sábado, 24 de setembro de 2022

THE 2022 IG NOBEL PRIZE GOEWS TO...

 
Já disse isso várias vezes e repetirei quantas vezes mais eu cismar: “felicidade” para mim é um sentimento puro, de primeira linha, pois quando alguém está feliz, está feliz consigo mesmo e isso basta. Já “orgulho” é um sentimento de segunda linha, pois pressupõe comparação, competição. Felicidade é o sentimento de quem está sentado na areia da praia curtindo o vai e vem ininterrupto das ondas. Orgulho é o sentimento presente nas competições esportivas.
 
Justamente por isso, só de sacanagem, eu digo que orgulho é coisa de pobre (pobre de espírito). Mas como estamos a poucos dias do final do mês meu saldo bancário está no vermelho (vermelho Ferrari, obviamente). Justamente por essa dureza, por essa indigência financeira eu hoje me permito sentir orgulho (duh!). E tenho motivos para isso, pois o Brasil foi laureado com um dos prêmios mais "importantes" internacionalmente, o prêmio (Ig)Nobel. Chupa, descrente!
 
Para quem não conhece, o Prêmio IgNobel é uma espécie de paródia do Nobel e concedido para a descoberta “científica” mais estranha do ano. Algumas dessas “pesquisas” são engraçadíssimas. O bizarro dessa história é que a cerimônia de premiação muitas vezes conta com a presença de ganhadores reais do Prêmio Nobel.
 
Pois bem, o cientista brasileiro Glauco Machado dividiu com Solimary García-Hernández da Colômbia o prêmio de BIOLOGIA de 2022, por estudar se e como a constipação afeta as perspectivas de acasalamento dos escorpiões, com os resultados apresentados em “Efeitos a curto e longo prazo de um caso extremo de autotomia: a perda da cauda e a constipação subsequente diminuem o desempenho locomotor de escorpiões masculinos e femininos?”
 
Os outros laureados e seus respectivos trabalhos são estes:
 
CARDIOLOGIA APLICADA: Eliska Prochazkova, Elio Sjak-Shie, Friederike Behrens, Daniel Lindh e Mariska Kret, por buscar e encontrar evidências de que quando novos parceiros românticos se encontram pela primeira vez e se sentem atraídos um pelo outro, seus batimentos cardíacos se sincronizam.
 
LITERATURA: Eric Martínez, Francis Mollica e Edward Gibson, por analisarem o que torna os documentos legais desnecessariamente difíceis de entender.
 
MEDICINA: Marcin Jasiński, Martyna Maciejewska, Anna Brodziak, Michał Górka, Kamila Skwierawska, Wiesław Jędrzejczak, Agnieszka Tomaszewska, Grzegorz Basak e Emilian Snarski, por mostrarem que, quando os pacientes são submetidos a algumas formas de quimioterapia tóxica, sofrem menos efeitos colaterais prejudiciais quando o sorvete substitui um componente tradicional do procedimento.
 
ENGENHARIA: Gen Matsuzaki, Kazuo Ohuchi, Masaru Uehara, Yoshiyuki Ueno e Goro Imura, por tentarem descobrir a maneira mais eficiente de as pessoas usarem os dedos ao girar um botão.
 
HISTÓRIA DA ARTE: Peter de Smet e Nicholas Hellmuth, por seu estudo “Uma abordagem multidisciplinar para cenas rituais de enema (lavagem intestinal) em cerâmica maia antiga”.
 
FÍSICA: Frank Fish, Zhi-Ming Yuan, Minglu Chen, Laibing Jia, Chunyan Ji e Atilla Incecik, por tentarem entender como os patinhos conseguem nadar em formação.
 
PRÊMIO DA PAZ: Junhui Wu, Szabolcs Számadó, Pat Barclay, Bianca Beersma, Terence Dores Cruz, Sergio Lo Iacono, Annika Nieper, Kim Peters, Wojtek Przepiorka, Leo Tiokhin e Paul Van Lange, por desenvolverem um algoritmo para ajudar os fofoqueiros a decidir quando contar a verdade e quando mentir.
 
ECONOMIA: Alessandro Pluchino, Alessio Emanuele Biondo e Andrea Rapisarda, por explicarem, matematicamente, por que o sucesso na maioria das vezes não vai para as pessoas mais talentosas, mas sim para as mais sortudas.

Um comentário:

  1. Esse da economia é interessante; conheço muitas pessoas talentosas, preparadas e capazes ganhando uma merreca e totais imbecis em posição de comando e com os bolsos cheios.

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