sexta-feira, 31 de maio de 2019

MENINO DENGOSO!


Graças ao mosquito Aedes aegypti (que o velho e bom Oswaldo Cruz tinha mantido em seu devido lugar ainda no início do Século XX), a dengue tem posto pra foder no Brasil. E o pior é que isso combina com a situação atual do país, pois o descontrole está em alta por aqui.

Mesmo que fique preocupado com a situação geral, meu foco mesmo é Minas, é BH, pois pra farinha pouca, meu pirão primeiro. E até pirão está difícil, pois o estado está quebrado. Talvez por isso não esteja vendo mais o fumacê pelas ruas de BH.

Preocupado com essa situação, comecei a pesquisar o assunto, chegando a dois procedimentos que Fiocruz nenhuma desdenharia. O primeiro é de natureza econômica, pois a ideia é eliminar o custo do produto queimado no fumacê, substituído pela maconha de grátis apreendida em operações policiais. Essa maconha é incinerada no alto forno de alguma siderúrgica. Sempre fico imaginando o ambiente de serena alegria depois da queima do bagulho. Todo mundo mais alto (high) que o alto forno. Como dizia meu amigo Pintão ao receber o contracheque: “a gente ganha pouco mas se diverte muito”.

Mas voltemos à minha solução econômico-financeira: a queima da maconha no fumacê deixaria os mosquitos e moradores das ruas enfumaçadas super tranquilos, sem vontade de fazer porra nenhuma. Além disso, a larica posterior ajudaria a impulsionar a economia local - graças ao aumento nas vendas da indústria de alimentos, pois as pessoas comeriam tudo o que vissem pela frente.

Só uma coisa me preocupa: se a larica atingisse também os mosquitos haveria um efeito colateral indesejável: passado o efeito sedativo e tranquilizante do fumacê, os insetos teriam seu apetite redobrado e ampliado (acho que preciso repensar essa solução...).


Mas graças a seu espírito inquieto (ansioso, na verdade), o criativo Jotabê imaginou uma solução técnica imbatível para impedir o aumento dos casos de dengue: cobrir todas as pessoas dos pés à cabeça. O modelito para os homens lembraria uma roupa de apicultor. Mesmo que não seja exatamente a expressão máxima da elegância, melhor isso que levar picada de inseto. Imagine o constrangimento daquele machão incontrastável, daquele macho das antigas ao ter de admitir que ficou acamado depois de levar uma picadura. E ainda mais de inseto!

Já as mulheres, vaidosas por natureza, odiariam usar aquela roupa eficaz mas disforme. Por isso, fui buscar na cultura islâmica a solução para esse problema estético. As opções propostas com seus níveis de proteção são apresentadas no final deste post.

Sei não, mas a idealização de vestimentas seguras contra a dengue está me deixando esperançoso. Outro dia, assistindo TV, ouvi alguém usar uma expressão chiquérrima em inglês, com que me identifiquei de imediato, pois é a minha cara: “fashion influencer”. Se já não estivesse aposentado, poderia até encarar nova carreira (profissional, bem entendido!), mas é melhor esquecer isso. Como diria meu amigo virtual Marreta: "Para com essa viadagem, porra!!! Pãããããããta que o pariu!!! 

Vestimenta masculina:


Vestimenta feminina:


terça-feira, 28 de maio de 2019

NOÉ MESMO?


Recebi de meu filho um e-mail com este texto:

“Ironia: Os proprietários do parque temático criacionista Ark Encounter, localizado em Williamstown, Kentucky, que possui um modelo de 510 pés de extensão da Arca de Noé, estão processando seus seguradores por não cobrir US $ 1 milhão em danos causados por fortes chuvas”.

Esta é mesmo uma notícia na escala máxima da ironia, concordam? O único comentário apropriado que consegui fazer foi “E noé que você tem razão?

segunda-feira, 27 de maio de 2019

VISITA GUIADA

Às vezes algumas pessoas (pouquíssimas, para ser sincero) manifestam o desejo de conhecer o velho Blogson Crusoe. Obviamente isso me deixa feliz. Aliás, mais que feliz: esperançoso de que possa capturar novo leitor cativo para somar aos 3,2 malucos que têm coragem e estômago forte para acompanhar o blog da solidão ampliada. Normalmente esse desejo é só mais uma realidade alternativa, pois nunca se concretiza, fica só na teoria. Mesmo assim, resolvi atualizar e republicar um post originalmente endereçado a um sobrinho e sua namorada. Olhaí:

Pois é, vocês disseram querer conhecer o Blogson (mesmo que o convite já tenha sido feito várias vezes). Para mim, está OK. Vou até fingir que acredito que realmente o acessarão. Mesmo assim, resolvi "agendar uma visita guiada" para vocês, se, por acaso, essa visita realmente acontecer. Para isso, sugeri um post para cada um dos Marcadores do blog (aquela lista que fica à direita quando você abre a página e que eu teimo em chamar de "Seções"). Não quer dizer que sejam os melhores textos - apenas não são os piores. Mas dou um prazo para essa visita acontecer: vocês têm até 2099 para realizá-la. Vê aí.

