quarta-feira, 31 de julho de 2024

TODOS ACHAM QUE EU FALO DEMAIS

 
A cantora Maysa era especialista em interpretar músicas "de fossa", que eu chamaria hoje de "proto sofrência". Os versos iniciais de uma dessas canções têm muito a ver hoje comigo: "todos acham que eu falo demais e que ando bebendo demais".
 
Tirando o fato de que eu não bebo nada, o restante está bem de acordo com meu comportamento atual, pois eu ando falando demais. Pelo menos é assim que sou criticado por minha mulher e meus filhos. Ao ouvir suas críticas, percebo que me tornei um boquirroto, um sujeito prolixo, um mala sem alça, que magoa, constrange ou ofende sem perceber que está fazendo isso. E mais uma prova dessa minha nova "especialidade" aconteceu hoje.
 
A padaria onde compro o pão nosso de cada dia tem mais rotatividade de funcionários do que um hotel suspeito localizado na periferia do centro da cidade tem de clientes. É um entra e sai lascado (estamos falando dos funcionários, ok?).
 
O motivo dessa rotatividade é o fato de o estabelecimento ser uma espécie de válvula de escape para os mais necessitados (estamos falando da padaria, ok?). Duas são as causas para isso: os baixos salários e uma gerente de maus bofes que, por qualquer motivo, cola o saco nos subordinados. Por isso, há sempre anúncios de que estão contratando gente.
 
Hoje, quando já ia pagar minha compra, vi afixado na parede, atrás do caixa, o seguinte aviso: “Contrata-se balconista. Interessados, trazer currículo”. O que posso dizer é que logo surgiram em minha mente desocupada duas atualizações para o mesmo anúncio:
 
Esta: “Contrata-se balconista. Interessados por baixos salários, trazer currículo”.
 
Ou esta: “Contrata-se balconista. Interessados com baixa autoestima, trazer currículo.”
 
Se eu tivesse apenas pensado e guardado a piada para publicar no blog, estaria tudo bem, mas eu disse as duas "graxinhas" para o funcionário que estava no caixa, que riu meio constrangido. Só depois percebi que não tinha sido nada engraçado para o funcionário, que está trabalhando nessas condições por pura necessidade.
 
Por isso, acho que vou alterar os versos da música de fossa para que fiquem ajustados ao meu comportamento inconsequente e leviano:
"Todos acham que eu falo demais, magoando e ofendendo osdemais”
 
Mas talvez a melhor versão seja esta:
Todos acham que eu falo demais e que ando postando demais.

segunda-feira, 29 de julho de 2024

SUCESSO DE VENDAS

 
Hoje, conversando com um sobrinho que tem um escritório no hipercentro de BH, ele me contou sobre os casos curiosos e até bizarros que ouve falar diariamente. Tanto que já pensou em chamar um jornalista para registrar em um livro essas histórias e os personagens que as protagonizam. Disse ainda que quer usar a Lei Rouanet para financiar o projeto. Achei engraçado, sinal de que ele não lê muito, pois hoje, no Brasil – e talvez eu esteja errado – só escritores consagrados conseguem ganhar dinheiro com a publicação de sua produção literária.
 
Mesmo assim, incentivei a conversa e o estimulei a gravar os relatos usando um aplicativo que converte fala em texto escrito. Disse também que ele só teria o trabalho de corrigir e acrescentar a pontuação ignorada pelo aplicativo.
 
Sua resposta foi que não tem tempo nem sabe como transformar um texto ditado em algo agradável de ler. E acrescentou:
- Você não quer fazer isso para mim?
 
Disse que poderia tentar ajudar, mas mentalmente recusei a sugestão. Se já é difícil “tirar leite de pedra” para escrever os textos que publico no Blogson, como conseguiria transformar as histórias narradas por meu sobrinho em capítulos de um livro que ele acredita ter potencial para transformar-se em um sucesso de vendas?
 
Prefiro pensar neste ensinamento de Mestre Ariano Suassuna:
- Arte pra mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação e festa.
 
E sabem por que aproveitei esta frase encontrada na internet? Porque escrever é uma tarefa ingrata, ainda que prazerosa. O trabalho que dá corrigir nossos descuidos durante a digitação não é fácil. Sem falar no uso inadequado de palavras com as quais temos pouca intimidade e na falta ou excesso de vírgulas e outros sinais gráficos.
 
Muitas vezes, leio textos agradáveis e divertidos, mas repletos de erros, como se quem os escreveu não se desse ao trabalho de reler o que foi escrito nem de usar um corretor ortográfico antes de publicá-los. Esse é o motivo de não aceitar a proposta de meu sobrinho: além da trabalheira insana para corrigir e formatar os textos ditados, ainda precisaria transformar relatos banais ou desinteressantes em histórias divertidas e pitorescas.
 
