sábado, 18 de maio de 2019

UMA BREVE HISTÓRIA DA DES(H)UMANIDADE

Em algum momento deste semestre eu pensei em escrever um texto começando lá pelo Big Bang, até desaguar nos dias de hoje ou no futuro. Como aquilo só ficou na minha cabeça, o problema é que eu não sei mais o que queria dizer e nem onde pretendia chegar. Por isso, vou saltar no escuro, começar como um trapezista de olhos vendados que dispensa o uso de rede. Se ficar minimamente aceitável e pronto até o dia 07/06, publico. Se não, lata de lixo.

Este é um texto cheio de crenças, incertezas, desesperança e alguma ironia. Que vença o (ou a) melhor. Há 13,6 bilhões de anos Dona Singularidade resolveu soltar os cachorros e o Universo começou a ser formado. Nenhum físico teórico com um mínimo de .vergonha na cara se atreve a dizer o que existiu antes disso. Como não sou teórico e meu físico anda cada vez mais debilitado, vou delirar um pouco. Deixando de lado a mania de fazer piadas horríveis, devo dizer que preciso de uma explicação - qualquer uma - para acalmar meu espírito. E é por aí que começo esta goma. O símbolo do universo é uma lemniscata (ou um oito deitado). Recentemente viajei nesse símbolo, ao imaginar que o encontro das duas curvas (a "cintura" do oito) poderia representar muito bem a tal Singularidade. O que implicaria na existência de um "pré-Universo".

Por outro lado, sinto-me mais confortável com a ideia de Descartes, que teria dito não conceber um relógio sem a existência de um relojoeiro - mesmo que o ateu Stephen Hawking tenha dito que Deus não poderia fazer mais nada ou quase nada depois de iniciado o Big Bang (ou alguma coisa parecida com isso). Como sou fã desse cientista (mesmo que não tenha entendido nada do que escreveu), vou admitir que pode estar certo. Ainda assim, vou deixar para Deus o papel do bíblico Criador, ao exclamar "Fiat Lux!com voz estentórea (e a luz se fez!). Sinceramente, posso só ter dito asneiras até agora, mas adoro essa expressão em latim.

Continuemos, pois o dia já vai longe e o sol já está alto. Deus criou o Universo e ficou na moita depois disso, só se maravilhando com tudo o que surgia. Até que um dia (uns 3,8 bilhões de anos atrás) teve sua atenção voltada para um bando de moléculas de carbono desocupadas a delinquir em um planetinha insignificante. Naquele momento, provavelmente, Deus deve ter chegado à conclusão que seria bom intervir de novo e decretou um "fiat vitae". E aquelas moléculas transformaram-se em micro-organismos unicelulares.

Essa também é uma ideia confortável para mim. Já li que a Vida surgiu na Terra trazida por cometas ou o que quer que seja. Para mim está OK, pois não me importa onde, mas como surgiu. Fica difícil imaginar a transformação de moléculas (por mais complexas que fossem) em uma manifestação de "Vida". sem alguma interferência externa. E até que fique definitivamente esclarecido esse "como", continuo imaginando o dedo de Deus nessa história,

Com o surgimento da Vida, a coisa começou ficar mais divertida naquele planetinha insignificante, o terceiro a orbitar uma estrela pertencente ao "baixo clero galático". O ambiente era mega hostil para aqueles proto-organismos. Imagino que em um primeiro momento eram todos iguais. Como não devia ser tarefa fácil conseguir nutrientes naquele ambiente quase inorgânico (estou chutando!), talvez tenha sido aí que surgiram os micro-predadores. Afinal, comer (no sentido alimentar do termo) um semelhante era provavelmente mais fácil que ficar nas proximidades de fontes térmicas subaquáticas tentando descolar um lanchinho. E também suponho que foi aí que surgiram os proto-instintos tão bem definidos na Bíblia. Quais? Aqueles do "crescei e multiplicai-vos". Ou seja, a necessidade de sobreviver o máximo possível para poder transmitir suas mutações aos "descendentes". Pode ser um lixo, mas gosto muito de pensar que foi assim que os organismos foram aos poucos se diferenciando.

E aí a roda da pré-história se moveu e foi pegando velocidade e o bicho começou a pegar, ou melhor, uns bichos pegando e outros correndo para não ser pegos. Um  asteroide gigante fez "Poff!" na Terra e arregaçou quase tudo o que vivia, mas o pega pra capar continuou com outros animais, até surgir um bando de esquisitos que se diferenciava muito dos demais. Andavam sobre duas patas e - pecado  mortal! - pensavam. Ou melhor, pensavam que pensavam. Aliás, esta é uma crença carregada até hoje por seus descendentes. 

E foi aí que deu merda (ou começou a dar). Ao mesmo tempo em que se maravilhavam com um céu noturno sem poluição, começaram a criar objetos e ritos sem parar, alguns necessários e outros só para atrapalhar. Tendo evoluído dos primeiros predadores (estou chutando!) mataram-se e comeram-se com gosto e prazer (principalmente assados). Invocaram e criaram deuses, túmulos e sábios, e evoluíram, evoluíram muito. Inventaram maravilhas tecnológicas e gastronômicas a que deram nomes sonoros e estranhos, tais como daguerreótipo, telégrafo, orkut, toddy e outros.

E todo esse progresso só fez com que os antigos monos achassem que tudo podiam, que o mundo masculino tudo lhes daria e que recursos finitos eram inesgotáveis. Hoje aquele bando inicial de esquisitos soma mais de seis bilhões de predadores que continuam a se matar alegremente, mas sem comer a carcaça. Poluem tudo o que podem, acreditam que tudo podem e, sem se dar conta disso, estão (como diria o astrólogo) se fodendo cada vez mais (e sem prazer!), à caça da própria extinção. O que não seria mau, pois as espécies de animais ainda existentes agradeceriam.

Bom, abstive-me de comentar sobre os fundadores das grandes religiões (estava sem saco para isso), tenho certeza de que não era este o texto que comecei a esboçar na mente, nem sei se era assim o final imaginado (se é que imaginei algum final). A única coisa que sei é que a paciência dos 2,3 leitores não é um recurso inesgotável. Por isso, só posso dizer: fui!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ESTRELA DE BELÉM, ESTRELA DE BELÉM!

  Na música “Ouro de Tolo” o Raul Seixas cantou estes versos: “Ah! Mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado. Macaco, praia, ...