Sempre tive o hábito de ordenar as cédulas
segundo seu valor, em ordem crescente. Assim, depois de dobradas, as de maior
valor ficam meio ocultas pelas demais. Quando era mais jovem, entretanto, tinha
a mania idiota de ordenar as notas de mesmo valor pelo seu número de série,
também em ordem crescente.
A isso, creio, dão o nome de TOC
– Transtorno Obsessivo Compulsivo. Se alguém procurar no Googa (my
brother) mais informações sobre esse transtorno, achará um artigo do Dráuzio
Varella que, entre outras coisas, diz o seguinte:
“Em geral, os rituais se
desenvolvem nas áreas da limpeza, checagem ou conferência, contagem,
organização, simetria, colecionismo, e podem variar ao longo da evolução da
doença”.
Eu sublinhei a palavra “rituais”
porque esse é o tema desta “meditação". O lance é o seguinte: ontem,
durante a missa das 19h30 (sou católico praticante e “comungante”!) a mente
começou a viajar, mais precisamente durante a homilia (sermão, como se dizia).
Fiquei pensando nos rituais que existem (creio) em todas as religiões. Há uma
montanha deles. Por exemplo, o bater de cabeça dos judeus em frente ao Muro das
Lamentações, as sete voltas dos muçulmanos em torno da “Kaaba”, o tira-põe da
mitra dos bispos católicos durante a missa. Sem falar das vestimentas e
utensílios utilizados durante as celebrações.
Aí me ocorreu a seguinte “teoria miojo”: no
início das religiões, o que existia eram apenas os ensinamentos de seu(s)
fundador(es). Alguém sentava no chão, em um banquinho, em um tapete e mandava
ver. Para tentar “contextualizar” (boa, essa palavra) os ensinamentos passados
com o momento presente, alguns (ou todos) discípulos começaram a fazer encenações
rituais que ajudassem a fixar o conceito que queriam transmitir. Ideia bacana.
O problema é que as encenações teriam se tornando rígidas, obsessivas, obrigatórias: “se
não fizer assim, os pecados não serão perdoados, as preces não serão atendidas,
a purificação não será alcançada”.
Então, minha teoria é essa: os rituais,
vestimentas e acessórios utilizados de forma recorrente pelas diferentes
religiões têm toda a cara de ter sido criados por gente portadora de TOC.
Essa minha “meditação” não tem embasamento
teórico, é fruto apenas da minha própria obsessão por assuntos em que a
religião esteja envolvida. Tenho TOC, pô! Não sou da área, mas imagino que
alguém com conhecimento e competência já deve ter estudado e analisado isso.
(O muro das lamentações onde Jotabê bate a
cabeça é o terminal bancário em que consulta o saldo da conta corrente no final
do mês).
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