Citando mais uma vez o paraibano Suassuna: “Você pode escrever sem erros ortográficos, mas ainda escrevendo com uma linguagem coloquial”. E esse é meu maior problema: mesmo escrevendo sempre em linguagem coloquial por não ter a erudição e cultura necessárias para usar um vocabulário mais rico e sofisticado, fico enlouquecido quando percebo ter deixado passar algum erro de digitação ou gramatical. Porque ninguém merece ler textos cheios de erros! E essa dica vale para todo mundo que gosta de escrever.

domingo, 28 de julho de 2024

CRÔNICA, SÓ A DOR

Outro dia o blog “As Crônicas do Edu” – cujo título tem uma espantosa coincidência com o nome de batismo de seu criador, o serial blogger Eduardo Medeiros, assassino confesso dos incontáveis blogs que criou – publicou (deu para pegar o raciocínio?) uma simpaticíssima crônica sobre o Ariano Suassuna, onde relaciona sete frases ditas pelo autor d’O Auto da Compadecida. Adorei a leitura, os vídeos e as frases publicadas.
 
Como a única crônica que eu tenho para exibir hoje é dor no joelho, resolvi plagiar a ideia, certo de estar amparado pelo velho e bom Suassuna quando disse uma vez: “Eu não tenho imaginação, eu copio. Tenho simpatia por mentiroso e doido. Como sou do ramo, identifico mentiroso logo”.
 
Veja você como ele e eu somos parecidos, pois eu também gosto é de gente doida, fora do esquadro. Mas, ao contrário do paraibano, eu tenho problema de caráter, pois se algumas vezes eu penso não ter caráter nenhum em outras eu tenho absoluta certeza disso.

Outra diferença é que ele era imortal da Academia Brasileira de Letras, e eu não (uma injustiça quase intolerável para quem possui três e-books publicados – e com preços em dólar!).
 
Pois bem, seguindo minha sina de reprodutor de frases alheias (apenas de frases alheias, é bom frisar), pesquisei e selecionei várias atribuídas a Suassuna, além de algumas de origem duvidosa, mas que poderiam perfeitamente ter sido proferidas pelo paraibano. Nem sempre são reflexivas ou sofisticadas, mas todas mostram um pouco da personalidade do figuraça, do "Figurassuassuna". Mas fique tranquilo, Eduardo, retirei da relação as que você já tinha publicado.  Lêaí:
 

Arte pra mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação e festa.

Você pode escrever sem erros ortográficos, mas ainda escrevendo com uma linguagem coloquial.

A massificação procura baixar a qualidade artística para a altura do gosto médio. Em arte, o gosto médio é mais prejudicial do que o mau gosto... Nunca vi um gênio com gosto médio.

A tarefa de viver é dura, mas fascinante.

É muito difícil você vencer a injustiça secular, que dilacera o Brasil em dois países distintos: o país dos privilegiados e o país dos despossuídos.

Eu digo sempre que das três virtudes teologais chamadas, eu sou fraco na fé e fraco na qualidade, só me resta a esperança. Eu sou o homem da esperança.

Que eu não perca a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas.

Não sou nem otimista, nem pessimista. Os otimistas são ingênuos, e os pessimistas amargos. Sou um realista esperançoso. Sou um homem da esperança. Sei que é para um futuro muito longínquo. Sonho com o dia em que o sol de Deus vai espalhar justiça pelo mundo todo.

Dizem que tudo passa e o tempo duro tudo esfarela.

O sonho é que leva a gente para a frente. Se a gente for seguir a razão, fica aquietado, acomodado.

Jesus às vezes se disfarça de mendigo pra testar a bondade dos homens.

Tudo que é bom de passar é ruim de contar. E tudo que é ruim de passar é bom de contar.

Matar padre dá um azar danado. Sobretudo para o padre.

Os doidos perderam tudo, menos a razão. Têm uma (razão) particular. Os mentirosos são parecidos com os escritores que, inconformados com a realidade, inventam outras.

Ser poeta é muito bom porque eu não tenho nenhuma obrigação de veracidade. Eu posso mentir à vontade, cientista é que não pode.

O ser humano é o mesmo em qualquer lugar, em qualquer tempo, em qualquer que seja a sua condição. Você pode ser rico ou pobre, mas os problemas que afetam verdadeiramente o ser humano são os mesmos.

O autor que se julga um grande escritor, além de antipático é burro, imbecil. Um escritor só pode ser julgado depois da sua morte. Muito tempo depois.

O homem não nasceu para a morte: o homem nasceu para a vida e para a imortalidade.

A meu ver, enquanto houver um miserável, um homem com fome, o sonho socialista continua.

A globalização é o novo nome do imperialismo, e o gosto médio é uma peste, é muito pior do que o mau gosto.