01 - ENTENDENDO O BLOG:

02 - POSTA RESTANTE:

03 - LITERATICES (PROSA):

04 - LITERATICES (VERSOS):


06 - HUMOR (DIÁLOGOS DE SPAMTAR):

07 - HUMOR (SEM NOÇÃO):

08 - MEMÓRIA:

09 - PAPO CABEÇA:

10 - FALANDO SÉRIO:

11 - CALHA POLÍTICA:

12 - VINTAGE:

13 - RELIGARE:

14 - PRODUÇÃO TERCEIRIZADA:

15 - MÚSICA MAESTRO!
:






domingo, 26 de maio de 2019

O FIM DA HISTÓRIA



Aposentado falar sobre a situação atual do emprego ou desemprego é o mesmo que um abstêmio falar dos múltiplos lançamentos de cerveja artesanal: ainda que emita opiniões, só ouviu falar e não sabe o sabor dessas iguarias. Coincidentemente, eu sou essas duas pessoas. Por isso, não quero falar sobre o que não conheço. Meu negócio é outro, minha intenção é falar sobre profissões, algumas profissões.

Vira e mexe (talvez não com tanta frequência assim) a mídia (revistas, TVs, etc.) faz reportagens sobre as profissões do futuro - ou as que estão ameaçadas de extinção. Certamente não deve ser nada agradável para quem trabalha em uma das ameaçadas ler sobre isso. O que o sujeito pode fazer? Rezar para conseguir aposentar-se antes de ser demitido, por exemplo? Pedir pelamordedeus para ser remanejado para outro setor? Obviamente isso só será possível se a empresa tiver "outro" setor. Não há nada de engraçado nessa obsolescência forçada.

Perto de onde moro havia um sujeito que consertava máquinas de escrever. Provavelmente, ao perceber a queda cada vez mais acentuada de clientes, começou aos poucos a vender tubos e conexões, fios, cabos, tomadas e todo tipo de miudezas necessárias a uma instalação elétrica ou hidráulica. Mais um pouco e já estava vendendo cimento. No final, tinha transformado a antiga "assistência técnica para máquinas de escrever"  em depósito de materiais de construção. Mudou de endereço e de horário de funcionamento, pois começou a ficar aberto inclusive aos domingos até o meio dia, começou a vender areia, brita e tijolo e fez o maior sucesso. Isso, claro, até sua esposa obrigá-lo a vender o depósito depois de descobrir que estava mais saliente do que deveria. Mas nunca fiquei sabendo o que aconteceu com o funcionário que efetivamente consertava as máquinas de escrever.

As profissões do futuro já tem outra "pegada", principalmente pelos títulos ou especialidades sugeridas. (mesmo que não exijam um doutorado em Harvard). Recolhi algumas bastante curiosas: Condutor/ piloto de drone, Conselheiro de aposentadoria, Gestor de big data, Gestor de inovação, Gestor de marketing e-commerce, Gestor de resíduo, Gestor de sustentabilidade/ e-correlações, Profissional 3DTécnico em telemedicina. Acho que deveriam ter listado também "Produtor de fake-news", mas, talvez isso já seja inerente à raça humana, não necessitando de treinamento nem de especialização.

Mas o que me diverte mesmo são as profissões que tentam ou dizem conseguir prever o futuro. Futurólogos, economistas, videntes e astrólogos enquadram-se nessa categoria, mesmo que alguns possam ter mais credibilidade e respeitabilidade que outros (ainda que não tenham feito doutorado em Harvard!).

Agora, dureza mesmo é ser vidente. Para mim, um(a) vidente com um mínimo de vergonha na cara deveria ser capaz de prever a própria morte, por exemplo. Os mais espertos, entretanto, poderão alegar que o modo de auto-previsão está desabilitado. Os astrólogos estão em um nível intermediário de credibilidade. Alguns podem até mesmo declarar-se filósofos que encontrarão quem neles acreditem.

Mas o nível top é ocupado pelos economistas especializados em macroeconomia e pelos futurólogos. Mesmo que tenham alguma coisa de quixotescos (não todos, na verdade), só  tem gente bacana, mesmo que errem quase todas as previsões (o crescimento do PIB do Brasil é um exemplo recente). O que um profissional 3D pode dizer ao ser apresentado em um coquetel a um futurólogo? Poderá ficar tão acanhado e encolhido que talvez fique reduzido a um reles 2D (piadinha safada!). Em compensação, um gestor de resíduo provavelmente olhará com desdém para um encarregado de limpeza (ruim também).

Quando eu disse que as previsões feitas por especialistas me divertem, tinha em mente uma frase dita pelo economista gente fina Hélio Beltrão, Ministro da Desburocratização durante a presidência do general Figueiredo. Eu tinha a maior simpatia por ele, talvez por encarnar um Dom Quixote enfrentando o moinho da burocracia estatal incontrolável. Era tanto papelório que seria dele esta frase-desabafo: "O mundo acabará em papel". Hoje em dia esta afirmação talvez provocasse riso em alguns, pois com tantos micros, tablets, celulares e todo tipo de tranqueira tecnológica que fica obsoleta de forma cada vez mais acelerada, o  mais certo é que mundo provavelmente acabará em lixo eletrônico, com micro partículas de plástico ingeridas junto com alimentos normais.

