74 anos de idade, 10 anos de blog, mais de
300 dezénhos e HQs publicados, 130 diálogos de spamtar, 136 tentativas de fazer
literatice, 340 ótimos textos de outros autores, 149 indicações de músicas que deveriam
ser ouvidas diariamente, muitas idiotices, piadas de quinta série, trocadilhos
infames, arrependimentos, equívocos, julgamentos precipitados e mais uma penca
de outros assuntos que totalizam os 2.958 posts publicados até hoje (2.959 com
este), frutos de uma carência afetiva congênita, vaidade exacerbada, um pouco
de TOC e obsessões cada vez mais descontroladas, obsessivas, obcecadas,
obsessoras, fazendo com que até em sonhos e pesadelos elas se manifestem. E é
assim que este post se inicia.
Como a Vida surgiu na Terra? Esta é a
pergunta do milhão, para a qual já foram criadas mais de sete respostas ou teorias diferentes,
até mesmo a hipótese de ela ter chegado ao planeta pegando “carona nessa cauda
de cometa, ver a via láctea estrada tão bonita, brincar de esconde-esconde numa
nebulosa”.
Tá rindo de quê? Verdade, alguém tentou
terceirizar a criação da Vida para outro lugar fora da Terra. E aí, só pra
incomodar, cabe a pergunta: e como ela surgiu nesse lugar?
Talvez 99% das pessoas nem chegue a passar
perto disso - criacionistas satisfeitos com a fábula bíblica de Adão e Eva ou orgulhosos
darwinistas que creem no processo de seleção natural proposto pelo naturalista
Charles Darwin, em que organismos mais
adaptados têm mais chance de deixar descendentes. Só isso basta? Não, pelo
menos para mim.
Sou darwinistíssimo, mas
falta a peça principal nessa história, o “Nano Bang” (Big Bang é para o
Universo, entendeu?), o instante em que um bando de moléculas vagabundas e
desocupadas transformou-se em nano-organismos, organizados e com
características que servem para classificá-los como seres vivos. Em outras
palavras, faltou um “Fiat Vitae”. E essa obsessão é tão recorrente que às vezes
até chego a sonhar ou “pesadelar” com ela.
Pense bem, da mesma forma que os cientistas
já conseguiram teorizar sobre o que aconteceu até nos milissegundos pós Big Bang - mas ainda sem definir claramente o que rolou antes com a Dona Singularidade,
falta uma pecinha de lego biológico pra fechar um quebra cabeça de 3,8 bilhões
de anos, tempo estimado para o surgimento da Vida na Terra.
E aí é que entra a influência do meu
gene da religiosidade. Lá no início do Blogson eu criei a frase que me define
até hoje: Eu preciso mais de Deus que ele de mim. Mas também já disse que cada
vez mais tenho menos certezas sobre tudo, ou seja, quero ter o pensamento mais
livre possível, de tal forma que se eu estiver errado não terei grilo de rever
conceitos, posturas ou comportamentos.
E essa tentativa de me libertar de
dogmas me faz crer na existência de Deus, não pelos ensinamentos religiosos
que recebi ao longo da vida, mas apenas pelo fato de não ter ainda uma explicação
razoável e plausível para que moléculas complexas de carbono tenham se transformado em nano organismos. Eu acho simpaticíssima a ideia de que talvez em algum
instante as moléculas foram tocadas pelo dedo de Deus enquanto Ele dizia “Faça-se a Vida”. E a
vida se fez.
Não gostou da ideia? Acha que crença não pode se misturar com ciência, né? Preconceito seu, pois como disse no post anterior, a crença se afasta quando a ciência avança. Mas se não há ainda uma hipótese definitiva, o que aconteceu no binário instante em que o zero virou um? Para mim Deus estava ali, acionando o comutador. Ah, finalmente chegaram à conclusão de como isso aconteceu? Para mim está ótimo, pois pelo menos pararei de sonhar com isso. E sabe por quê?
Porque esta é segunda parte
do sonho-pesadelo que tive outro dia, onde me debatia entre a existência ou não
de Deus. Mas já aviso que posso mudar de ideia a qualquer hora, em qualquer
tempo, mesmo sabendo do efeito reconfortante e benéfico de acreditar em alguma energia
transcendental quando o bicho está pegando, pois continuo a ser como já me defini antes, um “Homo Spiritualis”, um cara que precisa mais de Deus que Ele de mim. Fui.
Oi, Jotabê!
ResponderExcluirCabeça de quem escreve é uma coisa de doido, né?! Doido no bom sentido da palavra, porque tudo é pauta para a gente escrever e criar, e o blog é campo fértil pra isso. Achei demais seu texto. Adorei! Sonhos e pesadelos são verdadeiros cenários de roteiro para a nossa criação em cima deles. :)
Abraços.
Olha, She, estou me sentindo como o cara de uma propaganda antiga em que uma mãe reclama do filho, dizendo algo como “essa moça do Bamerindus (ou Nacional)está mimando você demais!” Eu não estou acostumado com overdose de comentários!
ExcluirPrimeiro, parabéns por tudo que já publicou por aqui. Dez anos dá pra escrever muita coisa. Se eu ainda tivesse meu blog original, o primeiro, o "Sala do Pensamento", hoje ele estaria beirando os 20 anos. Quanta bobagem estaria escrito...??
ResponderExcluirFalei muito, mas muito sobre Deus nos primeiros anos na blogosfera. Sou de uma família tradicional evangélica. Comecei a ler a Bíblia aos 10 anos.
E não é que nem Darwin se meteu nesse negócio de achar a origem da vida? Ele só teorizou de como ela se desenvolve.
Fico matutando que alguma coisa nesta realidade tem que ser eterna. Ou o universo ou Deus(mas não o deus das religiões, esses são todos falsos e inexistente).
Pode ser que o universo seja eterno e que ele mesmo de alguma forma produziu a vida. Se foi isso, creio que jamais saberemos como. Será sempre um mistério. E se foi Deus o eterno criador, que legal, acho essa alternativa bem mais bacana e instigante. "E viu Deus que era bom".
Creio que nesse assunto a única coisa que não pode existir é certeza absoluta. Se você é racionalista, pensará de um jeito; se está mais do lado da crença, da fé, do misticismo, será mais fácil para vocêir por esse lado. O que eu tentei dizer é que se não há comprovação científica de algum fenômeno controverso, você poderá responsabilizar Deus por isso. Mas a partir de novas e consistentes descobertas você precisará ajustar seus pensamentos e crenças. Nem todos querem, nem todos conseguem. Eu quero.
ExcluirSou um racionalista emotivo. Não acho que fé e ciência são antagônicos. A ciência pode explicar como quase tudo acontece, mas nunca vai poder dizer do porquê acontece.
ExcluirÉ uma boa reflexão.
ExcluirJotabê, gostei de ler o seu texto. Há tempos não vinha por aqui. Um abraço, Renato
ResponderExcluirObrigado, Renato.
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