Eu divido a Humanidade em duas metades: de um lado os que gostam de mim e concordam comigo. Do outro, os equivocados.

Som universal só conheço três: arroto, espirro e peido (perguntado se achava que o rock era um som universal).

Não me preocupo muito em ter ou não uma posição como artista. Literatura para mim não é mercado. É a minha festa, é onde eu me realizo. Digo sempre: arte é missão, vocação e festa. Não me venham com essa história de mercado.

A novela não tem nada a ver. Que língua é aquela que eles falam? Você está no meio de nordestinos aqui. Já ouviu um de nós falar daquele jeito? Aquilo não é fala, é miado de gato

Eu precisaria de alguém que me ouvisse. Mas que me ouvisse sentindo cada palavra como um tiro ou uma facada. (...) Cada uma tem seu significado sangrento.

Sou um escritor de poucos livros e poucos leitores. Vivo extraviado em meu tempo por acreditar em valores que a maioria julga ultrapassados. Entre esses, o amor, a honra e a beleza que ilumina caminhos da retidão, da superioridade moral, da elevação, da delicadeza, e não da vulgaridade dos sentimentos.

Sigo tendo pena de nossos adversários aqui em Pernambuco, porque eles não sabem o que é felicidade, porque felicidade é torcer pelo Sport.

Eu não conseguiria conviver com a visão amarga, dura, atormentada e sangrenta do mundo. Então, ou existe Deus, ou a vida não tem sentido nenhum. Bastaria a morte para tirar qualquer sentido da existência. (...) Para mim Deus é uma necessidade. (...) Se eu não acreditasse [em Deus], seria um desesperado.

É tanta qualidade que exigem para dar emprego, que não conheço um patrão com condições de ser empregado.

Tem gente que não gosta de adjetivo em texto. Eu confesso que não sei escrever nada sem adjetivo.

Não tenho medo da morte. Na minha terra, a morte é uma mulher e se chama Caetana. E o único jeito de aceitar essa maldita é pensando que ela é uma mulher linda.

Já me disseram que eu quero colocar a cultura brasileira dentro de uma redoma de vidro pra que ela não se contamine, e isso é bobagem. Sou a favor da diversidade cultural brasileira. Só não admito é a influência de uma arte americana de segunda classe.

Acho uma façanha chegar aos 78 anos bem-humorado

O Brasil tem uma unidade em sua diversidade. A gente respeita a cultura gaúcha, nordestina, amazônica. O que é ruim é este achatamento cosmopolita. Você liga a televisão e não consegue distinguir se um cantor é alemão, brasileiro ou americano, porque todos cantam e se vestem do mesmo jeito.

Todo mundo diz que cachorro gosta de osso, mas eu digo que gosta é de comida, como todo mundo. Se oferecerem osso e filé, qual o cachorro prefere?

Não troco o meu 'oxente' pelo 'ok' de ninguém!

Tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte: o riso a cavalo e o galope do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver.

Terceira idade é para fruta: verde, madura e podre.

Eu sou apaixonado pela vida, amo profundamente a vida. Olhe que essa maldita tem me maltratado, mas eu gosto dela.

  

sexta-feira, 26 de julho de 2024

JEUX OLYMPIQUES


Assistindo ao espetáculo de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris cheguei à conclusão de que o lema olímpico “CITIUS, ALTIUS, FORTIUS” mereceria um acréscimo para ficar de acordo com a cerimônia de hoje. Ficaria melhor assim:

“CITIUS, ALTIUS, FORTIUS, TAEDIOSIUS”,

que em língua de gente significa “Mais Rápido, Mais Alto, Mais Forte, Mais Chato”

WD40

 - E aí, como estão as coisas?

- Estou praticando uma nova forma de conversa, estou dialogando com as paredes.

- Que você quer dizer com isso?

- É simples. Eu minto, critico, elogio, pago o maior pau e digo tudo o que penso para as paredes, que apenas me escutam em silêncio. Ao contrário da maioria das pessoas, elas se comportam de forma muito educada!

- Isso é piada? Se for, é horrivelmente sem graça! Suas asneiras já foram bem melhores.

- Ah, não é tanto assim!

- Claro que é! Você precisa exercitar melhor seu cérebro, dar nele uma lubrificada, uma azeitada para o Alzheimer não te pegar.

- Cara, meu cérebro está tão lubrificado, tão azeitado que está me trazendo poblema.

- Poblema... Ô Idiota, já saquei qual é a sua! Desembucha logo essa “graxinha” que está doido para me contar.

- Meu cérebro está tão lubrificado que não estou conseguindo me lembrar de nada que me contam, pois nada para nele. Tudo o que ouço ou leio desliza para fora da memória.

