Hoje recebi um
e-mail de meu filho, cujo título era “dá
vontade de chorar”. O e-mail trazia apenas um link de uma notícia sobre a
destruição de obras da civilização assíria em um museu do Iraque. Eu não
consegui ler a notícia, pois fui invadido por uma tristeza profunda, imensa. A tristeza
de quem não suporta mais a intolerância, o obscurantismo, a ignorância, o
fundamentalismo, o desprezo e a repulsa por aquilo que não entendemos, não
valorizamos, não sabemos, não compreendemos. E por isso nos julgamos no direito
de destruir, mutilar, aniquilar, decapitar. E tome destruição de pessoas, de
obras de arte, de vestígios da História.
Quantas caças às
bruxas já aconteceram motivadas pelo obscurantismo e pela intolerância? Quantos
livros, papiros, pergaminhos e pessoas já foram destruídos ao longo do tempo? Sinceramente, não
aguento mais ler esse tipo de notícia. Nessas horas eu me lembro da cena final do
filme de humor (negro) DR. STRANGELOVE OR HOW I LEARNED TO STOP WORRYING AND
LOVE THE BOMB, multiestrelado pelo maluco e genial Peter Sellers.
Nesse filme,
um avião militar americano voa em direção à Rússia para soltar uma bomba
atômica em Moscou, se não me engano. O comandante, um texano que usa chapéu de caubói,
tenta inutilmente abrir o compartimento da bomba com os comandos instalados na
cabine. Como não consegue, vai até lá, faz a abertura manualmente e desce
montado na bomba, como se estivesse sobre um cavalo em um rodeio. E aí começa
um festival de explosões nucleares para lá e para cá. É uma cena muito
engraçada e clássica (já foi parodiada até nos Simpsons). Mas é uma graça com muita melancolia.
Mas é isso, nessas
horas de tristeza imensa, que vejo como solução para a raça humana: uma guerra
nuclear que extinguisse TODA a espécie. Nós não merecemos a inteligência e o
cérebro que a evolução nos concedeu. Nós não merecemos.
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