Como todo mundo está cansado
de saber, os alicerces, as fundações deste blog apoiam-se nas bobagens que
conversava e encaminhava a algumas pessoas por e-mail. Essa a explicação pela
instabilidade da "construção", verdadeiro balança mas não cai.
Uma das bobagens que eu
repetia em família era minha ascendência “italiana”. Esta explicação é
necessária para que se entenda o título idiota do post remanejado de hoje e
publicado originalmente em 22/07/2014.
GENTLEMAN
Os 1,7 leitores deste blog que não me conhecem talvez se espantem com minha falta de modos, com minha linguagem estilo carroceiro. Já os 2,3 que me conhecem pessoalmente sabem que eu sou muito sério. Não apenas "sério", mas sério e gentleman! Pois é. Essa seriedade e finesse devem-se à minha educação britânica. Podem acreditar! Apesar do meu jeito meio rude, minha educação é tão britânica quanto a do príncipe Charles. Na verdade, estudamos em colégios "tipo" gêmeos, só que ele na Inglaterra e eu, no Colégio Afonso Arinos.
Por conta disso, às vezes
até tento me corresponder com ele, lembrar os velhos tempos, mas as
correspondências sempre voltam sem ter sido abertas. Só pode ser por causa da
minha caligrafia ilegível. Aliás, isso (a caligrafia, lógico) talvez se deva à
genética, pois desconfio que alguns de meus antepassados eram italianos, mais
precisamente da região da Toscana. Deve ser por isso que às vezes sou assim,
meio tosco.
A TOSCANA É NOSSA!
Tive um amigo que era culto pra caramba. Eu e ele tínhamos o mesmo sobrenome, mas não éramos parentes. Um dia ele contou o caso dos cristãos-novos. Para quem nunca ouviu falar nisso, “cristãos-novos” eram os judeus convertidos (na marra) ao catolicismo, por volta de 1500. E esse nome provaavelmente servia para diferenciá-los dos “cristãos-velhos”.
Depois da “conversão”, os novos cristãos (daí o nome) eram batizados e passavam a utilizar um novo sobrenome, tomado das “criaturas de Deus”; no caso, plantas e animais.
E tome gente com nomes de espécies do Velho Mundo, tais como Carvalho, Bezerra, Carneiro, Cordeiro, Falcão, Figueira, Leitão, Lobo, Oliveira e por aí.
Embora essa teoria seja controversa, foi assim que meu amigo explicou a origem de nosso sobrenome, também ele nome de bicho.
Fico matutando que se essa prática tivesse surgido no Brasil, alguns sobrenomes, se adotados, poderiam trazer problemas para os descendentes. Olha só os exemplos:
Babaçu (Orbignya speciosa)
Cagaita (Eugenia dysenterica)
Canela-de-veado (Helietta appiculata)
Chupa-ferro (Metrodorea stipularis)
Pau-magro (Cupania oblongifolia)
Pau-rosa (Aniba roseodora)
Saco-de-bode (Zeyheria digitalis)
Em algumas situações, bastaria o cartório vacilar na ortografia – tipo esquecer a cedilha – e já era.
Piadinhas maldosas e sem graça seriam ditas: – "Ele pode até ser um Saco-de-bode, mas as ideias são de jumento”.
Ou então: se o sujeito viesse a se chamar “José Cagaita”, por exemplo, logo, logo alguém o apelidaria de “Zé Parecido” ou “Zé Quase”. Não ia dar certo, não mesmo!
Os 1,7 leitores deste blog que não me conhecem talvez se espantem com minha falta de modos, com minha linguagem estilo carroceiro. Já os 2,3 que me conhecem pessoalmente sabem que eu sou muito sério. Não apenas "sério", mas sério e gentleman! Pois é. Essa seriedade e finesse devem-se à minha educação britânica. Podem acreditar! Apesar do meu jeito meio rude, minha educação é tão britânica quanto a do príncipe Charles. Na verdade, estudamos em colégios "tipo" gêmeos, só que ele na Inglaterra e eu, no Colégio Afonso Arinos.
A TOSCANA É NOSSA!
Tive um amigo que era culto pra caramba. Eu e ele tínhamos o mesmo sobrenome, mas não éramos parentes. Um dia ele contou o caso dos cristãos-novos. Para quem nunca ouviu falar nisso, “cristãos-novos” eram os judeus convertidos (na marra) ao catolicismo, por volta de 1500. E esse nome provaavelmente servia para diferenciá-los dos “cristãos-velhos”.
Depois da “conversão”, os novos cristãos (daí o nome) eram batizados e passavam a utilizar um novo sobrenome, tomado das “criaturas de Deus”; no caso, plantas e animais.
E tome gente com nomes de espécies do Velho Mundo, tais como Carvalho, Bezerra, Carneiro, Cordeiro, Falcão, Figueira, Leitão, Lobo, Oliveira e por aí.
Embora essa teoria seja controversa, foi assim que meu amigo explicou a origem de nosso sobrenome, também ele nome de bicho.
Fico matutando que se essa prática tivesse surgido no Brasil, alguns sobrenomes, se adotados, poderiam trazer problemas para os descendentes. Olha só os exemplos:
Babaçu (Orbignya speciosa)
Cagaita (Eugenia dysenterica)
Canela-de-veado (Helietta appiculata)
Chupa-ferro (Metrodorea stipularis)
Pau-magro (Cupania oblongifolia)
Pau-rosa (Aniba roseodora)
Saco-de-bode (Zeyheria digitalis)
Em algumas situações, bastaria o cartório vacilar na ortografia – tipo esquecer a cedilha – e já era.
Piadinhas maldosas e sem graça seriam ditas: – "Ele pode até ser um Saco-de-bode, mas as ideias são de jumento”.
Ou então: se o sujeito viesse a se chamar “José Cagaita”, por exemplo, logo, logo alguém o apelidaria de “Zé Parecido” ou “Zé Quase”. Não ia dar certo, não mesmo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário