Perdi um amigo. Calma, não "priemos cânico", ninguém precisa se assustar, pois como dizia uma antiga marchinha de carnaval "não tem problema, ninguém morreu". Apenas perdi um amigo virtual. Estava todo pimpão
pelo Blogson ter atingido a marca de doze amigos virtuais, mas hoje me dei conta de que um deles se
excluiu da lista de seguidores do blog (não gosto dessa expressão!) ou me “cancelou”.
Até aí nada demais. Se as amizades reais surgem e se vão ao longo da vida, por
que esperar que fosse diferente com as virtuais?
As amizades reais, aquelas onde ocorrem contatos de terceiro grau” acabam por muitos motivos distintos: mudança de
ambiente de trabalho, mudança de bairro, mudança de cidade, estado, país. E até
mudança de estado civil.
Alguns puristas poderão dizer que amizades
terminadas assim não eram amizades verdadeiras. Pode ser, mas confesso não ter isenção para
julgar essa afirmação, pois TODAS as “amizades” que fiz ao longo da vida acabaram
sofrendo o impacto de um ou mais dos motivos citados acima. E a essência comum a todos
eles é a perda de contato diário ou frequente, tornando constrangedores eventuais
reencontros depois de passado algum tempo.
Por exemplo, reunião anual de ex-alunos. Tem
gente que quase dá a vida por esse tipo de (re)encontro. Eu, ao contrário, nunca
fui a nenhum deles, mesmo quando ainda era convidado a participar. Como recusei
todos os convites, os organizadores acabaram por me excluir da lista de participantes.
E, fala sério, quer coisa mais tediosa que um encontro desses? Os que participam geralmente têm um ponto em comum: depois de certo tempo de formados alguns tornaram-se profissionais de sucesso, empresários ou diretores de empresas. Os assuntos que rolam ou são reminiscências do tempo de escola, ideais para ressuscitar bullying em alguns ou para exaltar as conquistas individuais, as viagens internacionais, o carrão carésimo, a mansão em Angra, o caso extra-conjugal com alguma gostosa quinze anos mais nova, etc. Duvido que alguém se anime a ir nesses encontros de egos super inflados se estiver desempregado na época, duvido mesmo.
Uma amizade pode terminar pelo fato de estar
construída em cima de fundações instáveis. Fiz amizade com um sujeito que
namorava uma de minhas cunhadas. Esse cara tinha perdido o irmão mais velho em
um acidente no dia do casamento da irmã, situação mais que traumática. Pois
bem, como saíamos da casa das meninas no mesmo horário, íamos batendo papo pelo
caminho e ficávamos horas conversando fiado.
Esse sujeito, talvez por me identificar com seu irmão falecido, não demorou a se transformar em meu fã incondicional. Eu também gostava dele, tanto que também se tornou meu melhor amigo. Ia à sua casa, bebia cachaça com
ele, ficávamos os dois tocando violão, coisas assim. Acabou ficando noivo da
irmã mais nova de minha mulher, noivado que durou pouco, pois minha cunhada
amarelou, teve medo de se casar tão nova e lhe aplicou um providencial e definitivo pé na bunda. A partir daí tudo mudou.
E, fala sério, quer coisa mais tediosa que um encontro desses? Os que participam geralmente têm um ponto em comum: depois de certo tempo de formados alguns tornaram-se profissionais de sucesso, empresários ou diretores de empresas. Os assuntos que rolam ou são reminiscências do tempo de escola, ideais para ressuscitar bullying em alguns ou para exaltar as conquistas individuais, as viagens internacionais, o carrão carésimo, a mansão em Angra, o caso extra-conjugal com alguma gostosa quinze anos mais nova, etc. Duvido que alguém se anime a ir nesses encontros de egos super inflados se estiver desempregado na época, duvido mesmo.
Como ele era apaixonado por ela, não suportou bem a separação. Começou a fumar maconha, deixou o cabelo crescer, passou a usar umas roupas mais despojadas (de hippie) e a beber muito, logo ele que era um sujeito certinho, caretão, de roupas bem comportadas. Até aí nada demais. O problema é que quando resolvia nos visitar (nós estavamos recém casados), cismava de se sentar no chão e conversar abobrinhas que não estávamos com a menor paciência para ouvir. O resultado é que passamos a desencorajar e até evitar essas visitas e a amizade (pelo menos da minha parte) foi esfriando até se acabar, mesmo ele que continuasse a exibir a máxima alegria quando nos reencontrava. Depois, casou-se com outra moça, teve filhas (a quem deu nomes tipo indígenas), vindo a morrer alguns anos depois em virtude de um acidente doméstio.
