Quando
eu nasci veio um anjo safado... (ops! eu estava com a música do Chico na
cabeça e me distraí) Vamos de novo:
Quando eu nasci, meus pais resolveram
homenagear um dos santos de sua devoção. Aí me deram o nome de José (isso é
real!). O problema é que, talvez por purismo ou inocência, deram dois vacilos:
– a junção dos sobrenomes de meu pai e minha
mãe resultou em uma expressão danada de obscena (que não pretendo expor neste
blog);
– eu não tenho nome composto, tipo “José Carlos”, por exemplo. Meu nome é
apenas José. E isso sempre foi motivo
de constrangimento para mim, um neurótico puro-sangue.
No início da adolescência, eu me torturava
pensando o que diria se atendesse ao telefone e alguém perguntasse quem estava
falando. E ficava imaginando o diálogo apavorante:
– Alô...
– Quem está
falando?
– Aqui
é o Zé.
– Zé?
Que Zé?
– Zé, Zé só!
Detalhe: nessa época, a casa de minha avó,
onde morávamos, nem tinha telefone!!! (e pensar que ninguém nunca cogitou de me
internar!)
Talvez por essa solidão “antroponímica”, eu
acabei por detestar meu próprio nome e, por extensão, todos os outros nomes bíblicos. Para
mim, bacanas eram os nomes saxônicos, germânicos ou escandinavos. Já pensou se
eu me chamasse Balder, por exemplo? Provavelmente eu nunca teria criado este
blog. Sério! Porque José tem uma sonoridade ruim. Em BH fala-se "Jusé", mas se for pronunciado corretamente, sai "Jósé", que é feio demais. Além disso, esse nome remete ao apelido “Zé” e suas múltiplas variações, todas
depreciativas, tipo “Zé Mané”, “Zé Ruela”,
“Zé Goela” (ou Guela), “Zé cai n’água”,
“Zé Ninguém”. (Rá rá rá o que? Tá achando graça? O papo é sério!)
Por que estou falando disso? Porque, ao criar
o blog, fiquei pensando em um personagem que comentasse as piadinhas infames que
escrevo. Aí até pensei no “Bloguição”, porque acho muito engraçado algumas
pessoas referirem–se a si próprias na terceira pessoa, sempre se enaltecendo.
Como o Pelé, por exemplo. Conheço também um sujeito próximo que fala dessa
forma (“porque Gomes é foda em
matemática”, “porque Gomes deu um show” e por aí). Já o “Bloguição” só
interfere e comenta para tornar mais ridículo ainda o assunto abordado. Mas,
convenhamos, é um nome bastante idiota e forçado.
Recentemente, um conhecido, ao saber da
existência do blog, não sem uma pitada de ironia e um pouco de menosprezo, perguntou
se eu era agora o “Zé do Blog”. Fiquei com vontade de mandá-lo à puta que o pariu, mas consertei:
– “Não, sou o José do Blogson, um blog contraindicado para analfabetos funcionais e até para os 'analfabetos voluntários'. Mas pode me chamar de JB”. Aí, das trevas fez-se
a luz e eu saquei que o comentarista do blog seria (será) a partir de agora o “Jotabê”. Piadinha infame? Olha lá o Jotabê comentando, só para deixar ainda pior. Show!
(Jotabê nunca mente, só desmente).
Rapaz, se você soubesse o meu primeiro nome, agradeceria seus pais pelo José.
ResponderExcluirO José é o menor dos problemas! Meu irmão, depois de velho, suprimiu o sobrenome de minha mãe, para acabar com a sacanagem.
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