Anteontem, contando para uma cunhada a
associação que fiz de uma lemniscata com o Big Bang e o “pré Big Bang” ela me
perguntou como eu conseguia pensar essas idiotices. Disse-lhe não saber, pois essas
associações surgem sem que eu tenha controle sobre elas. Ontem, por exemplo, talvez
por culpa de uma overdose de leite com toddy depois das 22 horas, acordei de
madrugada, saindo de um sonho/pesadelo onde tentava associar os blogs com a
história de Alice no País das Maravilhas.
Hoje, durante o café da manhã e já completamente
desperto, resolvi viajar pesado na maionese, para tentar “materializar” a ideia maluca
surgida. O que sairá eu sinceramente não sei, mas vou bancar a versão masculina
da Alice, um "senhor Ali" ou Ali sir (com este trocadilho horroroso o texto já começou mal!)
e mergulhar na toca do coelho apressado, mesmo com a certeza de que não sairá disso nenhuma maravilha. Bora lá.
O que um blog, o que os blogs têm em comum? Um
blog normal tem textos publicados, comentários de leitores sobre esses textos,
número de visualizações por texto, quantidade de seguidores, seguidores que
nunca se manifestam, seguidores que resolvem deixar de sê-lo e leitores que
muitas vezes aparentam ser pessoas exóticas ou até de difícil convivência,
alegrias e decepções. Acho que esses são os componentes de um blog.
No caso do País das Maravilhas, usando meu conhecimento da versão Disney da história,
temos uma toca de coelho onde Alice resolve entrar. A partir daí se depara com
um mundo novo, inesperado, pois além do coelho sempre apressado acaba
convivendo com uma lagarta que fuma narguilé, cogumelos que fazem quem os come crescer
ou diminuir, um chapeleiro louco, um gato que desaparece e reaparece, a rainha,
o rei, a morsa, as ostras, os soldados de carta de baralho, etc. Como costurar
esses retalhos para produzir uma colcha é o desafio.
Para começar, eu vejo a toca do coelho branco
como o próprio blog, um lugar onde se entra sem saber o que acontecerá depois. O
coelho apressado – pensando em mim mesmo – seria o blogueiro, sempre angustiado
para criar novas postagens, sempre preocupado em publicar com a máxima
frequência.
Os cogumelos que fazem crescer e diminuir
poderiam ser as visualizações do blog em geral ou de um post em particular. No caso
do Blogson esses “cogumelos” só fazem diminuir, não há Viagra intelectual que
faça isso mudar:
A lagarta tabagista e o chapeleiro louco poderiam
ser associados aos leitores que acessam o blog e comentam alguma coisa,
comentários muitas vezes enigmáticos ou até aloprados. Já o gato que some e
reaparece – além de ter copiado o sorriso da Gal Costa - poderia muito bem
representar a transitoriedade da presença dos seguidores, pois um dia você tem
x seguidores, no dia seguinte tem x menos um. C’est la vie...
Quanto aos demais personagens vou me abster
de traçar paralelos com o blog, pois o efeito do leite com toddy passou e já
estou de saco cheio de falar bobagens.
Para finalizar, o que posso dizer é que os
blogs parecem mesmo tocas de coelho que levam seus titulares a mundos
alternativos e surreais, às vezes até com algum efeito alucinógeno - tal como
os cogumelos da história - e se prestar a diversas interpretações psicológicas
(como parece já ter já acontecido com a história da Alice). Mas não sou psicólogo,
sou apenas um blogueiro ansioso para divertir os dois ou três leitores que
ainda acessam esta bagaça. Mesmo acreditando não ter conseguido.
Não precisa publicar. O blog já não vem me dando prazer algum. Talvez eu pare de postar.
ResponderExcluirKKKKK
ResponderExcluirAi, JB, você viaja demais, mesmo! Tem horas que nem consigo acompanhar seu raciocínio. Mas achei muito interessante essa associação. Um blog é parte particular do mundo de quem o escreve. Adorei!
PS: não largou o vício de leite com toddy, AINDA? Toma vergonha, homem! Kkkkkk
(ps2: mentira, sei como é! Tô tratando na terapia pra largar o doce também. Sei como é difícil.)
Quando meus filhos eram adolescentes disse a eles o seguinte: "se alguém vier falar com vocês que droga é ruim, não acreditem. A pessoas só se viciam com aquilo que dá prazer. O problema das drogas é que além de ilegais o efeito colateral futuro é muito ruim". Esse é o problema dos vícios - são prazerosos e por isso mesmo dificílimos de abandonar. Mas eu às vezes viajo muito mesmo.
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