segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

DE MÃOS DADAS

 
Hoje é domingo, o Carnaval se aproxima, mas estou separado desse clima por um vidro espesso, uma grade ou um fosso, que permite apenas que eu veja a alegria e animação de jovens e nem tão jovens assim já fantasiados, já aproveitando uma pré-folia, uma folia antecipada.
 
Mesmo que eu saia de casa e ande pelas ruas liberadas para trânsito de veículos, ainda assim estarei distante dessa alegria e descontração. Fico dentro de casa, deitado em minha cama, ao lado de minha mulher.
 
No ano passado ela e eu estávamos andando atrás de algum bloco de rua ou simplesmente conversando, rindo e falando bobagens com conhecidos e desconhecidos na porta de algum bar das dezenas que existem em nosso bairro.
 
Hoje ela está deitada, aguardando o resultado de uma tomografia a ser ainda marcada e o veredito de um ortopedista, que dirá se deve ou não operar uma fratura no quadril, que causa dores atrozes e a impede de andar.
 
Eu espero que ela volte a caminhar como antes para que possamos andar novamente de mãos dadas por aí ou sair pularrastando atrás de um bloco de rua no Carnaval. E, principalmente, que não precisemos ficar deitados em uma cama de casal em uma tarde de domingo, imaginando o movimento alegre e descontraído das pessoas nas ruas.

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