- Potaquipareu, já está babando! Seus filhos precisam te interditar!

quinta-feira, 25 de julho de 2024

BOM DE MARKETING, RUIM DE VENDA - 03

 
Olhaí, Eduardo, promessa paga. A seguir, os títulos e textos de apresentação do último e-book publicado, “Confraria Das Hienas (Sem Medo De Ser Ridículo)”, lembrando que tudo foi publicado no bom e velho Blogson Crusoe. Fala sério, economizou uma grana, heim:?
 
Dedico este livro a tudo e a todos que me fizeram gargalhar, engasgar, relinchar e até chorar de tanto rir – atores e diretores de filmes hilariantes, autores, roteiristas e desenhistas de cartuns e histórias em quadrinhos, comediantes de TV, escritores e cronistas de humor, políticos sem senso de ridículo e ao saldo de minha conta bancária no final do mês.
 
Apresentação
Este livro reúne uma seleção de textos originalmente publicados no Blogson Crusoe (o finado blog da solidão ampliada) com a intenção de tentar fazer as pessoas rir com minhas idiotices e falta de senso.
Falando sério, não tem sentido falar sério em uma apresentação de textos “de humor” (talvez a apresentação acabe mais engraçada que os textos que se pretendeu apresentar).
Para encurtar esta gororoba, fica estabelecido que o material selecionado foi dividido em três seções, a saber:

- Esse Menino É Um Spamto – Textos e crônicas engraçadinhas;

- Aforismos, Desaforismos E Textículos – Frases e pequenos textos de humor tão mínimo quanto o tamanho dos aforismos e textículos (estou tentando vender este neologismo);

- Diálogos De Spamtar – Diálogos curtos e provocadores. De azia e má digestão, bem entendido.

Que mais? Ah, sim, o título do e-book homenageia aqueles animais que parecem estar sempre rindo, mesmo que nunca se saiba por que nem se descubra de quê. 

Esse Menino É Um Spamto!

Toscana, Berço Da Cultura! (Julho, 2014)

Minhas Mãos Me Fazem Lembrar O Chuck (Setembro, 2014)

Carteira De Identidade (Novembro, 2014)

Isso Pra Mim É Grego! (Novembro, 2014)

A Velhice É Uma Época De Trevas (Novembro, 2015)

Dismorfeu (Maio, 2016)

Oróscopo (Maio, 2017)

Vai Dar Praia (Tempestas Praenuntientur) (Maio, 2017)

Confabulando (Janeiro, 2018)

Sudoco (Janeiro, 2019)

Essa Piada É Do Ca(*)! (Novembro, 2019)

No Reino De Asgard (Maio, 2020)

A Lenda Do Sabugo (Setembro, 2020)

Eu Me Odeeio! (Setembro, 2020)

Uma História Fabulosa (Janeiro, 2021)

Audição Privilegiada (Janeiro, 2021)

Paloma (Janeiro, 2021)

E Agora, José? (Fevereiro, 2021)

As Cartas Não Mentem (Dezembro, 2021)

Falando De Arte (Dezembro, 2021)

Injúria Secreta (Maio, 2022)

Césio 133 (Junho, 2022)

Síndrome Do Impostor (Julho, 2022)

Algoritmos (Setembro, 2022)

Flopou! (Setembro, 2022)

Enredado Nas Redes Sociais (Novembro, 2022) 

Aforismos, Desaforismos E Textículos
Segundo o dicionário Houaiss, aforismo pode ser assim definido: “Máxima ou sentença que, em poucas palavras, explicita regra ou princípio de alcance moral”.
Encontrei na internet este texto: “Os aforismos caracterizam-se, sobretudo, pela brevidade e precisão. São concisos e taxativos, apresentam um discurso quase sempre doutrinador, conciliando literatura e filosofia. Aproximam-se, conforme definição do dicionário, dos provérbios populares, pois contêm máximas capazes de traduzir amplos e complexos conceitos por meio de pequenas sentenças”.
Pensando nisso, tive a pretensão de reunir as melhores frases e pequenos textos de minha autoria (a má qualidade já denuncia). Mas não são aforismos reais, são piadinhas contidas em "textículos" (estou tentando vender esse neologismo!) e, no máximo, alguns “desaforismos”. Devo confessar que me diverti horrores ao fazer essa escolha. Depois de selecionados ainda coloquei em ordem alfabética. Sério, apesar de ser coisa de gente doida, foi uma puta diversão! Feita tão erúdita introdução, só me resta apresentar o resultado dessa peneirada.
 
Diálogos De Spamtar
Os Diálogos de Spamtar que criei durante a vida do blog sempre seguiram uma receita básica: pensava uma besteira qualquer e depois, pra justificar a bobagem, criava um diálogo ainda mais ridículo ou uma historinha bem imbecil. Em minha defesa, devo dizer que nunca forcei minha mente para pensar o lixo que coloquei no Blogson Crusoe. A coisa vinha naturalmente. Imagino que isso deve ser fruto de um cérebro afetado pelo contato frequente com uma mistura de água sanitária e produto de limpeza à base de amoníaco (essa é uma história para outra ocasião). Depois desse lero-lero, apresento uma seleção do “melhor do peor”. Haja antiácido! 