Mas o melhor de todos é o filósofo e economista Francis Fukuyama, que ficou famoso ao publicar um artigo com o título "O Fim da História". Como não estou com paciência para procurar uma explicação curta sobre seu pensamento, limito-me a utilizar o título do artigo para finalizar este post (se quiser, procure se informar na internet, pois já está grandinho e habilitado a fazer isso). Pois o que o Francis Fukuyama fez foi decretar o fim da história (desta, pelo menos).



sábado, 25 de maio de 2019

QUE GRANDE...


Meu amigo Pintão sempre tinha casos mirabolantes e espirituosos para contar. Ele era muito bom nisso, pois sempre conseguia prender a atenção de todos que estavam por perto. Um dia, comentando sobre o imperador romano Nero, disse que era um incompreendido só por ter mandado assassinar a mãe, o meio irmão, um porrilhão de cristãos e por ter mandado incendiar Roma enquanto tocava harpa, etc.

Rindo, dizia que era tudo intriga, e que antes do incêndio, Roma era uma grande favela, com vielas mal cheirosas e barracos construídos de forma precária. E que Nero demonstrou ser um grande urbanista, pois traçou largas avenidas e belos palácios na área destruída. E lembrou a lenda a respeito de sua morte, quando, ao ser apunhalado teria dito a frase “que grande artista o mundo vai perder!”.

Se é Nero ou vero, não quero nem saber. O que sei é o Blogson aproxima-se da "borda da terra plana". E a única coisa que posso fazer é parafrasear o romano, ao dizer “que grande blogueiro a internet vai perder!”. Mas eu não sou Pintão (aliás, nem tenho) e isso é só uma piada ruim para provocar meu descrente amigo virtual Marreta. Fui!

quinta-feira, 23 de maio de 2019

terça-feira, 21 de maio de 2019

PASSANDO EM REVISTA A TROPA


As melhores férias da minha infância sempre foram passadas na casa de campo da irmã mais rica de minha mãe. Na verdade, a casa era de sua sogra, mas isso nada significava para mim, pois ou ia para lá ou ficava em casa. O que sei é que podia brincar com outras crianças além de meu irmão. Meus primos, no caso.

À noite, em uma sala iluminada por lampião (a energia elétrica ainda não havia chegado), a cunhada solteirona de minha tia comandava as brincadeiras. Uma delas era especialmente divertida para mim, pois exigia um mínimo de atenção. Para começar, eram designadas patentes militares a cada um dos participantes. A tia de meus primos dava o alerta:

- Passando em revista a tropa dei por falta do alferes!
.
- Alferes não falta!

- Quem falta?

- Quem falta é o capitão
.
- Capitão não falta!

- Quem falta?

- Quem falta é o ...

E a coisa ia nesse batido até que um dos participantes se distraia, esquecia a própria patente ou respondia errado. Todo mundo ria, os participantes que erravam iam sendo excluídos e a brincadeira acabava ao restar apenas dois. Como se vê, era uma coisa bem ingênua, criada talvez para impedir que as crianças pusessem fogo na casa depois do jantar.

Lembrando-me disso, fiquei pensando em uma sala de aula onde alguém faz a chamada dos alunos (ainda existe isso?). E ficou assim:

- Jair?
- Eu? O mito!

- Flavim?
- Limito...

- Carluxo?
- Transmito!

- Dudu?
- Imito!

- Queroz?
- Omito!

- Alguém deixou de ser chamado?
- A senhora esqueceu o Olavo.

- Ah, sim, é verdade! Astrólogo?
- Vomito!

segunda-feira, 20 de maio de 2019

SÓ CUTUCANDO...

Sabe aquele sujeito mala que está sempre tentando fazer uma piadinha, sempre tentando tirar um sarro em cima do que as pessoas dizem? Pois é, esse cara sou eu. Meus amigos de Facebook somam 143 pessoas, um mundo de gente. Alguns eu nem conheço pessoalmente, pois são conhecidos de conhecidos meus e que cismaram de solicitar minha amizade. OK! Por isso, vejo nesse pessoal representantes de todo o espectro político, de quase todas as religiões.

E é aí que a coisa fica divertida: um petista compartilha um post gozando ou criticando o “Mito”. Os bolsonaristas mais radicais exasperam-se e reagem com comentários longos. Às vezes é o contrário. Em outras vezes sou eu mesmo que contesto ou aprovo o que foi dito por esse ou aquele. Nessas ocasiões eu reajo ou colocando frases curtas e até enigmáticas só para provocar os mais exaltados ou escrevendo “textões”. Resumindo: eu sou mesmo o mala do facebook. As frases a seguir foram criadas nesse contexto. Olhaí.



sábado, 18 de maio de 2019

UMA BREVE HISTÓRIA DA DES(H)UMANIDADE

Em algum momento deste semestre eu pensei em escrever um texto começando lá pelo Big Bang, até desaguar nos dias de hoje ou no futuro. Como aquilo só ficou na minha cabeça, o problema é que eu não sei mais o que queria dizer e nem onde pretendia chegar. Por isso, vou saltar no escuro, começar como um trapezista de olhos vendados que dispensa o uso de rede. Se ficar minimamente aceitável e pronto até o dia 07/06, publico. Se não, lata de lixo.

