Eu queria ser bom de língua, ou melhor, bom de línguas, poliglota. E digo isso porque apesar de ser monoglota, sou um apaixonado
pela língua, pelas línguas – e também por alguns usos que delas se fazem. Mas prefiro não detalhar mais que isso. O fato é que as línguas, sua sonoridade
e o mistério que as envolve agem sobre mim como a luz de uma lâmpada para as
mariposas: sinto-me completamente atraído e fascinado pelo som, um fascínio
ainda maior pelo triste fato de ser um sujeito que só consegue se expressar no
português falado no Brasil, apimentado e temperado com gírias em desuso e
palavras obscenas capazes de corar um frade de pedra.
Alguns leitores deste blog (1,3 ou 2,1)
poderão perguntar por que estou dizendo isso. E eu serei obrigado a confessar
que a culpa é do Ryk@rdo, meu amigo d’além mar. E explico: o sujeito tem um blog
com 747 seguidores, número que se convertido em moeda corrente é maior que meu saldo bancário no momento.
Obviamente o mérito é todo dele, pois é um
grande poeta, um especialista em escrever belos sonetos onde métrica e rima são
mais respeitadas e obedecidas que
patrulheiro pedindo documentos em blitz policial à noite. Tendo essa fartura de
seguidores, nada mais natural que receba também uma enxurrada de comentários sobre
cada poema que publica.
O que faz com que eu me morda de inveja é o
fato de muitos desses comentários serem feitos em espanhol, italiano ou inglês! Pensem
bem, imaginem como eu me sinto, eu que mal consigo escrever no português
caipira falado em Minas Gerais!
Por isso, para não me roer até os ossos de
inveja dos que tecem (e costuram) seus comentários em línguas europeias, também
passarei a fazer meus comentários em espanhol ou inglês. Claro, with a little help from my friend Google
Translator (mesmo que isso seja plágio dos Beatles).
E meu amigo Ryk@rdo poderia pensar algo assim:
- Ora
pois, Jotabê é um homem culto, alguém que consegue até dar nó em pingo d’água.
E eu seria forçado a responder: “Só não
escondo as pontas!”
Viva meu bom amigo
ResponderExcluirExemplar ironia que muito gostei de ler. Mas não tenha inveja. Escrevo de forma simples sem palavras caras. escrevo para o leitor com poucos estudos e muitos estudos. De resto, considero-me um privilegiado, apenas isso.
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Saudações cordiais
Grande abraço
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Caro Ryk@rdo, eu não tenho inveja, admiro sua poesia mas não tenho inveja. O estilo em que gosto de escrever é um estilo galhofeiro (espero ter usado bem a palavra), descontraído, amolecado, pois escrevo como converso na maioria das vezes com quem conheço. Isso significa linguagem coloquial, com algumas gírias, pausas, hesitações e muitas aspas. E faço isso para divertir as pessoas. Esse é o motivo de gostar de falar mal de mim mesmo, mesmo que eu me tenha na mais alta conta. Eu me divirto ao vestir a personalidade de um clown, um palhaço. Fique atento, toda vez que o marcador for "sem noção" é sinal de que estou tentando fazer as pessoas rir. Abraços.
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