Todos os que me conhecem um pouco mais e os
leitores mais constantes deste blog sabem que eu sou chegado a um jogo de
palavras, a um trocadilho. Acredito que a explicação para isso está no fato de
que não sou criativo, apenas reajo a estímulos externos. Mais ou menos como a
visão do sapo.
Segundo li em algum lugar, o sapo só enxerga
coisas em movimento. Por exemplo, um inseto voando perto dele é uma presa; se
estiver pousado e imóvel, é como se não existisse. Quem descobriu isso é gênio
ou um grande chutador, sei lá.
Pois bem, voltando ao tema inicial, tudo o
que eu penso e escrevo é fruto de reações a situações existentes. E a matéria
prima que utilizo é, em geral, a chamada cultura pop. A diferença é que minha
reação é deformante, tal como uma casa de espelhos de parque de diversões. Por
isso surgem os trocadilhos infames e os jogos de palavras idiotas.
Feitas essas considerações, vou registrar
meus mais recentes pensamentos sobre fatos banais. Como a única ligação
existente entre esses fatos é a brincadeira com palavras, diria que este post é
uma colcha de retalhos.
O MÉDICO E O MONSTRO
Há bastante tempo, quando ainda não
utilizávamos os serviços de TV por assinatura, assisti a um filme antigão muito bom, em
preto e branco, daqueles que a Globo programava nas madrugadas. E o título era “O
médico e o monstro”, com Spencer Tracy. Esse título chamativo lembra mais os
títulos idiotas que utilizo no blog, não fazendo justiça à elegância do nome
original (Dr. Jekyll and Mr. Hyde).
Esse filme livro conta a história de um pesquisador
que pretende provar que o Mal e o Bem existem em todas as pessoas (nem
precisaria pesquisar, bastaria ler ou ouvir os pronunciamentos de alguns políticos - talvez a maioria - e
compará-los com o que realmente aprontam). Pois bem, o médico Dr. Jekyll elabora uma
fórmula e a testa em si mesmo. Aí é que surge a porção Mr. Hyde. Quem quiser
saber mais que veja o filme, porque esse não é o tema desta goma que estou
escrevendo.
CAINDO DE BÊBADO
O caso é o seguinte: tenho um amigo que sempre me deixa deprimido quando o vejo caindo de bêbado, tal como o encontrei recentemente. E o motivo é simples: é um dos melhores exemplos de vida jogada fora que conheço. Quando jovem, fez um teste de QI na escola onde estudava. O resultado o colocou como o aluno mais inteligente do turno ou da sala ou do colégio, não sei direito. Independente disso, o teste o identificou como portador de uma inteligência acima da média. Já adulto, cursou psicologia, mas, talvez por excesso de insegurança, aceitou ocupar uma função subalterna em órgão público, onde não é registrado nem reconhecido nem pago como psicólogo que é. De uns tempos para cá, já perto de se aposentar, vem tomando doses cada vez mais gigantescas de bebida alcoólica, alternando cerveja e uísque em quantidades pantagruélicas.
O caso é o seguinte: tenho um amigo que sempre me deixa deprimido quando o vejo caindo de bêbado, tal como o encontrei recentemente. E o motivo é simples: é um dos melhores exemplos de vida jogada fora que conheço. Quando jovem, fez um teste de QI na escola onde estudava. O resultado o colocou como o aluno mais inteligente do turno ou da sala ou do colégio, não sei direito. Independente disso, o teste o identificou como portador de uma inteligência acima da média. Já adulto, cursou psicologia, mas, talvez por excesso de insegurança, aceitou ocupar uma função subalterna em órgão público, onde não é registrado nem reconhecido nem pago como psicólogo que é. De uns tempos para cá, já perto de se aposentar, vem tomando doses cada vez mais gigantescas de bebida alcoólica, alternando cerveja e uísque em quantidades pantagruélicas.
Esse é o sujeito que encontrei outro dia,
chapadíssimo, quase cambaleante, rindo de forma meio esquizofrênica, totalmente
digno de dó.
Depois, lembrando-me da cena, surgiu o
trocadilho mortal, baseado no nome do filme citado. Eu sei que piada não se
explica, mas vou abrir uma exceção por sua característica bilíngue:
Em inglês, “Jerk” é o equivalente para “babaca”
e "High", entre outros significados, é gíria para “chapado”.
Assim, por seu comportamento suicida e por
sua baixíssima autoestima e autoconfiança (apesar de sua inteligência e
formação universitária), meu amigo seria uma versão tropical do Dr. Jerk and Mr. High.
(12/02/2015)
As gírias podem mudar de sentido com o tempo. Há um grupo de pagode cujo nome é Psirico. Na minha juventude, em BH pisirico ou piço era uma trepadinha rapidinha.
ResponderExcluirEssa do shopping foi engraçada, mas intolerância política é tão ruim quanto a religiosa (talvez a religiosa seja pior).
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