Este é um texto cheio de crenças, incertezas, desesperança e alguma ironia. Que vença o (ou a) melhor. Há 13,6 bilhões de anos Dona Singularidade resolveu soltar os cachorros e o Universo começou a ser formado. Nenhum físico teórico com um mínimo de .vergonha na cara se atreve a dizer o que existiu antes disso. Como não sou teórico e meu físico anda cada vez mais debilitado, vou delirar um pouco. Deixando de lado a mania de fazer piadas horríveis, devo dizer que preciso de uma explicação - qualquer uma - para acalmar meu espírito. E é por aí que começo esta goma. O símbolo do universo é uma lemniscata (ou um oito deitado). Recentemente viajei nesse símbolo, ao imaginar que o encontro das duas curvas (a "cintura" do oito) poderia representar muito bem a tal Singularidade. O que implicaria na existência de um "pré-Universo".

Por outro lado, sinto-me mais confortável com a ideia de Descartes, que teria dito não conceber um relógio sem a existência de um relojoeiro - mesmo que o ateu Stephen Hawking tenha dito que Deus não poderia fazer mais nada ou quase nada depois de iniciado o Big Bang (ou alguma coisa parecida com isso). Como sou fã desse cientista (mesmo que não tenha entendido nada do que escreveu), vou admitir que pode estar certo. Ainda assim, vou deixar para Deus o papel do bíblico Criador, ao exclamar "Fiat Lux!com voz estentórea (e a luz se fez!). Sinceramente, posso só ter dito asneiras até agora, mas adoro essa expressão em latim.

Continuemos, pois o dia já vai longe e o sol já está alto. Deus criou o Universo e ficou na moita depois disso, só se maravilhando com tudo o que surgia. Até que um dia (uns 3,8 bilhões de anos atrás) teve sua atenção voltada para um bando de moléculas de carbono desocupadas a delinquir em um planetinha insignificante. Naquele momento, provavelmente, Deus deve ter chegado à conclusão que seria bom intervir de novo e decretou um "fiat vitae". E aquelas moléculas transformaram-se em micro-organismos unicelulares.

Essa também é uma ideia confortável para mim. Já li que a Vida surgiu na Terra trazida por cometas ou o que quer que seja. Para mim está OK, pois não me importa onde, mas como surgiu. Fica difícil imaginar a transformação de moléculas (por mais complexas que fossem) em uma manifestação de "Vida". sem alguma interferência externa. E até que fique definitivamente esclarecido esse "como", continuo imaginando o dedo de Deus nessa história,

Com o surgimento da Vida, a coisa começou ficar mais divertida naquele planetinha insignificante, o terceiro a orbitar uma estrela pertencente ao "baixo clero galático". O ambiente era mega hostil para aqueles proto-organismos. Imagino que em um primeiro momento eram todos iguais. Como não devia ser tarefa fácil conseguir nutrientes naquele ambiente quase inorgânico (estou chutando!), talvez tenha sido aí que surgiram os micro-predadores. Afinal, comer (no sentido alimentar do termo) um semelhante era provavelmente mais fácil que ficar nas proximidades de fontes térmicas subaquáticas tentando descolar um lanchinho. E também suponho que foi aí que surgiram os proto-instintos tão bem definidos na Bíblia. Quais? Aqueles do "crescei e multiplicai-vos". Ou seja, a necessidade de sobreviver o máximo possível para poder transmitir suas mutações aos "descendentes". Pode ser um lixo, mas gosto muito de pensar que foi assim que os organismos foram aos poucos se diferenciando.

E aí a roda da pré-história se moveu e foi pegando velocidade e o bicho começou a pegar, ou melhor, uns bichos pegando e outros correndo para não ser pegos. Um  asteroide gigante fez "Poff!" na Terra e arregaçou quase tudo o que vivia, mas o pega pra capar continuou com outros animais, até surgir um bando de esquisitos que se diferenciava muito dos demais. Andavam sobre duas patas e - pecado  mortal! - pensavam. Ou melhor, pensavam que pensavam. Aliás, esta é uma crença carregada até hoje por seus descendentes. 

E foi aí que deu merda (ou começou a dar). Ao mesmo tempo em que se maravilhavam com um céu noturno sem poluição, começaram a criar objetos e ritos sem parar, alguns necessários e outros só para atrapalhar. Tendo evoluído dos primeiros predadores (estou chutando!) mataram-se e comeram-se com gosto e prazer (principalmente assados). Invocaram e criaram deuses, túmulos e sábios, e evoluíram, evoluíram muito. Inventaram maravilhas tecnológicas e gastronômicas a que deram nomes sonoros e estranhos, tais como daguerreótipo, telégrafo, orkut, toddy e outros.

E todo esse progresso só fez com que os antigos monos achassem que tudo podiam, que o mundo masculino tudo lhes daria e que recursos finitos eram inesgotáveis. Hoje aquele bando inicial de esquisitos soma mais de seis bilhões de predadores que continuam a se matar alegremente, mas sem comer a carcaça. Poluem tudo o que podem, acreditam que tudo podem e, sem se dar conta disso, estão (como diria o astrólogo) se fodendo cada vez mais (e sem prazer!), à caça da própria extinção. O que não seria mau, pois as espécies de animais ainda existentes agradeceriam.

