Imagino que desde que o
mundo é mundo (clichê!) todo mundo mente (claro, menos o Bolsonaro, pois demente).
De mãos dadas com a fofoca, talvez a mentira talvez tenha sido outra ferramenta necessária
para o desenvolvimento da linguagem (de nada, Harari!).
E há mentiras para todos os gostos. Algumas
são ditas como forma de defesa enquanto outras pretendem destruir o adversário.
Há mentiras piedosas, como aquelas que são ditas para alguém que está na "tábua
da beirada" ("Você está com uma
aparência ótima!") ou as que são ditas para simplificar uma narrativa
mais inverossímil (mesmo que verdadeira). Muitas vezes as mentiras são ditas
por educação, para não decepcionar alguém que te pediu opinião sobre a roupa
que está vestindo (“Estou bem assim?”
A resposta óbvia só pode ser “Nossa, você
está lindx!”).
Há mentiras revestidas da mais pura humildade
e compaixão. Por exemplo, para não causar inveja à maioria das pessoas eu finjo
não ter uma beleza clássica, de estátua grega. Em vez disso, digo que sou feio
pra caralho - o que evidentemente é uma mentira, apesar das sacolas sob os
olhos (as"bolsas" são um pouco avantajadas) , do nariz meio torto, orelhas de dumbo
e um queixo que um cunhado chamou de “esquisito”. Sem falar na barriga sarada
de um gomo só. Ou seja, mesmo não me chamando Heleno, tenho uma beleza helênica
que finjo desconhecer. Mas há também mentiras com resultados imprevisíveis, como
acontece quando alguém diz suavemente “só
vou botar a cabecinha" (estamos falando de uma linha de produção de brinquedos, claro).
Os maiores especialistas
na arte da mentira são as grandes personalidades da política. Quando Nero disse
"Que grande artista o mundo vai
perder!" estava deixando para a História duas mentiras
grandiloquentes, pois só Deus sabe se disse isso mesmo ou se foi algum aspone
que resolveu criar um antepassado das fake
news atuais. Mesmo também grandiloquentes algumas mentiras são muito engraçadas, como
aquela dita por Lula antes de ser preso por corrupção - "Não existe
ninguém mais honesto que eu!". Fala sério, dá para rir bastante,
concordam?
Enfim, a mentira é uma
ferramenta de mil e uma utilidades (novo clichê). Triste é quando você ouve um
sujeito medíocre dizer uma mentirinha de colegial, uma mentira que mostra a
exata dimensão de sua mediocridade, uma mentira que foi gravada (deve ser por isso que
não gosta da imprensa). Como aconteceu com nosso intrépido presidente - um
motorista sem carteira de habilitação para dirigir o sucateado ônibus brasileiro (gostou,
Ozy?). Olha a notícia:
“A mãe do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Olinda
Bunturi Bolsonaro, de 93 anos, recebeu a segunda dose da CoronaVac, vacina
contra a Covid-19, nesta segunda-feira (8) em sua própria residência em
Eldorado, no interior de São Paulo. As informações foram confirmadas pela
prefeitura. Olinda recebeu a primeira dose da vacina CoronaVac no dia 12 de
fevereiro, segundo o cartão de vacinação da idosa. Após 24 dias (grifo
meu), ela recebeu a segunda dose do imunizante, por volta das 10h30.
Em uma transmissão ao vivo nas redes sociais no dia 18 de fevereiro, Jair Bolsonaro apresentou o cartão de imunização da mãe, Olinda, afirmando que ela teria sido imunizada pela vacina de Oxford, fornecida pela Fiocruz.
No entanto, de acordo com informações do cartão de vacinação de Olinda, o número do comprovante da dose aplicada corresponde a um lote compatível com o imunizante do Instituto Butantan, vindo de São Paulo.
Quando qualquer negacionista vir te falar de remédio de verme e remédio de malária, divida essa notícia com ele.
Vacina é o único método comprovadamente eficaz contra a Covid-19".
Só para esclarecer um pouco mais: conheço um
médico e uma farmacêutica que são casados. Por trabalharem
em postos de saúde da PBH já foram vacinados . A diferença está na vacina que cada um recebeu. Ele foi
vacinado com Coronavac enquanto ela
foi vacinada com a da Astra Zeneca.
Ele já recebeu a segunda dose (24 dias depois da primeira), mas ela receberá a segunda dose só 90 dias após ter recebido a primeira.
Em uma transmissão ao vivo nas redes sociais no dia 18 de fevereiro, Jair Bolsonaro apresentou o cartão de imunização da mãe, Olinda, afirmando que ela teria sido imunizada pela vacina de Oxford, fornecida pela Fiocruz.
No entanto, de acordo com informações do cartão de vacinação de Olinda, o número do comprovante da dose aplicada corresponde a um lote compatível com o imunizante do Instituto Butantan, vindo de São Paulo.
Quando qualquer negacionista vir te falar de remédio de verme e remédio de malária, divida essa notícia com ele.
Vacina é o único método comprovadamente eficaz contra a Covid-19".
Nenhum comentário:
Postar um comentário