Quando tento falar sério sobre alguma coisa,
eu sempre acho que estou me expondo ao ridículo por não ter um embasamento bacana que sustente minhas ideias e opiniões. Mas, já que ainda estamos
nessa maré de eleições, tomei um antiácido para falar (de novo!) de
política. Vamos lá.
PROMETEU
Faltam dez dias para a votação de segundo turno das eleições de 2014 e o pau já está comendo. Se bobear, vai ter até reedição de uma tragédia grega: cada um tentando comer o fígado do outro enquanto clama “Você Prometeu, Prometeu e não cumpriu...” (realmente, não dá para ter seriedade neste país!).
ESSENCIAL
Não consigo entender como as pessoas brigam
pelo que é periférico e se esquecem do principal em um programa de governo.
Casamento gay, legalização ou não do aborto, descriminalização da maconha,
redução ou não da maioridade penal, fim da reeleição, adoção de políticas
ambientalistas, tudo isso, para mim, é periférico. Se aprovarem, está bom; se
não aprovarem, está bom também.
Para mim, o que pega é o núcleo, a medula do
programa, o que pretendem fazer com o país. Eu votaria na Dilma sem nenhum
problema se tivesse a certeza de que ela e o PT não pretendem “venezuelar” o
Brasil, se a liberdade de expressão e de imprensa fossem respeitadas ou, até mais
que isso, fossem veneradas. Votaria nela se parasse de adular e venerar os
velhinhos cubanos, o Evo Morales, a Cristina Kirchner, se parasse de acreditar
que o socialismo é a solução para o Brasil (e não o problema). Votaria nela se
o PT parasse de tentar reinventar a roda em termos de política econômica. Votaria
nela, enfim, se tivesse a certeza de que a democracia e a livre iniciativa
seriam preservadas, defendidas e respeitadas, e que o autoritarismo em qualquer
de suas expressões jamais fosse tolerado no Brasil.
Mas, aí já é querer demais, não é mesmo?
MENTIRAS
Eu fico bobo por neste país ninguém ser
obrigado a fornecer provas contra si mesmo. E eu nem estou falando de bandidos
(talvez esteja). As propagandas eleitorais divulgam dados falsos, incompletos,
caluniosos e fica tudo por isso mesmo. Como pode alguém querer ser “presidenta”
se autoriza (ou não desautoriza) esse tipo de campanha?
Os Estados Unidos adotam uma caretice que
funciona, que é o juramento. Nego lá jurou em falso e o pessoal já quer comer o
fígado dele (fígado é um eufemismo do que eu realmente estava pensando). Até
presidente, se vacilar, roda. O Clinton, por exemplo, teve que rebolar muito
para não sofrer impeachment por falso testemunho, quando alegou não ter feito
sexo com a estagiária. E olha que o que a Mônica pagou nem foi propina; o que
ela pagou foi boquete.
Aqui no Brasil, ao contrário, falso
testemunho é festa. A cúpula do PT mente e nada acontece. A propaganda
eleitoral é enganosa e tá limpo. Nem ficar vermelho o pessoal fica! Acho que é
por não ter como ficar mais vermelho do que já é.
É por essas e outras que o povo está sempre
cabreiro com a política e com os políticos. Para a maioria dos políticos a
versão é mais importante que os fatos. Deve ser por isso que as pessoas de bem
têm aversão por eles.
ESTA MÚSICA DIZ TUDO!
De repente, me
veio à cabeça uma música linda e bem antiga, que fala de um
comportamento muito presente na atual disputa eleitoral. O nome é mais do que
apropriado para o atual momento. E já que é apropriado, vou me apropriar de
algumas frases para fechar este post.
(...)Mentira foi tanta mentira que
você contou
(...)Por Deus, eu nem desconfiei
História tão triste você contou e acreditei
Pois quase chorei
História tão triste você contou e acreditei
Pois quase chorei
E agora desfeita a farsa
Só resta esquecer
Mentiras que calam na alma fazendo sofrer
(...)Mentiras ...
Cansei de ilusões
Só resta esquecer
Mentiras que calam na alma fazendo sofrer
(...)Mentiras ...
Cansei de ilusões
Ah, esqueci de dizer que o nome dessa música é
CANSEI DE ILUSÕES.
Realmente, muito bonita essa música. É do Tito Madi, né?
ResponderExcluirÉ sim. Confesso que tive que buscar a informação no "Guga". Mas ele compôs uma música que o Milton Nascimento estraçalhou no disco "Milagre dos peixes ao Vivo". A música é "Chove lá Fora". Nesse show, Milton dedica a música a dois artistas brasileiros mortos em acidente de avião (Leila Diniz e Agostinho dos Santos). É absurdamente linda e comovente. Vala a pena ouvir. Se alguém se interessar, segue o link. http://www.youtube.com/watch?v=7rNdIwGYUs8
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