Bom, abstive-me de comentar sobre os fundadores das grandes religiões (estava sem saco para isso), tenho certeza de que não era este o texto que comecei a esboçar na mente, nem sei se era assim o final imaginado (se é que imaginei algum final). A única coisa que sei é que a paciência dos 2,3 leitores não é um recurso inesgotável. Por isso, só posso dizer: fui!

quinta-feira, 16 de maio de 2019

BARATA À VISTA - MILLÔR FERNANDES

Minha mulher tem um horror paranoico às baratas. Um horror tão grande que faz com que ela não olhe para o inseto (vivo ou morto, tanto faz) e nem pronuncie seu nome. Na nossa casa a barata é uma verdadeira “indesejada das gentes”, pois ninguém dorme enquanto um desses insetos não for morto depois de ser avistado. E sempre há uns quatro frascos de inseticida em spray espalhados pela casa, pois ninguém se atreve (nem eu) a dar uma chinelada na distinta. Aquele "cloff" (som resultante do esmagamento) e a gosma que sai de dentro dela são muito repulsivos. Melhor é gastar logo meio tubo de inseticida e ficar vendo a coitada enlouquecer antes de bater as botas, ou melhor, as patas.

Uma vez minha mulher ganhou de alguém o livro “Diário de um Cucaracha”, coletânea de cartas escritas pelo Henfil a seus amigos durante o período em que morou nos Estados Unidos. Como a capa do livro ostentava a foto de uma “bela” barata, tive de encapá-lo para que ela pudesse lê-lo. Lembrando-me disso, resolvi postar um texto engraçadíssimo do meu ídolo Millôr Fernandes, escrito em um tempo onde o “politicamente correto” era ainda só uma ameaça distante. Olhaí:


A barata é a mais lídima das aquisições democráticas do mundo. Quase toda a casa a possui. Aos pobres lhes cabe melhor quinhão desses insetos, muito embora o Sr. Guinle não possa se queixar pois o Copacabana também as tem apesar de todo o DDT. Pertencendo à família das BLATÍDEAS, muito conhecida nos buracos de rodapés, cantos de estantes, fundos de arquivos e de gavetas, as baratas têm hábitos próprios interessantíssimos com os quais me familiarizei nos meus longos anos de pertinaz contato com arcanos e alfarrábios.
     Para se lidar com baratas há quem acredite em inseticidas e baraticidas. Como em tudo mais, acredito em psicologia. Para se aplicar a psicologia é preciso um certo método e uma vasta disciplina. Vejamos.
     Encontra-se a barata. Para se encontrar uma barata não é preciso muito gasto de energia. Em geral ela nos procura. E mais em geral ainda ela vem ao meio de nossos dedos quando pegamos aquela pilha de livros que estava embaixo da escada. No momento em que sentimos a barata presa em nossos dedos um sentimento de horror inaudito corre nossa espinha. Largamos livros, agitamo-nos furiosamente, batemos no chão, nos móveis e nos livros com o primeiro pano ou jornal que se nos depara, mas, a essa altura, a barata já estará longe, escondida numa das trezentos e sessenta e cinco mil páginas dos oitocentos e setenta livros que espalhamos no chão. Como encontrá-la? eis o problema. Esse problema, depois de acalmados nossos nervos e esfregadas nossas mãos com sabão e bastante álcool, é que procuramos resolver.
     Existem, para se pegar uma barata, dois processos distintos. Um é chamar a empregada e dizer: "Tem uma barata aí! Quero isso bem limpo!" e virar covardemente as costas. Dessa atitude pode resultar que a barata atinja um extraordinário grau de longevidade pois a empregada passará um pano nos livros e jogará por cima deles um pouco de DDT, dando-se por satisfeita. A barata também. E daqui há seis meses, quando você for pegar aquele velho exemplar de Balzac, terá a desagradável surpresa de ver, à página 276, olhando-o com aqueles olhos brejeiros e aquelas antenas irônicas que lhe são próprios, a mesma barata que você tinha condenado à morte. Vocês fitar-se-ão demoradamente. Ela continuará baloiçando as antenas. E você, depois de um segundo de inércia, saltará para o ar, jogará o livro para o outro lado e berrará femininamente. Pois eis que as baratas têm o extraordinário poder de nos afeminar a todos, afirmativa essa que se aceitará sem contestação se atentar para o grande número de baratas que há em nossos teatros.
    Portanto não se deve virar as costas a uma barata, como fazem os elementos da ribalta, mas sim enfrentá-la masculamente. Para isso precisamos, antes de mais nada, saber se a barata é uma BLATÍDEA comum ou se é uma PERIPLANETA AMERICANA, ou, em linguagem menos científica, uma dessas baratas que voam. Se é dessas aconselho o leitor a desistir de qualquer pretensão máscula, arrumar as malas, fechar as portas de sua casa e entrar para o Teatro.
Agora, se é das outras, sempre há recursos:
    1 — Pegue um Correio da Manhã bem dobrado, deixando à mostra o artigo de fundo. Sacuda os livros e espere, trepado numa cadeira. Atente sobretudo para o estilo de bater quando a barata surgir. Lembre-se: o estilo é o homem.
    2 — Quando a barata surgir bata de uma vez. Não durma na pontaria. Ela normalmente pára um pouquinho, para sondar o ambiente cá de fora e confrontá-lo com a literatura em que vive metida. esse o momento de atacar.
    3 — Trate de verificar se o inseto em que você está batendo é uma barata ou um barato. Nunca se esqueça: o barato sai caro.
    4 — Nunca aproxime e afaste o jornal para fazer pontaria. As baratas sabem muito bem o que as espera quando sentem esse ventinho, quando você bater de verdade ela já terá embarcado para a Europa.
    5 — Não tenha pena de bater. Bata firme, forte, decididamente. É a vida dela ou a sua. Se você não a matar terá que passar a existência inteira alimentando-a a inseticida.
    6 — Não se importe com as coisas que o cercam. Afinal de contas que são meia dúzia de copos partidos, um tapete manchado, dois livros com as páginas rasgadas e uma perna de cadeira quebrada se você conseguiu eliminar uma barata?
    7 — Se falhar, só a paciência lhe dará outra oportunidade. A barata não lhe dará outra tão cedo, enquanto permanecer em sua memória o trauma da pancada que quase lhe tirava a vida. Não adianta você sacudir livro após livro porque se recusará a aparecer. Agarrar-se-á às páginas e, se cair ao chão, correrá rapidamente, escondendo-se por trás do guarda-roupa.
    8 — Não se deixe levar pela vaidade. Às vezes você atinge uma barata de leve e ela vira-se de barriga para o ar agitando as perninhas ininterruptamente, com a expressão de quem está dando uma gargalhada, achando você engraçadíssimo. Isso poderá lisonjeá-lo mas não a poupe por esse motivo.
   9 — Às vezes elas tentam outro truque sentimental. Atingidas de leve elas vão se arrastando tristemente, de vez em quando olhando para você com um olhar que lhe dilacera o coração, como quem diz: "Seu malvado, viu o que você fez?" Antes de começar a chorar bata até matar. Depois chore.
   10 — De seis em seis meses faça um teste consigo próprio para ver se você está mais desbaratador do que no semestre anterior. Se a resposta for negativa não esmoreça. Continue lutando até que possa, como nós, cobrar caro pelas lições administradas. E essa é nossa última recomendação: cobre sempre caro pelos seus conselhos nesse setor. Não se barateie!


