sexta-feira, 19 de março de 2021

A INUSITADA E SINGULAR ESTÓRIA DE FRANZ KAFKA E A BONECA VIAJANTE - ANÔNIMO

 


Minha mulher enviou-me pelo whatsapp o texto abaixo. Não sei quem é o autor e creio que isso pouco importa. O que realmente importa é a delicadeza e o lirismo contidos na história brevemente narrada no texto que recebi. Como sou de natureza sonhadora e romântica pois é...), resolvi publicá-lo no Blogson, como antídoto ou contraponto a todo desespero, tragédia, burrice, estupidez e filhadaputagem noticiados diariamente.


Um ano antes de sua morte, Franz Kafka viveu uma experiência singular. Passeando pelo parque de Steglitz, em Berlim, encontrou uma menina chorando porque havia perdido sua boneca. Para acalmar a garotinha, inventou uma história – a boneca não estava perdida, mas viajara, e ele, um "carteiro de bonecas", tinha uma carta em seu poder que lhe entregaria no dia seguinte. Naquela noite, ele escreveu a primeira de muitas cartas que, durante três semanas, entregou pontualmente à menina, narrando as peripécias da boneca vividas em todos os cantos do mundo.

Durante anos, Klaus Wagenbach, um estudioso de Kafka, procurou a menina pela região próxima ao parque, investigou com os vizinhos, colocou anúncio nos jornais, mas nunca conseguiu encontrar a pista da menina ou dos originais das cartas. Segundo Dora Dymant, sua última companheira, Kafka se envolveu com tanta seriedade na tarefa de consolar a pequena Elsi como se escrevesse mais um de seus romances ou contos que nunca foram publicados em vida. Toda essa inusitada situação, verdadeira ou não, acabou inspirando Jordi Sierra a escrever este livro e inventar as supostas cartas, criando desta forma um final imaginário para esta estranha e bela história.

O livro é dividido em quatro partes: primeira ilusão: a boneca perdida – quando Kafka encontra a menina chorando no parque; segunda fantasia: as cartas de Brígida – quando se torna o carteiro de bonecas, e passa a escrever as cartas da então boneca perdida que se tornou viajante; terceira ilusão: o longo percurso da boneca viajante – quando começam as cartas de despedida da boneca; quarto sorriso: o presente – quando há a aceitação e superação da perda.

“Quanto a mim, permiti-me a transgressão: inventar essas cartas, terminar a história, dar-lhe um final imaginário. Pode ter sido este ou outro qualquer, não acho que seja muito importante. O que aconteceu é tão belo em si mesmo que o resto carece de importância. A única coisa evidente é que aquelas cartas devem ter sido mais lúcidas que as recriadas por mim.” – Jorri Sierra i Fabra, declara no final do livro “Kafka e a Boneca Viajante”.

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