quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

SÓ PARA PROVOCAR UM POUCO

 
Eu gosto de fazer releituras do cotidiano a partir da crítica e da ironia, às vezes desmontando ou desconstruindo situações registradas pelas câmeras de celular, estando ou não presente nessas imagens.
 
Por eu ser um antissocial que meus conhecidos parecem adorar – porque sou cínico o suficiente para aparentar que estou achando graça das tolices que dizem nas reuniões a que sou obrigado a ir (quando estou mais interessado nas guloseimas disponíveis), meus pensamentos se formam como as imagens que são refletidas em uma casa de espelhos de parque de diversões.
 
Hoje, depois de ter encontrado no facebook o perfil de um ex-colega com quem trabalhei durante mais de dez anos, tentei ver sua aparência atual (porque sou curioso e por não termos ele e eu imagens que nos identifiquem). Aí resolvi examinar a galeria de fotos de seus amigos. Acabei ficando com saco cheio de bisbilhotar imagens de desconhecidos, mas uma delas chamou minha atenção: um encontro de senhoras, ex-colegas formadas no século passado, todas sorridentes, todas envelhecidas, todas atingidas pela erosão provocada pela passagem do Tempo, algumas brindando alegremente aquele momento.
 
Essa imagem pôs em movimento meu lado politicamente incorreto e saiu esta “reflexão” (só um pouquinho ácida):
 
A miséria é triste, as guerras são trágicas, as dores precisam de cura, a fome precisa ser saciada, as perdas nos abatem e machucam, mas nada é tão deprimente quanto as fotos do encontro de antigos colegas passados quarenta anos depois da formatura.

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