Conheço algumas senhoras que conseguiram se
reunir 50 anos depois da formatura do antigo curso de "Formação". O
sucesso e a alegria do reencontro fizeram com que criassem um grupo de whatsapp, onde sempre trocam notícias,
fotos de netos e coisas do tipo. Fazem parte desse grupo umas 16
ex-colegas, todas na faixa dos setenta anos, provavelmente todas bem de vida e
(talvez) mal casadas.
Apesar do convívio sempre amistoso, o grupo
foi contaminado pelo quadro político atual, pois grande parte, talvez a maioria,
é defensora de nuestro presidente e,
"por coincidência", até divulgadoras de fake news grotescas.
Não faz muito tempo, quase como se fizessem parte de um movimento orquestrado, ensaiado, voltaram sua atenção para o Festival Lollapalloosa. E tome fotos de
jovens LGBTQIA+ com suas roupas
"inadequadas" e até "obscenas(!)".
Fiquei me perguntando o que esperavam
encontrar em um festival de música ao ar livre: seminaristas de batina?
Evangélicos de Bíblia na mão? Aparentemente, ninguém se lembra da moda dos anos
setenta, das roupas que homens e mulheres usaram indistintamente - calças
pantalona com boca de 30 centímetros, calças "saint tropez" em que a cintura ficava uns 15 centímetros
abaixo do umbigo. Sem falar nas minissaias, que enlouqueciam as mamães e faziam
a alegria dos marmanjos.
E se voltassem um pouco no tempo talvez se
lembrassem também dos festivais que aconteceram pelo mundo quando eram jovens,
ali pelas décadas de 1960 e 1970, com destaque para o de Woodstock ("three days of peace and music"),
ótima música temperada com drogas, cenas de nudez e muita piração. Aparentemente, o avanço da idade muitas vezes traz consigo um aumento do conservadorismo. Deve ser essa a explicação para frases do tipo "no meu tempo...".
Mas a crítica que realmente chamou minha
atenção não foi feita por ninguém desse grupo, mas por uma jovem senhora em um vídeo onde ela usou o Lollapalloosa para criticar a campanha
de incentivo do STE para que os jovens tirassem título de eleitor. Em
quem esses "degenerados" irão votar? Bingo! Provavelmente não será em um
mito.
Lembrei-me dessas coisas ao ler a notícia recente de
que mais de dois milhões de jovens tiraram seu primeiro título de eleitor,
muitos deles incentivados pela cantora Anitta e pelo ator Leonardo Di Caprio.
Mesmo que 2 milhões não seja um número tão expressivo assim, nunca é demais
lembrar que a maioria das pessoas mortas recentemente pela Covid não se vacinou
(provavelmente por sintonia com nuestro
presidente).
E aí, cria-se uma equação indigesta para o
Cavalão: menos votos de idosos a seu favor e mais votos de jovens a favor do
Lula (infelizmente, porque sonhador que sou, minha candidata é a Simone Tebet).
Bem disse alguém que "a juventude é um perigo"!
Ah, e se quiser saber porque uso a expressão "nuestro presidente", a explicação é esta: para mim, o Bozo é uma versão de direita do venezuelano Hugo Chavez - um sujeito que foi eleito e depois cagou na democracia de seu país.
juventude é bom pela saude do corpo
ResponderExcluiro que ferra é a falta de conhecimento/experiencia
pode ser, mas eu trocaria um dos meus dois corações ou um dos meus três braços pela juventude perdida.
Excluirvc não perdeu nada
Excluirvc teve o que todo mundo poderia ter e o que muitos nunca conseguiram: uma juventude inteira.
e depois uma vida mais completa ainda.
sorte sua não conseguir a juventude novamente: seria sua ruína
Você é bem mais novo que eu, mas tem muito mais bom senso!
Excluirraciocinar é fácil. complicado é agir conforme a razão :(
ExcluirSempre!
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