terça-feira, 14 de maio de 2019

O CULTO DA PERSONALIDADE


Já repeti esta frase umas dez vezes, mas é sempre atual e pertinente. Por isso, aí vai mais uma: “a internet te colocou em contato com pessoas que antes estavam a uma distância segura”. É isso que tenho sentido desde o momento em que criaram para mim um perfil no Facebook. Obviamente, se participasse do Tweeter ou Instagram, sentiria as mesmas coisas que o fakebook provoca em mim: espanto, horror, medo, ódio, desprezo, consternação, desânimo e risadas, muitas risadas. E tudo começou na era petista, anabolizado depois pela Dilma.

Putz, o tanto que eu babava de ódio ou desprezo pelos textos endeusando o Lula e pelas pessoas que os publicavam só podia ser dimensionado em potência de dez, tipo 10 elevado à trigésima potência, coisa assim. O que eu nunca poderia imaginar é que isso ainda era pouco se comparado à mitificação do Mito, ao endeusamento de um boçal. E, pior ainda, ao ler os comentários chulos e vulgares de um astrólogo de extremíssima direita, considerado “o” guru do atual governo. Pelos palavrões que utiliza sem parcimônia poderia ser chamado “curu”.

Sinceramente, eu sempre achei a Esquerda uma merda, mesmo não precisando ir ao seu extremo. O que eu nunca sonhei é que a Extrema Direita poderia ser uma merda igual (ou pior), apenas com o sinal trocado. E parece que em todos os lugares do mundo onde os extremos ideológicos (ou religiosos) tiveram a triste chance de exibir sua visão deformada (por parcial) do mundo aconteceu um fenômeno bizarro, hilário ou amedrontador, dependendo do aparato utilizado para seu surgimento. Esse fenômeno é o culto à personalidade do bam bam bam do momento.

Pelo que li, vários líderes políticos se esmeraram em atingir o patamar de “deuses” de suas populações. Além de uma profusão de bustos, estátuas e mausoléus suntuosos, “o culto inclui cartazes gigantescos com a imagem do líder, sua constante bajulação por parte de meios de comunicação e muitas vezes perseguição aos dissidentes. Stalin, Adolf Hitler, Benito Mussolini, Mao Tsé-Tung tomaram medidas que levaram ao culto de sua personalidade, assim como Saddam Hussein, Nicolae Ceausescu e Kim Jong-il”.

A Coreia do Norte é o país onde esse culto à personalidade atinge a nota máxima da hilaridade. O nascimento de Kim Jong-il. pai do atual dono do pedaço, por exemplo, teria sido anunciado “por uma andorinha, que fez com que o inverno mudasse para a primavera, uma estrela iluminasse o céu e um arco-íris duplo aparecesse espontaneamente.

Impossível não ter “frouxos de riso” ao ler uma sandice dessas! Se bem que nunca se pode dizer que um país onde se executa um alto funcionário com um tiro de canhão anti-aéreo está a uma distância verdadeiramente segura para que se possa tirar um sarro dessas maluquices. Sei lá, não é mesmo? Como diria alegremente o astrólogo: “quem tem cu, tem medo

Mas dureza mesmo é perceber que esse culto à personalidade ainda que de forma incipiente está presente também neste país idiota. Dois posts que vi recentemente no Facebook, além de confirmar esta tese me deram vontade de comentar alguma coisa sobre eles, mesmo sendo uma pessoa radicalmente moderada, sempre disposto a tentar suavizar opiniões extremadas sobre política e religião.

