sexta-feira, 13 de outubro de 2023

A TRAGÉDIA DE UMA MENININHA

Estou lendo um livro que lembra mais anuário estatístico que um livro normal, tantos são os números, porcentagens e resoluções publicadas. O título é "Catástrofe" e foi escrito em plena epidemia de covid. Mas algumas coisas ficam retidas na mente. Uma delas é uma frase atribuída ao ditador Stalin, um dos maiores genocidas que este mundo já produziu. A frase é mais ou menos assim (não consegui localizar no livro):

A morte de uma pessoa é uma tragédia, a de milhões é uma estatística. Mesmo que não tenha sido ele quem disse, esta frase resume a maldade de que os homens são capazes de fazer.

Ontem, em algum portal de notícias que não consegui mais identificar saiu a foto de uma menininha limpando as lágrimas. Tem a idade provável das minhas netas de cinco anos. Aquela foto me destruiu emocionalmente, justamente por ver naquela criança uma menininha que poderia ser minha neta e brincar e rir como minhas netas. Mas lá estava ela, a imagem da desolação, da tristeza e do sofrimento.

Fiquei pensando nisso, com o coração dolorido, tentando entender a origem de tanta maldade, tanta crueldade, tanta violência. Não preciso e dispenso textos e artigos explicativos que exponham além dos fatos a visão ideológica ou religiosa de que os escreveu. O que eu gostaria mesmo de entender é como surgiu a maldade e intolerância em um bando de primatas lá do início dos tempos.

Israel, Hamas, Israel, Palestina, Hamas, terra prometida... Uma ciranda, uma cilada com milhares de mortos, milhares de feridos, milhares de sonhos destruídos. Mas são só estatísticas. Gostaria de saber quem conseguirá trazer esperança para uma menininha indefesa que chora de dor, medo ou tristeza diante de uma tragédia que talvez nem compreenda e que teve a má sorte de nascer em uma terra onde todo tipo de maldade e intolerância acontece, isso é o que eu gostaria de saber.

4 comentários:

  1. Este texto foi só um desabafo, a visão da menininha chorando foi muito forte para mim, pois pensei na hora nas minhas netas, tão inocentes, tão alegres e tão indefesas. Mas acho que vou excluir este post.

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  2. Talvez seja porque na internet as pessoas conhecem apenas uma fração do que você é. E isso é pouco para manter vínculos. Comigo aconteceu assim. Na fase em que eu malhava o PT e o Lula eu era até elogiado. A partir do momento em que comecei a malhar o Bolsonaro e a extrema direita perdi seguidores e fui até execrado por alguns.

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  3. Sabe, Fabiano, estou em uma fase da vida (a final) em que as "grandes verdades" e minhas grandes certezas estão sendo reescritas e revistas. Por isso, não quero contaminar o blog (mais que já foi) com opiniões e emoções "miojo" (aquelas que ficam prontas em três minutos e o resultado é sempre uma merda). Se eu já quis mudar a cabeça de alguém hoje não quero mais. Eu sinto, me entristeço. lamento ou me enfureço, publico e depois apago. É como socar a parede, só sua mão fica doendo. Outro exemplo patético e lamentável: o suicídio da prima da Cássia Eller por não estar fazendo efeito a "cura gay" à que estava se submetendo. Se ela não fosse bolsonarista e provavelmente conservadora estaria tentando negar sua própria sexualidade? Duvido muito. É por esse tipo de coisas que passarei a apagar os posts desabafo que resolver escrever e publicar, pois têm para mim apenas o efeito parecido com abrir a porta da rua e gritar bem alto "PUTA QUE PARIU!" e, depois de acalmado, fechar a porta e continuar tocando a vida.

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