Previdente (Junho, 2014)

Top Chef (Agosto, 2014)

Taj Mahal (Setembro, 2014)

Pensou Que Era O Quê? (Junho, 2014)

Conversa De Botequim (Julho, 2014)

Floyd Exprica (Outubro, 2014)

Penalty (Janeiro, 2015)

Sacando A Rolha (Abril, 2015)

Muito Romântico! (Maio, 2015)

Quem É Igual A Mc Dois? Dj Einstein? (Outubro, 2015)

Só Vou Contar Até Três! (Novembro, 2015)

Ecos Do Big Bang - 01 (Abril, 2016)

Ecos Do Big Bang - 02 (Abril, 2016)

Efeito Estufa (Janeiro, 2017)

Pesquisa (Outubro, 2018)

Pão De Fel (Outubro, 2018)

Black Friday - A Verdade (Novembro, 2018)

Só Tem Uma! (Maio, 2019)

Tiozão Do Churrasco (Maio, 2021)

Esporte Fino (Março, 2022)

No Psiquiatra (Novembro, 2014)

Cultura Muito Inútil (Dezembro, 2014)

Gps Chinês (Maio, 2015)

Bum Bum Praticumbum (Fevereiro, 2016)

Aposta (Janeiro, 2017)

Confessio (Junho, 2018)

Davi (Julho, 2018)

Artrose (Dezembro, 2018)

New Era (Janeiro, 2019)

Amarrando A Maior Boda (Abril, 2019)

Eia, Sus! (Dezembro, 2019)

Parabéns Pra Você! (Janeiro, 2020)

Eu Não Ouvi Isto! (Janeiro, 2020)

Jogral (Novembro, 2022)

Missa, Missa (Julho, 2021)

Enunciado (Abril, 2023)

 

BOM DE MARKETING, RUIM DE VENDA - 02

 
Olhaí, Eduardo, a relação das crônicas e contos publicados no e-book “Meu Nome É Ricardo (Contos, Crônicas E Divagações)”
 
Literatice: literatura de má qualidade e pretensiosa; literatismo.
 (Oxford Languages)
 
APRESENTAÇÃO
Creio que assim como muitas pessoas que se dispõem a escrever suas lembranças, memórias, fantasias e poemas, eu sempre desejei publicar um livro (mesmo que o conteúdo provavelmente pudesse ser risível e de baixa qualidade). Agora, com o incentivo e colaboração de um amigo virtual, o multitalentoso Fabiano Caldeira, o desejo está sendo realizado. Graças à sua expertise na publicação de livros digitais, graças a seus conhecimentos, dicas e sugestões ele tornou-se uma espécie de produtor deste livro. Obrigado, Fabiano.
Agradeço também ao jovem Daniel Coelho, titular do excelente blog Mixidão (https://mixidao.com.br/), pela criação da lindíssima capa deste e-book. Obrigado, Daniel, você é o cara!
Os textos em prosa apresentados a seguir são o resultado de uma seleção das postagens que fiz no finado blog Blogson Crusoe, divididos em “contos”, “crônicas” e “divagações”.
Segundo a professora Claudia Moraes, “conto é um gênero caracterizado por ser uma narrativa literária curta, tendo começo, meio e fim da história narrados de maneira breve, porém o suficiente para contar a história completa”. Eu apenas completaria, dizendo que meus contos são puramente ficcionais, mesmo que fortemente multibiográficos.
Nas “crônicas” que escrevi eu tentei capturar ou registrar o lirismo escondido em situações ou momentos que presenciei ou de que ouvi falar. Já as “divagações” seriam o registro de reflexões que fiz e faço sobre meus sentimentos e emoções.
Então, ficamos assim: neste livro os textos de ficção são “Contos” e as narrativas de fatos reais são “Crônicas”. E se forem apenas conversas comigo mesmo, são “Divagações”. O ponto em comum é o fato de serem apenas literatice, literatura de má qualidade. 

Sumário

O Sentido Da Vida (Norton Antivirus)

Álbum De Casamento

A Vida Não Cabe

Encontro Não Marcado

Um Estrangeiro

Contando Rebites

Acerto De Contas

Inimigos Íntimos

Possuído Pelo Medo

Vem, Não Deixe Pra Depois

Reunião Anual Da Turma De 1975

A Improvável História De Dona Belarminda E Seu Agenor

Meu Nome É Ricardo

Aceita Um Café?