Na prática, o que eu sou mesmo é o mala da internet, aquele que diz não quando a maioria diz “sim”; ou que diz “sim” quando todos estão babando o “não” mais passional. Talvez esse comportamento seja normal no planeta de onde vim. Porque eu acho que não sou mesmo deste mundo, tão estranho ele se me apresenta. Mas estou enrolando sem entrar no assunto que finaliza este texto.

Os posts que mencionei são dedicados ao Lula e ao Bolsonaro. O do Lula é uma gozação feita em cima do Bozo. Uma boa piada, diga-se. O que me incomodou foi a frase que alguém postou imediatamente após a imagem do Twitter: “Como não amar esse homem?” Minha primeira reação foi pensar em vomitar, de tão incomodado fiquei. Os seguidores do petista são tão devotos, tão religiosamente crentes em tudo o que ele diz ou faz, que tornam impossível uma convivência pacífica com quem não segue o messias da Esquerda. Olha a imagem que saiu no Facebook:

Mas o primeiro prêmio da falta total de senso coube a quem publicou este post (compartilhado por meus amigos bolsonaristas!!!). Depois da imagem, um texto tão infantil que lembra uma oração feita por uma criança de dez anos. E como é de autora desconhecida, poderia dizer que é "oculto da personalidade" (muito ruim!). Olhaí:

O PESO DE UMA NAÇÃO
Essa foto me chamou muita atenção, pensei comigo, o que deve passar na mente desse homem?
Todos os dias é uma luta contra aqueles que desejam o “bem” para o País.
Sobe forte ataque da mídia o que faz esse homem ainda acreditar? Qual seu desejo? Uma nação que foi acostumada a ser enganada e ainda estar lá... Lutando, sozinho. O tempo trará todas as respostas que desejamos, foram 57 milhões de pessoas (inclusive eu) a acreditar nesse homem abençoado. Jair Messias Bolsonaro o Brasil é pesado né, meu amado? Como é difícil tirar das entranhas do palácio os egos, cobiças, e artimanhas... Como é difícil acordar e ter parte da população lhe xingando nas redes sociais e nas ruas. Ahhh, Presidente, o Senhor está sendo até mais forte do que eu imaginava! Sua posição é guardada por Deus, e os anjos guardam seus projetos e propósitos. Não se sinta cansado! Assim como Moisés em batalha cansou seus braços e o povo o ajudou a segurar erguido, nós estamos aqui, Presidente, para segurar seu braços cansados. Nós te amamos!
A Nação te escolheu, e nem você acreditava nisso tudo né? Uma loucura. Mas lá na frente, se Deus permitir e eu estiver bem velhinha,vou contar sua história, da qual fiz parte.
(Autora desconhecida)

Meu amado”, “Nós te amamos!” O que eu posso dizer depois dessa leitura? Só isso: que vergonha, meu Deus, que vergonha!


domingo, 12 de maio de 2019

SÓ TEM UMA!


- Hoje é Dia das Mães! O pior é que me esqueci de comprar presente...

- Tá louco? Sua mãe morreu há dez anos!

- Eu sei, é que eu não resisti a fazer essa brincadeira.

- Só faltou contar aquela piada do menino que abre a geladeira e diz “Mãe, só tem uma!” Piada horrível, diga-se.

- Claro que não!

- Porque mãe só tem uma.

- Grande filósofo! Ou é só astrólogo?

- Não enche o saco!

- Mãe só tem uma...

- Ainda bem que só tem uma, né?

- Qual é a piada agora?

- Não é piada. É só uma constatação. Já pensou se em vez de uma, todo mundo tivesse duas mães?

- Não entendi!

- Cara, com duas mães para cada um, iria dar fila de espera em qualquer consultório de psicoterapeuta!

- Você é doente mesmo!





quinta-feira, 9 de maio de 2019

COM TODO RESPEITO


Esta é uma versão "maluco-beleza" do post "Grafi-tweets". No bairro onde moro existe uma casa onde está instalado o "Centro de Convivência Artur Bispo do Rosário", unidade da prefeitura que "promove a reinserção social de pacientes psiquiátricos através das artes". O muro dessa casa é coalhado de desenhos e frases aparentemente escritas pelo pessoal atendido. Algumas são bem legais, como este trocadilho: “Com doido respeito”.  Há também pirações como "A ótica é a ética. Não estresso, só verso". Ou "Vejo sem ver, pois sou o homem-morcego".  Graças a meu filho e ao Google Maps, consegui cinco imagens do lugar (infelizmente, com pouca nitidez ao ser jogadas no blog). O que se percebe é que sempre estão “atualizando” o mural. Olhaí.








UM PÉ DESCALÇO


Miss Marple - a simpaticíssima personagem criada por Agatha Christie - resolvia os assassinatos mirabolantes imaginados pela autora graças a silogismos, associações de ideias e analogias que fazia dos crimes e criminosos com personagens e episódios de sua cidadezinha natal. Tenho percebido que adotei o mesmo procedimento em muitos dos textos que escrevi. Ou seja, a partir de algum caso ou lembrança antiga fiz minhas divagações rasteiras e banais sobre acontecimentos recentes. Hoje aconteceu a mesma coisa com uma lembrança de minha avó materna.

