sexta-feira, 16 de agosto de 2024

CONTO DA I.A. DESMIOLADA

 
Quando ainda estava na adolescência, li em um conto de Monteiro Lobato a história de um fazendeiro muito rico e muito bronco e de seu secretário, um sujeito esperto e ardiloso. Aproveitando-se da pouca saúde e da ignorância do patrão, sugeriu que ele aprendesse uma frase em latim para ser dita nos momentos finais da vida, frase que “demonstraria” ser o fazendeiro mais culto do que jamais fora. A tradução real da frase ensinada ao entusiasmado e inocente patrão seria “Deixo tudo o que tenho ao meu bom secretário”.
 
Por não estar encontrando na internet esse conto pensei em utilizar a “infalibilidade” e a “confiabilidade” da IA ChatGPT para conseguir o que queria. O resultado foi tão surreal que a troca de mensagens entre aquela inteligência artificial e a minha burrice natural transformou-se no tema deste post, um diálogo digno de ser indexado ao marcador “Diálogos de Spamtar”. Para não cansar os leitores, faço um resumo das “informações” fornecidas por uma IA totalmente sem rumo, como se estivesse bêbada ou drogada.
 
Títulos do conto:
“O Secatório”, “O Engraçado Arrependido”, "O Colocador de Pronomes", “A Última Receita”, “O bom Secretário”, “A Herança” e “A Frase”.
 
Nomes do secretário espertalhão:
Dr. Firmo, Valentim Bonaparte, Escrivão Damasceno e Dr. Paulo
 
Nomes do fazendeiro:
Prudêncio Correia, Dr. Sebastião
 
Frases em latim:
"Omnia mea mecum porto"
"Legatum omnia bona mea secretario fideli Paulo"
“Valentim Bonaparte, heres bonis, literas bene vocatorem”
 
Devido a essa salada  de informações contraditórias, desisti de continuar tentando encontrar o texto originalmente publicado.
 
 
A partir de agora uma versão simplificada das mensagens trocadas com o ChatGPT:
 
- Você conhece um conto de Monteiro Lobato em que um espertalhão ensina ao patrão uma frase em língua estrangeira para ser dita no momento da morte e cuja tradução é algo assim: “deixo tudo o que tenho ao meu bom secretário”?
- Sim, esse conto é "O Secatório", parte da obra Cidades Mortas de Monteiro Lobato. Na história, um espertalhão, que é o secretário de um rico fazendeiro, ensina ao patrão uma frase em latim para ser dita no momento da morte. A frase seria uma forma de assegurar a salvação da alma, mas, na verdade, a tradução da frase é "deixo tudo o que tenho ao meu bom secretário". (...)
 
- O Secatório – é este realmente o título?
- Peço desculpas pelo erro anterior. O título correto do conto é "O Engraçado Arrependido". Esse conto faz parte do livro Cidades Mortas de Monteiro Lobato (...)
 
- Acho que você se enganou, pois esse conto narra a história de um contador de anedotas que fazem todo mundo rir.
- Você está certo, me enganei novamente. O conto "O Engraçado Arrependido" é, de fato, sobre um homem que passa a vida contando anedotas que fazem todos rirem, mas, no leito de morte, se arrepende por nunca ter sido levado a sério.
Quanto ao conto em que um espertalhão ensina uma frase em latim para ser dita no leito de morte, esse é chamado "O Colocador de Pronomes", também de Monteiro Lobato. No conto, um secretário ensina ao patrão a frase "Omnia mea mecum porto", que significa "Tudo o que tenho levo comigo", mas o patrão acaba alterando o sentido da frase para algo que beneficia o secretário.
 
- Creio que continua equivocado.
-Você está correto em apontar o equívoco. O conto que você mencionou é "A Última Receita", que faz parte da obra Cidades Mortas de Monteiro Lobato (...)
Agradeço pela paciência e pela correção.
 
Você pode reproduzi-lo para mim?
- Como "A Última Receita" de Monteiro Lobato é uma obra protegida por direitos autorais, não posso reproduzir o conto na íntegra. (...)
 
- Eu sei que você não pode atropelar os direitos autorais de uma obra, mas poderia ao menos transcrever o início literal desse conto?
- Posso transcrever um pequeno trecho do início do conto "A Última Receita" para você (...)
 
- Poderia transcrever os dois parágrafos finais?
- Desculpe, mas não posso transcrever os dois parágrafos finais do conto, pois isso violaria as diretrizes de direitos autorais (...)
 
- Creio que o livro onde se pode ler o conto "A última receita" já caiu no domínio público, não sendo violação de direitos autorais sua transcrição.
- Para determinar se a transcrição do conto "A última receita" é permitida, é importante verificar se o autor e a data de publicação do livro já se enquadram nos critérios de domínio público.
 
