segunda-feira, 3 de junho de 2024

GUERRA CIVIL - MIGUEL TORGA

 
A melhor descoberta que fiz recentemente foi não me sentir obrigado a escrever textos líricos, emocionados, divertidos ou "emocionantes", nem ter mais a necessidade de ser engraçado, sedutor, original ou criativo. Livre dessas amarras que eu mesmo criei para mim, estou tranquilo e feliz por publicar o que outras pessoas escreveram ou disseram de forma muito mais elegante do que eu jamais conseguiria. Isso significa que o marcador "Produção Terceirizada" vai inchar muito.
 
Foi no Facebook (alô, CatiahoAlc!) que descobri este poema de um autor de quem nunca tinha ouvido falar. Para dizer a verdade, eu nunca ouvi falar da maioria dos escritores e poetas que existem ou existiram neste mundo de meu Deus.

E o autor é Miguel Torga. Segundo as boas línguas, Adolfo Correia da Rocha, conhecido pelo pseudônimo Miguel Torga, foi (faleceu em 1995) um dos mais extraordinários poetas e escritores portugueses do século XX. 
Lêaí

 
É contra mim que luto
Não tenho outro inimigo.
O que penso
O que sinto
O que digo
E o que faço
É que pede castigo
E desespera a lança no meu braço
 
Absurda aliança
De criança
E de adulto.
O que sou é um insulto
Ao que não sou
E combato esse vulto
Que à traição me invadiu e me ocupou
 
Infeliz com loucura e sem loucura,
Peço à vida outra vida, outra aventura,
Outro incerto destino.
Não me dou por vencido
Nem convencido
E agrido em mim o homem e o menino.

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