Minha mente tem oscilado tanto quanto oscila
meu corpo quando ando. Meus joelhos rangem emperrados tanto quanto parecem
estar minhas circunvoluções cerebrais.
Todo dia, em todos os dias eu percebo que meu vocabulário tem diminuido e que lembrar de palavras que expressem adequadamente os sentimentos ou ideias que pretendo expor tornou-se um exercício de paciência muda enquanto espero que o cérebro se digne a finalmente reagir.
O sentido da minha vida lembra hoje uma placa
de beira de estrada que a ferrugem e a falta de manutenção tornaram ilegível e
que o mato crescido à sua volta ocultou.
Minha tristeza embaraçou-se com a alegria
como se fosse o cipó que enlaça e asfixia a árvores onde se instalou.
A dor emocional – embora quase insuportável –
não se rivaliza com a dor física que traz consigo o desejo de estar morto.
E a esperança que antes iluminava os sonhos,
desejos e objetivos a alcançar resume-se hoje à vontade de que a vida passe
mais rápida, que não demore a se acabar.
O vocabulário é questão de falta de leitura e também tenho sentido isso. Por isso, tenho escrito menos pro blog e tentado voltar a ler mais.
ResponderExcluirQuanto a morrer, eu ainda não posso.
O problema é que eu tenho tido brancos irritantes e cada vez mais frequentes. Aí eu fico mudo alguns segundos tentando me lembrar da palavra que queria dizer. Na maioria das vezes desisto. O título deste post retrata exatamente isto: eu não conseguia me lembrar de jeito nenhum do filho da puta do "check-up".
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