Essa é mais uma
ideia para a qual não encontro respaldo teórico, o que significa que é outra teoria
miojo (aquela que fica pronta em três minutos e o resultado é sempre uma merda). Vamos lá:
A Igreja Católica,
com seus dois mil anos de idade, foi adquirindo uma série de símbolos e
rituais. E, para falar a verdade, alguns são bonitos demais, cheios de uma
solenidade majestosa. Por exemplo, quer coisa mais bonita e solene que o canto
gregoriano? Ou o momento da Consagração, na missa? Lembro-me de um padre
holandês, que se emocionava tanto (e me emocionava também) nessa hora, que sua
voz mudava, ficava mais grave e profunda ao dizer – “tomai, todos, e comei...”.
Já velhinho, parece que a emoção aumentou ainda mais, pois era batata: ao
elevar a hóstia, dizia gaguejando: - “to-tomai e...” E era o único momento em
que isso acontecia. Excelente Padre Henrique!
Pois bem, pensando
nisso, fico imaginando que esses rituais e símbolos foram extremamente
importantes para a manutenção de fieis ou para a conversão de novos
participantes. Claro, não se discute que algumas autoridades religiosas fizeram
muita merda em seu tempo. Só para citar alguns, temos os lascivos Bórgia, a Inquisição,
os padres pedófilos e por aí vai.
Mas os rituais são
o diferencial. Tenho pensado que a humanidade precisa de rituais e símbolos para
facilitar a sua compreensão do mundo e da vida. Os rituais e símbolos seriam
como teclas de atalho, como ícones da área de trabalho de um computador (acho
que essa é uma boa imagem).
O Edir Macedo, que
é experto pra caramba, deve ter percebido em seus fieis essa aprovação e esse
desejo por símbolos. Tempos atrás, a Universal começou a vender "brinquedinhos" religiosos pela televisão,
em seus programas da madrugada: espadinha (de plástico) de não sei
quem, miniatura da “arca da aliança” (idem). Depois, foi a vez da utilização de candelabros judeus em suas igrejas, alguns telepastores usando uma espécie de
batina, a água e o suco de uva consagrados pelo telepastor e,
recentemente, a maluquice de usar quipá, barba grande e um manto cerimonial
judaico (tudo isso eu já vi na televisão, mesmo sem ser evangélico).
O que ele pretende
com isso? Em minha opinião, suprir a carência de ritos em suas igrejas e
em suas cerimônias, aquela liturgia solene e milenar que a Igreja Católica tem de
sobra.
Agora, tem uma
coisa que me deixa confuso: os ateus jamais deveriam se preocupar com ritos e
símbolos. Entretanto, outro dia li alguma coisa sobre uma cerimônia de “desbatismo”.
Que merda que é
essa? É a conversão para outro tipo de crença? Não faz sentido, mesmo que eu já
tenha brincado ao dizer que ateu é o sujeito que acredita na descrença. Seria
isso a prova de que até os ateus precisam de ritos e símbolos?
Para encerrar, vou
deixar uma dúvida bem no estilo “realidade alternativa” ou “teoria da
conspiração”: tendo já usado tantos truques e artimanhas para aumentar seu
“povo”, seria o Edir Macedo um ateu disfarçado? Cartas para a redação.
25/01/2015
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