Como talvez se lembrem os 2,3 leitores deste blog, morei na casa de minha avó até me casar. Aos 24 anos. Quando estava com dezesseis, Dona Leta começou a apresentar sinais inesperados e até constrangedores de demência, uma demência crescente, tão mais assustadora quanto mais passava o tempo. Depois de falar mais palavrões que um Olavo de Carvalho, de dançar como uma adolescente, de destratar noras que não aceitava, morreu ao fim de seis anos de demência, em posição fetal, com reações de bebê recém-nascido. Mas, bem no início, quando ainda falava e misturava realidade com delírio, um dia chegou mancando perto de minha mãe, pois estava calçando chinelo apenas em um dos pés.

Minha mãe não achou nada engraçado e perguntou onde estava o outro pé. Com um ar meio aparvalhado, minha avó disse que não sabia. Procura daqui, procura dali, debaixo da cama, atrás da porta, dentro do guarda-roupa e nada de chinelo. Outro par deve ter sido providenciado até que se achasse o "fujão". Que foi encontrado ainda no mesmo dia, quando minha mãe resolveu reabastecer a lata de biscoitos que ficava ao lado da cabeceira de minha avó. Era lá que ele estava, na companhia dos biscoitos ainda não comidos. Todos riram com isso, provavelmente comentando que "Mãe está caducando". E essa é a imagem que me veio à mente: o pé descalço de minha avó.

Ultimamente, tenho visto, lido ou ouvido tantas barbaridades circulando pelas redes sociais ou nos noticiários do rádio e da TV, que acabo ficando triste, surpreso, irritado, aterrorizado ou acabrunhado. O radicalismo, o ódio e o preconceito estão atingindo níveis nunca sonhados por mim. E o pior é que vejo isso partindo de pessoas que conheço há muito tempo: primos, cunhados, amigos, vizinhos. Como cantou João Bosco, "meu companheiro está armado até os dentes". Pessoas cordialíssimas, simpaticíssimas, gentilíssimas. Mas, na prática, gente que sonha com moinhos inexistentes, que acha normal, louvável e até desejável andar "só com um pé calçado", seja ele o esquerdo ou o direito. 

Não estão senis, não são dementes, mas, graças à sua visão insuspeitadamente radical, andam "mancando", pois se recusam a aceitar que o normal, o desejável é o equilíbrio, a moderação, a ponderação. E, pior, talvez para convencer-se de que estão certos divulgam notícias e imagens falsas, ridicularizam tudo o que não está de acordo com sua limitada visão de mundo. E defendem o indefensável, elogiam o condenável e aplaudem o deplorável. No meio dessa gente minha avó não poderia se sentir mais à vontade. Mesmo guardando um pé de chinelo na lata de biscoitos.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

OS GRANDES FILÓSOFOS E SUAS FRASES INSPIRADORAS



LAO-TSÉ (?-531 a.C.)
Preocupe-se com a aprovação das pessoas e você será prisioneiro de si mesmo.

CONFÚCIO (551-479 a.C.)
A maior glória não é ficar de pé, mas levantar-se cada vez que se cai.

 SÓCRATES (469-399 a.C.)
A verdadeira sabedoria consiste em saber que você não sabe de nada.

PLATÃO (427-347 a.C.)
Uma vida não questionada não merece ser vivida.

ARISTÓTELES (384-322 a.C.)
A dignidade não consiste em possuir honrarias, mas em merecê-las.

MARCO PÓRCIO CATÃO - CATÃO, O VELHO (234-149 a.C.)
Depois que eu morrer, prefiro que as pessoas se perguntem por que não tenho um monumento, e não por que o tenho.

EPÍTETO (50-130 a.C.)
A verdadeira riqueza não consiste em ter grandes posses, mas em ter poucas necessidades.

SANTO AGOSTINHO (354-430)
Sê humilde para evitar o orgulho, mas voa alto para alcançar a sabedoria.

SÃO TOMÁS DE AQUINO (1225-1274)
Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é negá-la.

RENÉ DESCARTES (1596-1650)
Não há nada no mundo que esteja melhor repartido do que a razão: todos estão convencidos de que a tem de sobra.

DAVID HUME (1711-1776)
Todos nós temos uma prodigiosa parcialidade em favor de nós mesmos.

IMMANUEL KANT (1724-1804)
O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.

GEORG HEGEL (1770-1831)
O que a história ensina é que os governos e as pessoas nunca aprendem com a história.

FRIEDRICH NIETZSCHE (1844-1900)
Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas.

LUDWIG WITTGENSTEIN (1889-1951)
Os limites do meu conhecimento são os limites do meu mundo.

THEODOR ADORNO (1903-1969)
Liberdade não é poder escolher entre preto e branco, mas sim abominar este tipo de propostas de escolha.

JEAN PAUL SARTRE (1905-1980)
Um homem não é outra coisa senão o que faz de si mesmo.

MICHEL FOUCAULT (1926-1989)
A psicologia nunca poderá dizer a verdade sobre a loucura, pois é a loucura que detém a verdade da psicologia.

OLAVO DE CARVALHO (1947-)
A quem me chama de desocupado não posso nem responder que desocupado é o cu dele, já que não para de cagar o dia inteiro...

MONOGLOTA BILINGUE

Não tenho vergonha de dizer que meu cérebro parece estar se liquefazendo, tal a quantidade de brancos que têm ocorrido. Talvez devesse dizer...