quarta-feira, 3 de março de 2021

LE PAPIER A UN GRAND AVENIR



Recebi de um amigo um vídeo muito engraçado, provavelmente parte de uma campanha publicitária divulgada na França. O filme mostra uma mulher em várias situações onde se usa ou se usava papel e seu marido ironizando isso, sempre com um tablet na mão, para mostrar que o papel tornou-se uma coisa anacrônica. E tome romance, revista de palavras cruzadas, dever de casa do filho, etc. Até o marido ser mostrado no banheiro, querendo usar papel higiênico, que acabou. Ele chama a mulher e ela passa por baixo da porta um tablet com a imagem de um rolo. O filme termina com os seguintes dizeres em francês: “O papel tem um grande futuro”. Muito legal.

Mas, já que entramos nessa seara, vou contar um caso real, acontecido na época de faculdade. Um dia, entrei em um dos sanitários daquele prédio da antiga Escola de Engenharia, situado na esquina de Guaicurus com Espírito Santo, conhecido pelos alunos como "AG"  (Artur Guimarães).

Nas paredes dos boxes, como em todo lugar semelhante, encontravam-se desenhos pornográficos, sacanagens, palavrões, etc. Mas tive a atenção voltada para um protesto "culto" sobre o ato de rabiscar as paredes, escrito, paradoxalmente, em uma delas. E era assim:

"La muraille est le papier des canailles". Abaixo, o autor continuava: “tradução para os ignaros: a parede é o papel dos canalhas". Bacana, né? Mas, aí, veio um sacana gozador que detonou, escrevendo logo abaixo:

"Então, não sou canalha, pois não consigo limpar o cu com a parede".

Caguei de rir (perdão, escapou-se-me a associação involuntária) e memorizei isso até hoje, provando que é verdade o que eu sempre digo: tudo o que é importante, eu esqueço; tudo o que é absolutamente inútil eu memorizo.

Data original da publicação 18/08/2014


2 comentários:

  1. Existe uma ideia generalizada e até certo ponto propositadamente embutida de que uma nova tecnologia deve necessariamente substituir a anterior por ser "melhor". Mas tem muita coisa que foi substituída só por ser mais barata ou conveniente e não melhor de verdade. Por exemplo o MP3 que é pior que um CD mas é mais versátil, prático e econômico. Até hoje uso muito meus cadernos. Escrever e anotar coisas em papel não uma questão de nostalgia, eu escrevo neles porque são melhores que digitar mesmo. Claro. Uso bastante processadores de texto mas para cada caso é um caso. Agregar é bom. Substituir é um erro.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. eu concordo com sua visão. Desde que perdi a vergonha de registrar minha visão de mundo, adquiri uma fluidez muito grande para escrever à mão. Escrevo quase sem nenhuma interrupção ou hesitação. Quando resolvo transcrever isso para o computador a coisa muda um pouco, pois começo a me preocupar com filigranas, altero a ordem original, excluo trechos, incluo outrso, um trabalho lascado. Por isso mesmo resolvi escrever direto no computador (word), para reduzir o trabalho de copicola. Mas papel é sempre bom . Quanto às novas tecnologias isso já me deixa totalmente vendido. Quando eu era criança, os discos eram daqueles de 78 rpm (verdade!). Os primeiro discos que comprei já eram de vinil, 33 rpm. Achei o máximo quando surgiram os CDs. Aí a coisa degringolou, pois a mp3 nem esquentou assento e já surgiu o streaming. Aí eu entreguei pra Deus.

      Excluir

ANIME-SE, JOTABÊ!

  Fiquei muito feliz depois de publicar o primeiro e-book com 60 poesias escritas ao longo de 10 anos de blog, pois tinha passado de bloguei...