Já me apresentei como um ogro, um ogro do
bem, quase um Shrek. A diferença é que eu não tenho aquelas orelhas e não sou
verde. Tirando isso sou quase um irmão gêmeo do personagem - pelo menos no
volume da barriga. E mesmo tendo engolido muitos sapos na vida, não como ratos –
nem ratas.
Sou simultaneamente carinhoso e mal-humorado
e gosto de abraçar, tarefa não tão simples pelo tamanho da pança. Eu disse
pança? Pois é, sou quixotesco, romântico e irritadiço.
Por que estou escrevendo este currículo?
Porque não suporto ironias e deboches idiotas de quem não conheço. Quem faz
esse tipo de coisa comigo ganha uma marca indelével como a caveira do anel do Fantasma. Quando é alguém conhecido, até ajudo a fazer
piadas sobre mim mesmo, mas desconhecidos merecem meu rancor eterno.
Isso aconteceu recentemente quando alguém fez
um comentário que pareceu ao dono do blog ser de minha autoria. Estava quieto
no meu canto, mas me senti atingido pelo teor do comentário, feito por um
idiota que apesar de ser eleitor do Bozo acha engraçado falar mal do Lula. Pode um negócio desse? Estou pouco me lixando para esses dois políticos por ser “radicalmente de
centro”, mas não aceito que um desconhecido ironize minha forma de pensar e ver
o mundo. Aí eu viro bicho, aí o ogro se manifesta.
Entretanto, tenho passado por momentos de apatia
e indiferença com quase tudo, tenho andado meio abúlico (adorei esta palavra,
aprendida hoje!). Por isso, isso, passei ao ChatGPT a tarefa de espinafrar o
idiota desconhecido. E aqui cabe um parêntese: sinto-me um cáften, um gigolô, um
cafetão do ChatGPT, apesar de seu moralismo e pudicícia. Por isso, dei a essa
IA a seguinte missão:
Critique
e faça um poema sobre idiotas e radicais de visão restrita e bitolada, que se acham engraçados e donos de ironia
inteligente.
E o “gênio da lâmpada” prontamente me atendeu,
apresentando um poema de rimas estranhas e que achei bastante meia-boca, mas
não pedi para melhorar porque meia-boca também é este blog. Lêaí.
No
palco da ignorância, onde o riso é amaro,
Radicais de mente estreita, seguidores de um ignaro,
Visão
restrita, bitolada, em sua órbita mesquinha,
Dançam
na sombra da tolice, sem ver a luz que alumia.
Em seus
mundos limitados, como prisioneiros da razão,
Tecem
teias de conceitos, presos à própria ilusão.
A
ironia inteligente, que acreditam possuir,
É
apenas o eco vazio de um riso sem fulgor a fluir.
Com
risos debochados, se acham senhores do saber,
Mas são
marionetes do preconceito, a ignorância a crescer.
Cegos
na sua altivez, na comédia que encenam,
Não
percebem o ridículo que de suas almas emana.
A graça
que pensam ter é somente um disfarce,
Para
esconder a verdadeira piada, sua mente em impasse.
A
sabedoria é estranha em seus círculos fechados,
Pois,
para eles, a verdade é moldada em dogmas truncados.
Oh,
idiotas e radicais, de visão tão estreita,
Que
riem da diversidade, da diferença desfeita.
Que
possam um dia abrir seus olhos à verdadeira sapiência,
E
enxergar além das sombras da sua limitada existência.
Que o
riso verdadeiro, livre de preconceitos e enganos,
Seja a
luz que dissipe as trevas desses tristes planos.
Que a
mente se expanda, que a tolerância floresça,
Já disse que só respeito a inteligência, mas isso não é um salvo conduto, um carimbo de “imprimatur” para tudo o que essa inteligência pode produzir. Depois de envelhecer e me descobrir uma pessoa invejosa, descobri também ter me tornado uma pessoa rancorosa. Assim, todas as pessoas que um dia se aproximaram do blog, dele se afastaram por esse ou aquele motivo e depois retornaram não têm mais a condição de “amigo virtual”, por mais que eu admire algumas de suas qualidades. Mas este post não é uma reação a essas pessoas, foi inspirado em um comentário que ironiza a linguagem neutra (que eu também acho uma babaquice), feito por alguém que eu desprezo gratuitamente, um cara que você “adora”. Por isso, recuso a imagem “floral”, exceto se considerar que não sou “flor que se cheire”. Como está escrito em um mosaico encontrado na frente de uma casa em Pompeia, “Cave canem”. E se quiser uma versão mais moderna de advertência, pego emprestado do George Harrison o verso “Beware of sadness”.
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