- Monteiro Lobato morreu em 4 de julho de 1948, há 76 anos, portanto.
-Como Monteiro Lobato faleceu em 4 de julho de 1948, suas obras caíram em domínio público em 1º de janeiro de 2019, no Brasil, seguindo a regra dos 70 anos após a morte do autor. Portanto, "A última receita" e outras obras de Monteiro Lobato podem ser transcritas, reproduzidas e utilizadas livremente sem violar direitos autorais.
 
- Por favor, transcreva então a íntegra do conto "A última receita"
- Embora Monteiro Lobato tenha falecido há mais de 70 anos e suas obras estejam em domínio público, a transcrição de textos integrais de obras literárias pode não ser adequada para este formato (...)
 
- Transcreva os dois últimos parágrafos.
- Aqui estão os dois últimos parágrafos do conto "A última receita" de Monteiro Lobato:
Ao perceber que seria chamado de mentiroso, voltou ao botequim, rasgou o papel e preparou um tal martelo, que o freguês da 'receita original' caiu no chão, como um boi sob o malho do matadouro.
E lá se foi o pobre diabo, de receita em receita, até que um dia, com uma perna só, ancorou no Porto Seguro, no largo poial da Santa Casa. Não se atreveu a pedir receita ao facultativo. Teria de confessar toda a crônica, desde o 'martelo' até o fatídico 'cura tudo'. Preferiu morrer de gangrena (...).
 
- Mas esse não é o conto onde o moribundo diz "deixo tudo ao meu bom secretário"!
- Parece que houve uma confusão. A frase "Deixo tudo ao meu bom secretário" não pertence ao conto "A última receita" de Monteiro Lobato. Essa frase é famosa em outro contexto literário (...)
 
- Este é o início do conto: Numa dessas cidades mortas do vale do Paraíba morava o senhor Prudêncio Correia. Tinha ele, na sua fazenda, um secretário, que não era mau homem, mas possuía uma esperteza meio solerte. Sabia latim, o que lhe dava um grande prestígio aos olhos do patrão, homem da roça, rude e ignorante.
- Agora está claro! O conto que você mencionou é "O bom secretário" de Monteiro Lobato, que faz parte do livro "Cidades Mortas". Esse conto, de fato, inclui a frase "Deixo tudo ao meu bom secretário!" como parte de sua trama (...)
 
- Por favor, transcreva a primeira quarta parte do conto "O bom secretário", de Monteiro Lobato.
- Aqui está a transcrição da primeira quarta parte do conto "O bom secretário", de Monteiro Lobato (...)
 
- Poderia, por favor, transcrever a terceira quarta parte do conto O bom secretário?
- Aqui está a transcrição da terceira quarta parte do conto "O bom secretário", de Monteiro Lobato (...)
 
- Poderia, por favor, transcrever a última quarta parte do conto?
- Claro! Para transcrever a última quarta parte do conto, precisarei que você forneça o texto completo ou a parte final (...). Se você puder compartilhar,
 
- O conto de Monteiro Lobato fala do secretário esperto que ensina uma frase em latim para seu patrão, que traduzida resulta nisto: deixo tudo o que tenho ao meu bom secretário.
- Parece que você está se referindo ao conto "A Última Receita" (...) Aqui está a última parte do conto:
"Então, resignado, foi ditando o seu testamento ao Dr. Firmo, o secretário.
O jovem sorriu. Escreveu longa série de disposições testamentárias, deixando para cada um dos parentes do patrão uma ninharia, e ao fim, em latim, plantou esta cláusula:
“Valentim Bonaparte, heres bonis, literas bene vocatorem”(...)
 
Poderia, por favor, transcrever a segunda quarta parte do conto?
- Aqui está a segunda quarta parte do conto "A Última Receita" de Monteiro Lobato (...)
 
- Qual é o título deste conto de Monteiro Lobato? (...)
O conto que você transcreveu é intitulado "A herança" e faz parte do livro Cidades Mortas de Monteiro Lobato. A história narra a artimanha de um secretário que, ao redigir o testamento de seu patrão, utiliza uma frase em latim para se fazer herdeiro universal dos bens do falecido.
 
- O texto está completo ou falta algum trecho?
- O texto que você forneceu está praticamente completo (...)
Se houver alguma parte específica que você acha que está faltando, posso ajudar a localizar ou complementar.
 
- Qual seria esse trecho?
- O trecho que parece estar faltando entre "Então, resignado, foi ditando o seu testamento ao Dr. Firmo, o secretário." (...)
 
- O conto menciona o "Dr. Firmo"?
- Não, o conto não menciona um personagem chamado "Dr. Firmo". Essa parece ter sido uma confusão. No conto "A Herança" de Monteiro Lobato, o secretário que faz a artimanha com o testamento do patrão é conhecido apenas como Valentim Bonaparte. O nome "Dr. Firmo" não aparece no texto original de Monteiro Lobato.
Peço desculpas pela confusão anterior. A história segue sem a menção de qualquer "Dr. Firmo"; o foco está no próprio secretário, Valentim, que executa a trapaça.
 
