terça-feira, 16 de julho de 2024

ASSIM FALAVA ALHAZEN

 
Minha mente é sempre atraída pelo inusitado, pelos assuntos que a maioria das pessoas passa ao largo. Por isso, apesar da maciça cobertura dada pela mídia ao atentado contra Donald Trump e suas implicações na política americana e até sua influência na geopolítica mundial, o que chamou mais minha atenção foi um artigo que mencionou o filósofo e cientista árabe Alhazen, também conhecido como Ibn al-Haytham (965-1040). Acessando a internet, decobri que ele é considerado um dos maiores cientistas da Idade Média e é frequentemente citado por sua abordagem rigorosa e crítica ao conhecimento científico.
 
“Alhazen é especialmente famoso por suas contribuições à ótica e pelo desenvolvimento do método científico. Ele acreditava que a busca pela verdade exigia uma mente crítica e uma disposição para questionar todas as autoridades, incluindo os antigos sábios. Ele é amplamente conhecido por sua insistência no ceticismo e no rigor científico. Um de seus textos mais citados sobre esse tema é extraído de seu trabalho "Kitab al-Manazir" (O Livro da Óptica)”.
 
E o que chamou minha atenção na reportagem foram exatamente trechos do texto mencionado, onde ele aborda justamente a importância da dúvida e da independência intelectual. E o que me atraiu foi sua aplicabilidade ao dia a dia das pessoas e sua tendência a acreditar em tudo o que leem sem questionar nada, especialmente nesta época de fake news descontroladas. Ralei para achar o texto mais completo na internet do que o apresentado na reportagem, tive o trabalho de digitar em inglês (pois era uma imagem) e depois traduzir (obrigado, Google Translator). A tradução não ficou muito elegante, mas valeu a pena. Olha o texto aí.
 
Quem busca a verdade não é aquele que estuda os escritos dos antigos e, seguindo sua inclinação natural, coloca sua confiança neles, mas sim aquele que suspeita de sua fé neles e questiona o que recolhe deles, aquele que se submete ao argumento e à demonstração, e não às palavras de seres humanos cuja natureza é cheia de todo tipo de imperfeição e deficiência. Assim, o dever do homem que investiga os escritos dos cientistas – se aprender a verdade é seu objetivo – é fazer de si mesmo um inimigo de tudo o que lê, e, aplicando sua mente ao núcleo e às margens de seu conteúdo, atacá-lo de todos os lados. Ele também deve suspeitar de si mesmo enquanto realiza seu exame crítico, para que possa evitar cair em preconceito ou complacência.
 

Um comentário:

  1. O Alhazen está certo, porém, é preciso não cair em um cetici-ismo. Ou seja, duvidar por duvidar. Duvidar porque é politicamente correto duvidar do que quer que seja que venha do outro lado. O importante hoje em matéria de notícias e postagens que aparecem nas redes, é atestar a veracidade por múltiplas fontes confiáveis.
    Vi muita gente no dia do atentado dizer que era fake news, tal qual a facada no Bolsonaro. Mas está claro que de fato, o Trump, por poucos milímetros não está morto. Viu uma animação que fizeram que mostra que no exato momento em que a bala se dirigia para a cabeça do Trump ele dá uma leve inclinada para um lado e a bala passa raspando em sua orelha.
    Tem bolsonaristas fieis que dizem que foi coisa de Deus...

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