quinta-feira, 10 de março de 2016

POLTERGEIST (É BLOG!)

Se seu avô, pai (ou mãe), irmão, primo, sobrinho, filho, neto, inimigo, agente funerário ou até mesmo seu ursinho de pelúcia apresentar mudanças de comportamento, fique atento. O mesmo aviso vale para seu marido, esposa, pegante, ficante, ricardão ou ricardinha. Be careful

Passe a observar se essa pessoa começou a ficar irritada sem motivo aparente, se está mais impaciente, inquieta, agressiva ou pela-saco. Pode ser que esteja usando drogas.

Depressão, angústia, insônia, isolamento ou surgimento de comportamentos inadequados (tipo cheirar peido debaixo do cobertor), tudo isso é motivo de preocupação. Especialmente se acontecer com seu inimigo. Sei lá, pode ser que ele, surtado, queira assassiná-lo com a faca Ginso de sua (dele) avó ou com o sabre de luz de seu (dele) sobrinho.

Observe os olhos: se a pupila estiver frequentemente dilatada e o som do Tim Maia seja ouvido com frequência, pode ser cocaína. Se os olhos estiverem vermelhos, cantarolar às vezes "gosto muito de você, leãozinho...", o reggae for o estilo musical preferido e um enorme apetite se manifestar na forma como o sujeito ataca o isopor da sua (sua) caixa de cerveja, deve ser maconha.

É motivo maior de preocupação se os olhos estão vermelhos e uma expressão vazia e apalermada tomar conta de seu (dele) rosto, pois podem ser fruto de noites mal dormidas passadas em frente ao computador. Aí a coisa pode estar feia mesmo, pois seu chegado pode ter criado um blog. E se o olhar, de repente, ficar vidrado e o sujeito não notar nada do que estiver rolando à sua volta, meio catatônico, sinto muito, meu senhor e minha senhora, aí realmente fodeu de vez, pois ele deve estar pensando em algum novo post para divulgar no blog. 

Se fosse um tipo de droga normal, bastaria encaminhar o viciado a uma clínica de reabilitação e comer o cu do traficante (pensando bem, essa última atitude pode não ser uma boa ideia, pois é a sua - sua mesmo - integridade que poderá ir pro saco. E sem malícia, por favor!).

Para que não reste nenhuma dúvida sobre o diagnóstico correto, algumas perguntas precisam ser respondidas.
- Acordou às 5h10min e, em vez de virar para o canto e dormir de novo, voou para o computador? É blog;
- Parou de assistir os programas do Ratinho, Sônia Abraão ou João Cléber? É blog;
- Deixou de tocar "você é luz, é raio, estrela..." no violão que ganhou no bingo? É blog;
- Não quis renovar a assinatura de Caras? É blog, claro; 
- Aumentou o consumo de tequila, cerveja barata (mas boa) ou leite com toddy? Bloguíssimo!

Um blog é uma droga de abordagem quase espiritual, deve ser entendido como se o coitado que o criou tivesse sido abduzido, sugado para dentro do monitor do micro. E nem sempre há remédio para esse mal. 

A única esperança real de cura é se um dia o viciado, olhos fixos na tela, depois de se decepcionar pela milésima vez com a quantidade ínfima de visualizações do último post,  exclamar - "Ainda vou acabar com essa merda!"

Carinhosamente, com o auxílio de dois seguranças de boate parrudões (de terno preto, por favor) e de um taco de basebol bem manejado, diga para ele: - "Não olhe para a luz!"

5 comentários:

  1. Exagerar na tequila, é? Adorei o texto e a faceta descontraída. É realmente tuddoooo isso.
    "J"

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  2. leite com toddy... que vício mais maledeto é esse?

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    Respostas
    1. Pra você ver... Mas nem isso existe mais, depois que a glicose passou de 100. Aí eu cortei também o o açúcar da minha vida. Mudando de assunto, você achou um título genial para este post

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    2. continuando: o título que você usou no Marreta é genial, muito melhor que o burocrático "Poltergeist" que eu usei. Agradelo duplamente: o título e a transcrição.
      Valeu!

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