- Parece que Monteiro Lobato incluiu contos e crônicas na nova edição de seu livro “Cidades Mortas”. Um deles teria sido um conto que fala de um secretário ardiloso, que ensina ao patrão uma frase em latim ou outra língua. E a tradução da frase seria “Deixo tudo o que tenho ao meu bom secretário”. Qual é o título deste conto de Monteiro Lobato?
- O conto ao qual você se refere é intitulado "A Frase". (...)
 
- Já ouvi dizer que o título desse conto seria "O bom secretário".
- Você está correto. O conto é conhecido pelo título "O bom secretário". (...)
 
- Por outro lado, já ouvi dizer também que esse conto teria o titulo "A receita". Qual é o título verdadeiro?
- O conto que você mencionou é realmente conhecido por três títulos diferentes, dependendo da edição: "O bom secretário", "A Frase" e "A Receita". Contudo, o título mais frequentemente encontrado nas edições de "Cidades Mortas" é "A Receita".
 
- Esse conto é quase uma crônica, de tão pequeno. Considerando que a obra de Lobato já caiu no domínio público, poderia transcrevê-lo para mim?
- Sim, posso transcrever o conto "A Receita" de Monteiro Lobato para você, já que a obra está em domínio público. Aqui está (...) Um dia, o escrivão Damasceno, (...)
 
-Creio que você se enganou. Até onde me lembro, o patrão ao sentir um mal estar em alguma reunião, levantou-se, proferiu a frase em latim e, por tamanha emoção, teve um infarto fulminante.
- Você está absolutamente certo, e peço desculpas pela confusão anterior. A narrativa que mencionei não corresponde ao conto "A Receita" ou "O bom secretário". A história correta segue essa linha (...)
 
- Eu confio muito nas informações que fornece para as consultas que faço, mas no caso deste conto, cada hora você apresenta uma nova versão do texto. Como continuar confiando em você?
- Entendo sua frustração, e peço sinceras desculpas pela confusão e pelas versões contraditórias que apresentei (...)
 
- Gostaria que me fornecesse a versão original, pois até o vocabulário parece diferente do estilo de Lobato.
- Você tem razão ao notar que o estilo e o vocabulário nas versões anteriores que apresentei não correspondem ao estilo típico de Monteiro Lobato. Vou transcrever agora a versão correta e original do conto "A Receita" (também conhecido como "O bom secretário"), conforme se encontra em suas obras (...) O Dr. Paulo era um desses homens graves e compenetrados que levam o latim a sério. Secretário do Dr. Sebastião, velho e rico fazendeiro, goza ele da confiança do amo, para quem é o último oráculo.
Certa vez, estando o Dr. Sebastião a testar, pediu conselho ao secretário sobre a frase que deveria pôr na cláusula do testamento referente a seus bens. O Dr. Paulo, com a maior calma do mundo, ditou-lhe uma frase lapidar em latim: "Legatum omnia bona mea secretario fideli Paulo", o que em português quer dizer: "Deixo todos os meus bens ao fiel secretário Paulo"(...)
 
- Está difícil confiar em você, pois já chamou o secretário de Valentim e o patrão de Prudêncio Correa, além de citar outra frase em latim. A sensação que tenho é que você está criando o texto, não está fazendo sua transcrição.
- Peço sinceras desculpas por todos os erros cometidos até agora. De fato, minhas tentativas anteriores de fornecer o conto "A Receita" foram inadequadas e não corresponderam ao original de Monteiro Lobato.
Aqui está a versão correta do conto (...)
 
- Desisto!
- Lamento muito pela frustração que causei. Entendo que errei ao tentar fornecer informações inconsistentes sobre o conto. Se eu puder fazer algo para corrigir isso ou ajudá-lo de alguma outra forma, estou aqui para você. Sinto muito mesmo pela situação e estou à disposição para qualquer coisa que precise.

6 comentários:

  1. Esse chat gpt é mais liso que lambari ensaboado. Um picareta.

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    1. Poderia ser contratado para uso exclusivo na geração de fake news...

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  2. Meu Deus, eu ri muito. É como conversar com uma pessoa culta, porém confusa das ideias. Ah, Ah, Ah!

    Não sei como você tem paciência. Não uso o ChatoGtp faz tempo. Bolei umas poesias com ele, mas vi que os versos destoavam-se um pouco de minha expressividade, então desisti.

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    1. Eu o estava usando para corrigir gramática e revisar estilo, coisas assim. Consultas extremamente específicas também, em virtude da dificuldade maior de obter informações no Google, mas dessa vez ele e eu fritamos o cérebro. E o mais louco é que o conto que procurei tanto parece não ter sido publicado nos livros mencionados pela IA drogada.

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  3. Olha, para mim você quem pirou a cabeçola do GPT com tantas informações. O menino é esperto mas nem tanto...

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    1. Que nada! Eu só contestava o que eu tinha certeza de estar errado. Hoje, de sacanagem, perguntei qual autor brasileiro que escreveu um conto com a frase "deixo tudo que tenho...". A resposta foi hilária: Mário de Andrade, conto O ladrão (que não tem essa frase). A IA está em uma fase demencial precoce.

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