Desde a primeira vez que ouvi alguém usar a expressão “melhor idade” eu fiquei
puto. Sério! Isso é coisa de gente hipócrita ou criação de alguma assistente social
de órgão público. Essa asneira é tremendamente ofensiva para quem já passou dos
cinquenta. Melhor idade em que, pombas?
Pense bem, aos sessenta anos (data de partida
da “melhor idade”) – ou até antes disso – o(a) infeliz está da seguinte forma:
tudo o que deveria aumentar ou manter-se, diminui. Por outro lado, o que deveria
diminuir ou manter-se, aumenta. A pressão arterial, a glicose, a perda de
memória e a barriga aumentam. Diminui a resistência, o sono, a audição, a
visão, a disposição e o tônus muscular.
E por falar em tônus, aliado a tudo isso, há
ainda o efeito da força gravitacional (salve, Newton!) sobre o corpo. Com a
perda de tônus muscular, tudo cai – as pálpebras caem, as bochechas, os seios,
as bundas, as pelancas, as papadas e até os cabelos. Isso, sem falar na ereção,
pois, quando ainda existe (existe!!), a coisa fica como as bandeiras de prédios
públicos em dias de luto oficial: a meio pau...
Por isso, pensando naqueles que ainda
insistem em tentar enganar os velhinhos com o papo furado de “melhor idade”, eu
sugiro outro nome para essa faixa etária, um nome mais condizente com a queda dos
corpos:
GRAVIDADE...
Rapaz, muito legal seu texto. Você fez uma ligação com uma postagem anterior e só quem leu vai entender. Gostei. Cara, eu também fico puto com um monte de asneiras desse tipo. Geralmente são empregadas em comerciais para vender produtos. Você já percebeu como o slogam de muitos produtos são imbecis? Alguns fazem sentido mas muitos, não. Esse da "melhor idade" não deixa de ser um slogam comercial também. Pode notar que ele é associado à venda de medicamentos, imóveis e rotas de viagem. Enfim, eu ri muito com seu texto, e gostei do seu ponto de vista.
ResponderExcluirBom que tenha gostado, Giovani. Foi com textos despretensiosos assim que eu imaginei o blog. Valeu!
ResponderExcluir