Velhinho Ostentação

Hoje Amanheci Pensando Em Me Despedir

No Velório

Enigmas De Um Retrato

Fita Cassete

Souvenirs

Moagem

Mundo Linear

Curta Mensagem

Cartela Do Tempo

Engaiolado

Arquivo Perdido

Sonhando De Olhos Abertos

Fortaleza

Boi Preto

Mosaico Do Tempo

Rua Vazia

 

BOM DE MARKETING, RUIM DE VENDA

Este post é uma promessa feita ao Eduardo Medeiros, dono do blog “As crônicas do Edu”, que ficou incomodado com o preço em dólar dos três e-books que publiquei na Amazon. Ao lhe dizer que todo o conteúdo dos livros foi retirado do Blogson, repondeu: “Você é um péssimo marketeiro”. A visão que tenho de mim mesmo é que sou ótimo de marketing e péssimo vendedor. Por isso resolvi ajudá-lo. Taí, Eduardo, a lista dos “poemas” publicados no e-book “O Eu Fragmentado (Versos Cheios de Prosa)” e a data em foram publicados no velho Blogson. Divirta-se.
 
Mesmo sem querer, fala em verso quem fala a partir da emoção
 (João Cabral de Melo Neto
 
Apresentação do E-Book
Os sessenta poemas deste livro foram originalmente publicados no blog Blogson Crusoe. E por que algumas vezes escolhi registrar meus pensamentos no formato “poesia”? Creio que a explicação é simples: um texto em prosa é como um rio cujas águas vão deslizando pelos meandros e curvas suaves, tranquilamente, sem sobressaltos, serenamente. A poesia, ao contrário, lembra um rio turbulento, nervoso, com corredeiras, as águas agitadas despencando em cachoeiras e precipícios.
Em outras palavras, o texto em prosa lembra um arado que vai revolvendo a terra de forma metódica, enquanto a poesia lembra alguma coisa sendo arrancada da terra à mão, no muque. Serenidade versus explosão. Quando escolhi escrever textos na forma de “poesia” (mesmo que fosse prosa disfarçada em poema), é porque alguma coisa estava explodindo dentro de mim.
Mas o Millôr Fernandes, em uma entrevista, fez um comentário provocador ao afirmar que "Quando se deliberou que não haveria mais métrica e rima na poesia, toda senhora de 50 anos começou a fazer poesia".
Depois dessa frase, preciso reconhecer que os poemas que eu escrevinhei não são Literatura de verdade. No máximo, são Literatices, literatura de má qualidade. Lembro também que o subtítulo escolhido é uma ironia decorrente do fato de não achar que escrevo versos, mas textos em prosa – quebrados para parecer que são poemas (e não são). Mesmo assim, sejam eles prosa ou poesia, os textos selecionados não deixam de ser fragmentos de um mosaico incompleto, o mosaico do que sou eu.
Março, 2023

 

Eu Envelheço (Ago/2015)

Nós, Os Desajustados (Dez/2016)

Astronauta (Fev/2017)

Incorrigível (Fev/2017)

Rap Da Gramática (Mai/2017)

A Certeza (Mai/2017)

Evolução (Nov/2019)

Sem Chance (Jan/2020)

Todo Dia (Fev/2020)

Um Dia (Mar/2020)

Apocalipse (Abr/2020)

O Medo Em Seus Domínios (Fev/2021)

Perfil (Jun/2022)

Embaraçado No Cordel (Mai/2022)

Últimos Desejos (Nov/2022)

Não Sei (Abr/2017)

À Deriva (Jul/2017)

Terceirização (Ago/2017)

Despedida (Abr/2018)

Ciranda (Nov/2018)

Caminhante Noturno (Mar/2020)

Juízo Final

O Pródigo (Set/2021)

Sem Rima, Sem Poesia (Jan/2021)

Para Sempre (Jun/2022)

Quadrinha (Set/2022)

O Dia (Nov/2022)

Espelho (Out/2016)

Sinfonia Banal (Mai/2017)

Divisor (Ago/2017)

Correntes (Nov/2017)

Receitas De Pai (Ago/2018)

Água Parada (Mai/2020)

3, 4, 5, 6, 7 (Jun/2020)

Reflexos (Set/2020)

Imagens (Nov/2020)

Frases Quebradas (Jan/2021)

Mensageiro Da Madrugada (Jul/2021)

Anti-Soneto (Jul/2015)

Tenho Medo (Out/2016)

Dúvida (Mar/2017)

Ah, Se... (Jun/2017)

Poison (Ago/2017)

Cromo Soma (Ago/2017)

Fragmentado (Abr/2018)

Trindade (Fev/2019)

Dono Da Verdade (Ago/2019)

Horário De Inverno (Set/2019)

Ah, Se Eu Pudesse! (Jan/2021)

Pele (Jun/2021)

