Moro perto de dois caras fanáticos por futebol. Não sei quem são, apenas os escuto. Um
deles é cruzeirense e o outro torce pelo Atlético Mineiro. Já percebi que gostam de gritar seus gritos de guerra nos dias em que seus times jogam. O
cruzeirense entoa seu -"Zêêrô!" e o atleticano esgoela o manjado -"Gaaalô!"
O que me deixa meio espantado é que isso
acontece mesmo que os jogos nem tenham começado ainda ou mesmo que seus times
estejam perdendo ou já tenham perdido. Parece uma coisa meio catártica, só para
aliviar a tensão. Para mim, isso sugere também a troca de uma ideia, sentimento ou
afinidade por um símbolo, tornando essa verbalização uma coisa automática,
emocional, pouco racional.
Hoje eu estava assistido no canal Globo News as falas (ou depoimentos ou o
que quer que seja) do jurista
Miguel Reale Júnior e da advogada Janaína Paschoal perante a
comissão especial que
analisa o pedido de afastamento da Dilma assinado por eles.
Fiquei impressionado com a fluência e embasamento legal das considerações
feitas pelos dois, pela defesa super articulada e bem feita do impeachment. Falam tão bem que se
estivessem em um tribunal de júri comoveriam até o criminoso que estivessem
tentando condenar.
Pois bem, lá pelas tantas, um deputado
petista ironiza alguma coisa dita pela advogada e exclama o mantra - "não vai ter golpe!", como se tivesse acionado o modo automático de manifestação e pouco se
lixando para a citação dos artigos e leis que deixam clara a inexistência de um
golpe no pedido de impeachment.
Foi aí que eu me dei conta da semelhança
entre essa frase e o grito de guerra de uma torcida de futebol. Não importa se
o "time" está jogando bem ou mal, se está na primeira ou oitava
divisão nem se corre o risco de ser rebaixado ou eliminado da "competição". De repente, assim do
nada, o "torcedor" fanático e alienado tem um espasmo e lança no ar
seu grito automático de amor e devoção. Sinceramente, não consigo entender esse "fogo da paixão" standard e fora de qualquer
contexto mais lógico.
Sou uma torcedora fajuta, mas como o mestre Nelson Rodrigues e outros interesso-me por esse fascínio. Recomendo o documentário 40 minutos antes do nada,mesmo pra quem não gosta de futebol, é bem divertido. Ainda ontem fui conhecer as Laranjeiras, o prédio é bem legal, mas vale mais ir ao Jardim Botânico rsrs.
ResponderExcluirhttps://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://m.youtube.com/watch%3Fv%3DG9rWMBkoSCA&ved=0ahUKEwjd2POxi-vLAhXEIpAKHVvaCd0QtwIIGzAA&usg=AFQjCNFCojXrbKA-UT0W9pryPw9nX4CYZA&sig2=NkJrc0MGOtLlGNs9_WLKjg
"J"
Sou torcedor do América mineiro e fico feliz quando ele ganha, mas nunca fui a nenhum jogo nem sei quando vai jogar. Essa é minha ligação com o futebol. Mas torço muito pelo "Esporte Clube Vergonha na Cara" e pelo "Capitalismo Futebol Clube".
ExcluirO problema desses dois é que estão pior que o Ibis, quando não estão sem série, tão perdendo de goleada ou por WO mesmo. Só pra constar, minha opinião sobre estádios é que a ideia de inferno foi inspirada ali.
ResponderExcluir"J"