Para
mim, foi outro dia mesmo que eu a vi pela primeira vez. Neste ano de 2015 estamos
comemorando 46 anos do dia em que nos conhecemos. E parece mesmo que foi ontem, tal o
encantamento e amor que sempre senti por essa menina (não importa quanto tempo tenha se passado, ela sempre será a minha menina), a ponto de eu dizer que ela faz parte do meu DNA.
A
maioria das pessoas declara que os filhos são o que há de mais importante em
suas vidas. Há os que dizem que o pai ou a mãe (ou ambos) é que são. No meu
caso, não tem essa. A pessoa mais importante da minha vida é meu Amor. Ela é a
concretização do melhor sonho que eu já tive.
E foi assim que tudo começou: em 1969, fui ao baile de carnaval da Sociedade Mineira dos Engenheiros graças, provavelmente, a um convite arranjado por meu irmão ou por meus primos, que já estudavam engenharia. Eu era um sujeito magro, muito magro, desengonçado e feio. Além de feio, bobo, muito bobo. Pensando bem, à exceção da magreza – convertida depois em obesidade, as outras características só se acentuaram com o passar do tempo.
E foi assim que tudo começou: em 1969, fui ao baile de carnaval da Sociedade Mineira dos Engenheiros graças, provavelmente, a um convite arranjado por meu irmão ou por meus primos, que já estudavam engenharia. Eu era um sujeito magro, muito magro, desengonçado e feio. Além de feio, bobo, muito bobo. Pensando bem, à exceção da magreza – convertida depois em obesidade, as outras características só se acentuaram com o passar do tempo.
Em
Beagá, naquela época, carnaval bom era o de clube. Na avenida, o que rolava
eram os blocos caricatos. Escola de samba nem era considerada. A música
predominante era a marchinha, muito melhor para abraçar a menina enquanto se
davam voltas no salão. Aliás, o povo que brincava nos clubes ficava como uma galáxia
ou nebulosa, girando, girando, enquanto a banda (som ao vivo, por favor!)
cantava “foi bom te ver outra vez, está
fazendo um ano, foi no Carnaval que passou...”
Então,
foi nesse clima, em um dia 15 de fevereiro, que eu vi aquela maravilha de
menina, com os olhos lindíssimos ainda mais acentuados pela maquiagem. Ela
estava vestindo um pareô verde e azul, se não me engano. Havia mais alguém com
o mesmo traje, uma ou duas meninas, mas só fiquei ligado nela, não só pela
beleza incrível, mas por um detalhe meio ridículo: Eu achei que ela tinha
olhado para mim com algum interesse. Na prática, o que tinha chamado sua
atenção era a pinta (nevo) que tenho no rosto, na época coberta de pelos pretos
e muito chamativa (“chamativa” como sinônimo de feia).
Não
me lembro do motivo exato, não sei se ela achou que a pinta era uma cicatriz ou se a achou parecida com a pinta de um sujeito que morava no bairro Calafate, filho de um
coronel ou coisa assim. O fato é que na segunda vez que passou por mim eu já avancei e
coloquei a mão em seu ombro, como era o procedimento carnavalesco. Ela não
recusou e seguimos em frente, cantando e saracoteando pelo salão, até que ela
deu sinal que iria parar.
Mais
outro detalhe ridículo: com meu desconfiômetro do Paraguai e minha total falta
de traquejo, acreditei que ela tinha me chamado para parar. Fui atrás e
continuei ao lado dela. Lembro-me apenas de ter notado um ar de ironia no riso
em suas amigas. Aí começamos a conversar e eu lá, na maior felicidade. Afinal,
eu estava ao lado de uma menina lindíssima, que eu acreditava ter se
interessado por mim. Certamente não era esse o sentimento dela. O fato é que
ficamos o resto da noite juntos, eu grudadão nela, tentando pegar em sua mão e
ela lá, na maior retranca. Pular abraçado, tudo bem, mas mãos dadas nas paradas
para descansar, nem pensar.
Na
segunda noite, estava eu lá, na marcação, doido para rever e me aproximar
daquela maravilha. E ela surgiu, linda como sempre foi, linda como é até hoje.
Começamos a pular juntos, de novo. Quando parávamos eu tentava avançar, tentava ficar de mãos dadas, sinal inequívoco de interesse mútuo
E,
de tanto insistir, aquele sapo esquálido, desnutrido, desajeitado e feio acabou namorando a princesa...
E O SAPO VIROU MEU PRÍNCIPE, AMEI!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirQue bom que gostou, meu Amor!
ExcluirBem bacana o texto. Só tem um problema: cruzamento de sapo com princesa dá ogro :-D
ResponderExcluirIsso foi há muito tempo. Hoje em dia o que acontece é de os filhos gostarem de comida ogra. :-)
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