Um Brinde Ao Vazio (Jul/2021)

Rescaldo (Set/2022)

À La Carte (Out/2015)

Ano Novo (Jan/2017)

Apenas (Abr/2017)

Cordas De Nylon (Set/2018)

O Que Você Fará? (Nov/2018)

Brumas Em Brumadinho (Jan/2019)

Ampulheta (Ago/2019)

Único Desejo (Jan/2021)

 

SOFIA

 
Enquanto o dono do blog "A Marreta do Azarão" se esbaldava criando memes sobre o Taxhaddad e o titular do blog "Um brasileiro gay" descolava imagens tétricas para seu novo e-book de terror, eu cutuquei a IA Suno para fazer uma musiquinha que combinasse com uma letra que fui escrevendo só para passar o tempo.
 
Mariana é uma moça que tinha o sonho oculto de ser mãe. Não imaginava mais que isso acontecesse por já estar com quarenta anos ou mais. Mas aconteceu, ao ficar grávida da Sofia, um bebê rechonchudo e risonho como a maioria dos bebês de sua idade. E esse foi o “click” para eu começar a escrever frases soltas, depois reorganizadas e apresentadas à Dona Suno. A melhor versão melódica surgiu na décima tentativa. Olhaí a letra (a divisão de versos está de acordo com a leitura feita pela IA):
 
Mariana tinha um sonho
Sonho que mais ninguém,
Só ela conhecia
Era um sonho antigo
Que em sua mente pensava
Que jamais ocorreria
 
E afinal que sonho era esse
Que nunca talvez ocorresse?
Era um sonho simplesinho
De menina sonhadora
Ela queria ter um filho
Só pra enchê-lo de carinho
 
Mas não podia ser comum
Tinha de ser diferente
Desses que toda mãe quer ter um
Melhor ainda se fosse uma
Uma linda menininha
Risonha, alegre, fofinha
E que se chamasse Sofia
 
E foi o que aconteceu
Quando o Francis conheceu
Logo se enamoraram
Fizeram mil planos, casaram
Pra nova casa mudaram
 
E hoje é só alegria
Pois não há avô, avó, tio ou tia
Que não se encante com Sofia
 
E todos ficam babando de alegria e afeto
Por essa bebê que uniu
Todo mundo em volta dela
Tio Betinho, Vó Eunice, Vô Roberto,
Papai Francis que agora só dorme
Com um olho fechado e outro aberto
 
E não sei mais que dizer
Por isso paro aqui
Esta espécie de cordel
Que tentei encher de cores
Com imaginário pincel
 
Mas difícil imaginar
Que música vai fazer
A Suno desmiolada
Só espero que esse som deixe
A mãe da Sofia encantada
 
E agora, “delicie-se” com a música:
 
https://suno.com/song/9df634a0-53af-43ce-86ff-f8c55cb3c29b
 

quarta-feira, 24 de julho de 2024

NÃO PUBLIQUE!

 
NÃO PUBLIQUE! À primeira vista isso seria um alerta para não ser cancelado, execrado, ofendido pelas patrulhas politicamente corretas, que veem racismo até na cor da sua meia branca ou machismo na sua piada sobre a sogra, pois essa gente é muito mal humorada, rancorosa e com vocação para procurar cabelo em ovo ou minhoca no asfalto. Moderna forma de censura, portanto.
 
Outra hipótese é que uma carimbada ou um aviso desse pode ter sido uma ordem antipática dada na década de 1960 por uma autoridade ou superior hierárquico, para preservar a ordem institucional, em defesa da moral e dos bons costumes ou para não tornar pública alguma irregularidade cometida por seu “malvado predileto”. Essa foi uma forma antiga de censura de numerosa e larga utilização.
 
Mas pode ser algo mais simples e menos abrangente, talvez uma súplica, um pedido para que não se torne pública uma confidência ou desabafo de alguém que não tendo outro meio de comunicação, faz esse comentário no blog do destinatário da mensagem. Sendo um pedido feito na mais estrita confiança em quem recebe esse comentário, é quase como aquela confissão que a gente faz ao padre no confessionário.
 
Dureza é quando, de repente, você começa a pensar que o assunto para o qual pediu reserva pode estar sendo compartilhado com mais pessoas. Espero que isso nunca aconteça comigo, pois eu ficaria muito decepcionado!
 
No velho Blogson Crusoe não tem coré coré, pois mesmo sujeitos a moderação prévia e ainda que não concorde com a opinião do leitor que os faz, todos os comentários são publicados. A única exceção acontece para aqueles que começam com o pedido “Não Publique”. Quando isso acontece eu apago o comentário imediatamente depois de lido. Nem poderia ser diferente, pois sou um cavalheiro, quase um cavaleiro sagrado pelo Rei Charles, aquele que quando ainda era príncipe queria ser um o.b.
 
