sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

CULTURA (MUITO) INÚTIL

O Angeli, cartunista genial, criou vários personagens de histórias em quadrinhos (quem não sabe disso?). Para mim, os mais engraçados são dois hippies velhos chamados Wood e Stock. O legal é que a piada já começa com o uso do nome do mais famoso festival de rock do mundo, acontecido em 1969, para nomear os dois malucos.

Recentemente encontrei outro exemplo dessa partição de um nome para designar uma dupla, só que de forma muito mais sutil e refinada, mas nem por isso menos criativa e engraçada.

Eu imagino que todo mundo já tenha ouvido falar do Tico e do Teco (não, não estou falando dos neurônios da Dirma). Esta semana, vendo no Youtube alguns desenhos do Pato Donald feitos durante a Segunda Guerra, fiquei pasmo ao descobrir que o nome original dos esquilos é “Chip and Dale” ou “Chip an' Dale”. Eu já tinha ouvido o nome “Chipendále” ou coisa parecida, relacionado a decoração, móveis, sei lá. Aí, fui pesquisar no Google e achei isto:

Thomas Chippendale foi um marceneiro e designer de móveis britânico, famoso por seu “senso absoluto de linha e proporções”. Em 1754 publicou um livro com seus projetos, intitulado "The Gentleman and cabinet-marker's Director", reeditado e copiado muitas vezes. O estilo criado por ele ficou conhecido por “Chippendale”. Bacana, não? (obrigado, Google!)

Para mim, cultura inútil é tudo de bom, mas o que realmente chama a atenção é o humor sutil na escolha dos nomes citados. Ninguém precisa saber de onde vieram, mas se você tem alguma referência sobre o assunto, a coisa fica muito mais legal. E fico pensando que os desenhistas e roteiristas da Disney divertiam-se muito mais na época quando os desenhos não eram criados só para crianças pequenas ou para vender bonecos e todo tipo de tralhas relacionados a esses personagens. 

6 comentários:

  1. Adoro essas referências nos nomes. Quando não tenho o que fazer, de vez em quando gosto de procurá-las e já encontrei umas bem exóticas. A sensação é muito boa quando você identifica uma dessas. Uma das que mais gostei foi no "Os Crimes da Rua Morgue", do Edgar Alan Poe. Nesse livro (passado na França) eram citados dois médicos, o dr. Alexandre Etienne e o dr. Paul Dumas.

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    1. Muito legal essa "pegadinha". Agora, meu caro Lord, vou deixar uma pergunta para sua análise: morgue em português é sinônimo de necrotério. Como não me lembro de ter lido esse livro, fui olhar a tradução de “morgue” para o inglês e para o francês. Resultado? Morgue e... morgue. Aí fiquei matutando: seria uma brincadeira com as palavras “assassinato” e “morgue”- onde os assassinados vão parar?

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    2. Matou a charada, meu caro Sherlock. Se tiver uma chance, eu recomendo esse livro (é mais um conto). O desfecho é bem surpreendente. Agora, mudando de assunto, a Disney é lógico que era muito melhor antes do que agora, que ficou toda politicamente correta. Mas ela ainda produzia umas coisas bem interessantes há poucos anos. Me lembro de um desenho da década de 90, "Darkwing Duck". O personagem era um super herói atrapalhado, uma mistura de Batman e Donald. As histórias eram boas, mas o que eu mais gosto nele são as referências a seriados antigos, como Agente 86, A Feiticeira e Jeannie é um Gênio. O inimigo dele também tinha um nome interessante: ele era um touro que falava com sotaque russo, então seu nome era Taurus Bulba, uma referência a "touro" mas também ao livro do Gogol "Taras Bulba".

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    3. Meu caro Gabriel, Bem-vindo ao Blogson! Não conheço os personagens citados, pois sou do tempo dos hieróglifos. O que sei é que você deve ter mestrado e doutorado em cultura inútil e merece todo meu respeito por isso. Obrigado pelo comentário.

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    4. Obrigado pelas boas vindas (se bem que eu já visitava ele algumas vezes) e pelos elogios, meu caro Blogson. Você só esqueceu do pós-doutorado (por favor não me rebaixe na frente dos seus amigos).

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    5. Falha nossa! Eu tinha esquecido seus estudos em Harvard (ficou bom assim?).

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