Bom, esses são exemplos de amizades reais, ancoradas em contato diário ou quase isso, quando sabemos o que está contecendo com nossos amigos, o que pensam, quais sonhos têm, para que times torcem, o que fazem, onde trabalham, coisa assim.
Nada disso vale para as amizades virtuais. Pelo menos não para as que surgem na lista de seguidores de um blog. Quem são essas pessoas? Como aportaram no blog? O que sentem, de que gostam, quais posts os atrairam mais? Impossível saber, principalmente se não comentarem nada. O que posso dizer (e estou sempre dizendo) é que devo ser mais velho - bem mais velho em alguns casos - que todos os leitores que acessam esta bagaça. E mesmo que me comporte frequentemente como um sujeito sem noção e sem filtro (ao ponto de às vezes meus filhos dizerem em tom de brincadeira que irão me interditar), na pratica sou um velho, um idoso de setenta anos, com rancores e sentimentos rançosos, com preconceitos explícitos na maioria das vezes e com um posicionamento político e religioso que abomina, critica e rejeita radicalmente os extremos.
Por isso, se um "amigo virtual" lê e se enfurece com minhas críticas ao PT, ao Lula e sua gangue ou, no extremo oposto, ao "intrépido" Bolsonaro e sua milícia de seguidores radicais e/ou psicopatas, nada mais natural que resolva me "cancelar", tal como fiz com alguns "amigos de Facebook" que me matavam de ódio ao postar sandices e fake news só para apoiar o Bozo. No caso desses conhecidos de Facebook optei por manter o contato cordial ao vivo e a cores, descartando apenas a intoxicação provocada nas redes sociais.
Mas não se pode desconsiderar nem esquecer a falta crescente de assunto e de interesse dos posts que consigo escrever atualmente. Nada mais natural que alguém pense que não vale mais a pena manter-se como meu "amigo virtual" (por mais bem vindo e festejado que tenha sido) e ficar lendo só esses papos de idoso chato. A esse "ex-amigo" (que preferi não tentar identificar) só posso desejar - a título de despedida - a saudação suméria de bons augúrios "Pão e Cerveja" (esperando que ele goste de tomar uma)
vivo perdendo leitores, principalmente mulheres, que são mais frescas
ResponderExcluir"vindo a morrer alguns anos depois em virtude de um acidente doméstio."
azarado pacas
sorte sua (ou nossa) que temos blogs esquecidos. já vi blogs maiores caírem depois de fazer críticas políticas
perder algum seguidor que raramente comenta é o menor dos males
pensando bem, leitor que nunca comenta meio que não serve pra muita coisa ou não serve pra nada, sendo tipo de "leitor-lixo"
abs!
p.s.: siga a si mesmo e ganhe mais um leitor, hahahahah
ExcluirScant, você é um figuraça! Pode acreditar, eu sou um leitor "múltiplo" de mim mesmo, pois por ansiedade e falta do que fazer leio cada texto que ainda não foi publicado umas cinco vezes. Depois que sai ainda leio (e alerto às vezes) mais umas duas vezes (coisa de louco). Quanto a meu amigo a morte foi realmente uma coisa triste. Ele morava em uma área mais periférica de BH, próximo de alguma mata, coisa assim. Segundo seus parentes, apareceu um gambá morto perto de sua casa. Ele resolveu queimar o gambá junto com um monte de folhas e galhos secos. Jogou álcool e tacou fogo. o álcool tinha caido em sua roupa, etc. Conseguiu sair com o peito apenas chamuscado, mas teria aspirado um pouco e literalmente queimou o pulmão, vindo a morrer dois dias depois.
Excluirque morte idiota
Excluirpor isso sempre digo: se gambar, não queime; hahahaha
Putz! Rapaz, isto está parecendo piada jotabélica!
ExcluirQue bom que você resolveu comentar sobre o ocorrido, o título do seu texto me chamou atenção lá no canal do Ozy do Telegram. Que pena que seu amigo teve essa morte no acidente com o fogo, felizmente não perdi nenhum amigo por um motivo como esse. Sobre amizades virtuais, você já teve a oportunidade de conhecer algum deles pessoalmente?
ResponderExcluirA morte do meu amigo está descrita em um dos comentários desta postagem. Quanto às amizades virtuais, só conheço pessoalmente uma jovem, mais ninguém. Mas tenho por todos esses malucos e malucas um genuíno sentimento de amizade, de carinho. Em tempo: obrigado mesmo pelos comentários, três injeções de ânimo.
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