A propósito dessa sagração, cabe aqui um comentário: mesmo considerando extremamente honrosa essa distinção, eu acho que me sentiria constrangido se o Rei Charles tocasse uma parte de meu corpo com sua espada – ainda que ela seja uma espada real. Porque, espada por espada, prefiro a minha, mesmo que esteja enferrujada e sem corte, jamais uma espada de terceiros.
 
Que eu estava mesmo dizendo? Ah, sim, talvez seja melhor não publicar o parágrafo anterior, distante do tema original, mas segue o baile.
 
Agora, o que mais me surpreende é a reação provavelmente raivosa de donos de blog quando se recusam a publicar comentários feitos a título de tréplica. Pense bem, o sujeito faz uma postagem recebe uma crítica à idiotice que publicou, reage à crítica com um comentário irado e cheio de preconceitos. Ao receber a tréplica, ao comentário do comentário, fica puto e se recusa a publicá-lo. Ainda bem que isso nunca aconteceu comigo. Em todo caso,pelo sim pelo não, abro meu coração, é melhor lhe dizer... Não, pode parar, pois isso é letra de música antiga!
 
Reiniciando o cérebro, o que eu quero dizer é que a partir de agora, como medida cautelar (isto ficou muito chique), estou pensando em começar meus comentários já avisando: “NÃO PUBLIQUE!”

 

segunda-feira, 22 de julho de 2024

MARCO ÍRIS? ENTENDI...


Quando minha neta Bia estava com cinco anos, cometeu um equívoco super tchutchuquinha: ao comentar sobre o arco-íris ela disse “marco-íris”. O pai logo imaginou alguma coisa relacionada com “mar”, Quando fiquei sabendo disso, minha mente doentia logo imaginou um novo personagem de HQ, eventualmente pertencente ao espectro LGBTQIA+ (por que não?). Quer melhor nome para o personagem principal que “Marco Íris”?
 
Aí resolvi registrar a ideia em um post a que dei o título de “Protótipo”, não no sentido de propriedade intelectual, apenas de preservação da memória. Publicado em setembro de 2023, o texto trazia a essência do que eu havia imaginado:
 
Marco Íris... Quer nome mais simpático? Se eu ainda tivesse inspiração e motivos para rir tentaria fazer uma pequena série com esse personagem. Seriam desenhos super esquemáticos, talvez do tipo "palito", quase infantis, apresentando as "aventuras" e desventuras do protagonista, mas cheios de non sense. Além disso, não seria nada sexualizado, nada muito malicioso. Seriam piadas toscas tipo "quinta série", assim imagino. O cenário e personagens coadjuvantes em formas minimalistas seriam obrigatoriamente apresentados em cores exuberantes - menos o protagonista “Marco Íris”, o personagem principal. Ele sempre seria representado, sempre “vestiria” apenas tons de cinza, preto e branco.
 
Essa era a piada, um (m)arco íris em preto e branco. Bom, graças à ajuda das formas geométricas do Word e ao meu “enorme” conhecimento de Paintbrush (já declaro que não tenho Photoshop instalado no meu computador e nem sei mexer com essa merda), fiz um desenho mega tosquíssimo só para fixar e ilustrar a ideia. O resultado – perdoem-me a vulgaridade – ficou uma bosta.
 
Ontem, entretanto, ao ver nas estatísticas que alguém havia acessado esse post, resolvi pedir ajuda à IA Ideogram para criar um desenho mais bonitinho dessa ideia. Mas as IA, apesar de artificiais, são muito temperamentais e parecem ter um comportamento muito humano, pois eu pedia uma coisa e ela, de sacanagem, me entregava outro. O texto que propus foi este:
 
“Desenho caricato apresentando três crianças, um menino e duas meninas, em um cenário de cores exuberantes, com árvores, flores e arbustos. As meninas também são coloridas, com os rostos corados e com cabelos louros ou ruivos. Tudo é colorido, exceto o menino que é apresentado todo ele nas cores preto branco ou cinza, inclusive suas roupas.”
 
Infelizmente, esqueci-me de pedir uma versão em que o Marco Íris se veste de menina e as meninas usam roupas masculinas. Ficaria hilário, mas agora é tarde. E se alguém foda em desenho quiser aproveitar essas ideias para criar uma HQ com humor de quinta série e desenhos bem toscos e esquemáticos (do genial Angeli para baixo), tem minha benção. Depois de quatro solicitações que resultaram em dezesseis desenhos, escolhi o menos pior para esta postagem e deixei a IA entregue às suas idiossincrasias humanas. Olhaí.




ESTRELA DE BELÉM, ESTRELA DE BELÉM!

  Na música “Ouro de Tolo” o Raul Seixas cantou estes versos: “Ah! Mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado. Macaco, praia, ...