do mundo.
Mesmo sendo lindíssima, não é essa a música que escolhi para reverenciá-lo. Escolhi “Cérebro Eletrônico”, composta e gravada antes de ele ser exilado na Inglaterra. Quase ninguém conhece e já está meio passada. Apesar de algumas expressões terem ficado anacrônicas, as sacadas ainda são muito boas. Vê aí.
Mesmo sendo lindíssima, não é essa a música que escolhi para reverenciá-lo. Escolhi “Cérebro Eletrônico”, composta e gravada antes de ele ser exilado na Inglaterra. Quase ninguém conhece e já está meio passada. Apesar de algumas expressões terem ficado anacrônicas, as sacadas ainda são muito boas. Vê aí.
O cérebro
eletrônico faz tudo
Faz quase tudo
Faz quase tudo
Mas ele é mudo
O cérebro
eletrônico comanda
Manda e desmanda
Ele é quem manda
Mas ele não anda
Só eu posso pensar
se Deus existe, só eu
Só eu posso chorar
quando estou triste, só eu
Eu cá com meus
botões de carne e osso, hum, hum
Eu falo e ouço, hum,
hum
Eu penso e posso
Eu posso decidir se
vivo ou morro por que
Porque sou vivo, vivo
pra cachorro e sei
Que cérebro
eletrônico nenhum me dá socorro
Em meu caminho
inevitável para a morte
Porque sou vivo,
ah, sou muito vivo e sei
Que a morte é
nosso impulso primitivo e sei
Que cérebro
eletrônico nenhum me dá socorro
Com seus botões de
ferro e seus olhos de vidro
Quem quiser ouvir,
siga o link:
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