Alguns assuntos funcionam como cometas em minha mente: surgem lá dos confins do cérebro, dão uma orbitada pela consciência e depois desaparecem novamente, ressurgindo quando menos se espera. O tema deste post é um desses "cometas".
Se você não é analfabeto funcional, se concluiu o ensino médio ou se é
um privilegiado e feliz leitor do Blogson Crusoe - onde teve a oportunidade de ler o magnífico
post “Dura
Lex Sed Lex, no Cabelo só Gumex” (https://blogsoncrusoe.blogspot.com/2015/01/dura-lex-sed-lex-no-cabelo-so-gumex.html
) – certamente já ouviu falar de Hamurabi,
Código de Hamurabi, lei de talião ou
lex talionis.
Caso não se enquadre em nenhum desses perfis talvez já tenha ouvido a
expressão “olho por olho, dente por
dente” ou sua versão hair stilist
“óleo por óleo, pente por pente”. Se nem isso faz sua mente se libertar do
gumex cerebral que a mantém fixa e resistente a informações inúteis mas
necessárias para retirá-lo da condição de toupeira analfabeta, eu desisto.
Porque este texto é endereçado às pessoas que têm um mínimo do que eu
chamaria de cultura pop, que pensam, refletem e raciocinam, concordando ou não
com o que pretendo dizer a partir de agora. Conseguiu entender as frases longas
desta introdução? Então bora lá.
Segundo a Wikipédia, Hamurabi foi o sexto rei babilônico, viveu
no século XVIII a.C., bla bla bla. O diferencial de Hamurabi em relação
aos outros reis da mesma época, mais preocupados em invadir e saquear as
cidades-estado que conquistavam (além de desejar e comer suas mulheres) é que Hamu (um pouco de intimidade não faz
mal) resolveu criar um código de conduta para seu povo, formado por 282 artigos,
que mandou registrar e gravar em uma estela de formato fálico, enoorme, talvez para lembrar que uma lei só
funciona se for dura e cumprida (não confundir com "comprida").
Em sua época, a população mundial estimada girava em torno de 100
milhões de pessoas (gente pra caramba). Hoje, 3.700 anos depois, está em torno
de 8 bilhões, um formigueiro de gente, um cupinzeiro que não para de devorar e
exterminar espécies vegetais e animais.
Para disciplinar essa zona, essa babel, a bandidagem, os corruptos, os
pedófilos, os traficantes e os feminicidas deveriam ser surrados, exemplados
com vergalho de boi – embora acredite que faltaria “material” para tantos
merecedores dessa pena. Por isso, o código de Hamurabi seria uma boa opção (o
que teria de “van goghs” e manetas por aí não seria normal).
Pois bem, essa “proto-constituição cidadã” não dava moleza, não tinha
essa de mamãozinho com açúcar, pois com o Hamu era ripa na xulipa. Com ele e
com seu código o pega pra capar funcionava, tudo era muito rápido, não tinha
essa de prescrição de crimes.
Hoje, a percepção da impunidade me incomoda muito, principalmente diante das barbaridades de todo tipo trazidas pelos noticiários, cometidas
e até encorajadas por uma legislação suave e lenta, muito lenta. Por isso, fico triste ao
pensar que muitas cláusulas compiladas pelo rei babilônio poderiam ser bastante
úteis para deixar a moçada chegada a uma contravenção com o..., como direi? cu na mão. Saidinha de Natal? Ahahah!!! Feminicídio?
“Olho por olho...”
Para não cansar a beleza dos 2,1 leitores deste blog, fiz uma seleção dos
282 artigos estabelecidos pelo velho e bom Hamu, bons para refletir e, mais ainda,
para lamentar que não façam parte do cipoal legal brasileiro. E para ficar
ainda mais supimpa deixei essa seleção do código propriamente dito em outro
post. Assim, lê quem quer (o português está meio capenga, mas é proposital). Olhaí.
Se você não é analfabeto funcional, se concluiu o ensino médio ... Rapaz, hoje em dia, essas duas condições não são necessariamente excludentes, muito pelo contrário.
ResponderExcluirE iria faltar vergalho de boi, sim. Até porque o que teria de réus que adorariam tal suplício não estaria escrito em nenhum gibi, nem no Código de Hamurabi.
No início de 2015 eu publiquei o texto “Água e Óleo” (https://blogsoncrusoe.blogspot.com/2015/02/agua-e-oleo) onde eu expunha algumas convicções pessoais que a muitos parecerão polêmicas, cruéis e equivocadas.
ResponderExcluirNo post de hoje, mais uma vez, eu tentei registrar com ironia e algum humor algumas dessas minhas convicções pessoais. Mas a ideia da surra com o cacete desidratado do boi é só uma piada. E por dois motivos:
É uma violência física – e eu sou contra qualquer tipo de violência. Além disso, uma punição que é para mim, em ultima instância, uma vingança do Estado contra alguém.
Por isso sou contra a pena de morte. Mas sou a favor da morte de algumas pessoas que cometeram crimes hediondos ou que o bom senso indica serem irrecuperáveis. Exemplificando: um pedófilo por esse ou aquele motivo tem um comportamento sexual execrável, cruel, inadmissível quando se lembra de que o objeto de seu desejo deformado são crianças. Será que ele mudará algum dia? Pouco provável (para mim!). Por isso mencionei a população atual do planeta. Os governos dos países já têm inúmeros problemas sociais a resolver. Para mim, não há sentido em insistir em tratamentos, internações ou medicamentos para corrigir e coibir um comportamento de quem deveria ser mantido à distância de crianças. A morte seria a solução ideal. O mesmo raciocínio vale para traficantes, homicidas, estupradores e, por que não?, usuários de crack. Isso resolverá o problema da superpopulação? Não, obviamente. Mas os recursos gastos para solucionar esses problemas poderiam ser mais bem aproveitados.
Um de meus filhos puxou minha orelha ao reproduzir uma frase dita pelo personagem Gandalf: “se você não é capaz de criar a Vida, não a tire”. Creio que a frase correta é assim: “você pode dar-lhes a vida? Então não seja tão ávido para julgar e condenar alguém à morte”.É uma boa frase, mas pouco resolve em um mundo habitado por 8 bilhões de “formigas cortadeiras”.
Eu não acredito, apenas sonho.
ExcluirEu só consigo ler e pensar em tudo. Sou incapaz de falar de fato sobre tudo. Mas digo que aprendo muito lendo aqui. Espero que não se aborreça com minha franqueza. Bju
ResponderExcluirOlha, Rô, eu não sei se você aprenderá muita coisa aqui, mas sempre adorarei sua franqueza.
ExcluirVocê não me assustou. O comentário fugiu (na minha opinião) do tema da postagem, mas está de boa.
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