Quando eu criei este
blog, escrevi um texto para explicar como o imaginava, como seriam divididos
por estilo os posts, etc. A “seção” Reverência abrigaria textos
de autores consagrados que admiro e venero. Na prática, isso acabou mudando, porque o autor nem precisa ser
membro da Academia Brasileira de Letras (isto é só uma "gracinha"!) – basta que eu
admire ou me identifique com suas ideias.
Pois bem, tempos atrás encontrei
um texto espetacular na revista Veja, de autoria de Sérgio Rodrigues. Eu não o conhecia mas virei fã por conta da crônica citada, com a qual me identifiquei de imediato. O cara escreve bem pra caramba, é autor de diversos livros e colunista diário do site da revista Veja.
Antes de transcrever alguns trechos desse texto, preciso dizer que uma pessoa amiga, ao tomar conhecimento da criação do blog, me fez uma pergunta com uma ponta de censura e, paradoxalmente, ligeiramente irônica: “porque escrever com ironia?”
Antes de transcrever alguns trechos desse texto, preciso dizer que uma pessoa amiga, ao tomar conhecimento da criação do blog, me fez uma pergunta com uma ponta de censura e, paradoxalmente, ligeiramente irônica: “porque escrever com ironia?”
De minha parte, só posso dizer
que a ironia faz parte da minha forma de enxergar o mundo e as pessoas; seria
uma espécie de antídoto para minha perplexidade diante da falta de sentido que
vejo na Vida.
Mas, vamos deixar de filosofices
e ler alguns trechos do artigo que me causou tão boa impressão. Talvez, quem
sabe, as respostas para a pergunta citada antes estejam nele contidas.
A IRONIA É ELITISTA
(...) O humor, embora aparentemente compartilhado por primatas e alguns
contadores, é um dos traços que definem o humano. Romain Gary o chama de
“afirmação de dignidade, uma declaração da superioridade do homem sobre tudo o
que o lhe acontece”.(...)
O riso é um mecanismo de seleção. Une as pessoas, mas também as separa.
Quanto menos física se torna a comédia, quanto mais se afasta do pastelão e da
careta na direção do outro extremo do arco, o espírito puro, o wit, a ironia
fina, mais gente exclui do seu campo. Passa a depender pesadamente da linguagem
e exige um grau de domínio de meios de expressão e referências culturais – e
até uma certa predisposição ideológica para captar “a mensagem” – que costumam
vir associados a uma boa formação educacional.
Se no Brasil a área de exclusão é maior do que a média internacional, a
boa ironia é elitista em qualquer língua. (...)
Ser sutil pode ser necessário aos espirituosos, mas é também um perigo.
Multidões não pescam ironia. (...) Ao se defender, alegando que quis dizer o
contrário do que disse, que a isso chamam ironia e tal, o irônico irrita ainda
mais quem já estava furioso com ele. Agora o sujeito se sente escalado no papel
de palhaço: a piada que uma pessoa descobre não ter entendido sempre lhe parece
feita também às suas custas.
Talvez seja por envolver tanta complicação que o humor tem um status
cultural ambíguo. (...)
Quem quiser ler esta excelente crônica na íntegra, siga o link
E quem quiser saber mais sobre o autor, siga
esse link:
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