Hoje, após a festa de 75 anos da minha mulher – momento que aproveitei para compartilhar com alguns dos presentes a versão musicada criada pela IA Suno para meu texto "Cromo Soma" –, me peguei imerso em pensamentos um pouco incômodos, desconfortáveis.
A experiência de tentar musicar outros textos escritos por mim me levou a refletir sobre a falta de criatividade que às vezes sentimos e a tentação de recorrer a uma inteligência artificial para preenchê-la. Essa prática, embora fascinante à primeira vista, me fez questionar se é moral ou "politicamente correta" (agora eu ferrei!) delegar à tecnologia o papel de criador.
“Ao ponderar sobre o uso da IA, surge a dúvida sobre a autenticidade e a ética dessa escolha. Será que estamos, de alguma forma, traindo nossa própria capacidade de criar ao depender de algoritmos para trazer à tona o que deveria vir de nossa mente e coração? Ou estamos apenas utilizando uma nova ferramenta para expandir nossas possibilidades artísticas?”
O parágrafo anterior é um exemplo disso, pois, por preguiça mental e física, pedi ao ChatGPT que organizasse as ideias que apresentei a ele. Essas questões me deixaram absorto, pensando sobre o equilíbrio entre inovação tecnológica e integridade criativa. E a conclusão é simples para mim: mesmo que já seja possível contar com a parceria de uma IA para suprir uma carência ou deficiência criativa, o resultado será sempre um embuste – mesmo que você faça segredo disso e se alegre com os louvores e elogios recebidos por algo que não fez.
Isso ficou claro para mim ao me irritar com as diversas versões para um mesmo texto criadas pela Suno AI. O texto tinha, em minha mente, uma cadência e um estilo musical que a inteligência artificial nunca soube traduzir, com o agravante de não aceitar edições ou alterações nas opções criadas.
Em outras palavras, uma melodia criada pela Suno AI a partir de um texto seu – ou um texto, crônica, poesia, mensagem filosófica ou fantasia, (sempre apresentado em poucos segundos) após você alimentar o ChatGPT – por mais elaborado e brilhante que seja o resultado, jamais será a expressão do que se entende ser a sua essência.
Ainda bem que o vídeo que fiz sobre isso (que será postado após as 12h) foi feito muitas horas antes de ler este texto, senão poder-se-ia pensar que foi porque li sua postagem aqui. Na verdade, eu deixo claro que foi porque vi o mesmo tema, com característica um pouco parecida, sendo abordado em outro canal, um lugar gigante que pode influenciar muita gente.
ResponderExcluirDeixe-me falar uma coisa prática, porque masturbação mental é o que mais se tem nessa Internet, mas eu prefiro ser prático:
A SUNO já arrecadou mais de 125 milhões de dólares nos oito meses de existência pública. Você querendo ou não, essas I.As vão existir e não lucrar horrores. A diferença será apenas uma: você não querer surfar na onda. Direito todo seu. Isso nem se discute.
Você mesmo deixou claro que a I.A pela I.A não resolve tudo, deixa o texto ruim, deixa a atividade da imagem ou do vídeo longe do que a imaginação queria. Fato. POR ISSO É UMA CRIAÇÃO DO AUTOR HUMANO determinada música, texto, foto ou vídeo, pois é o que humano quem vai decidir se aquilo será aceito e compartilhado por aí, ou se ele rejeitará. Sem os comandos do humano, não se faz muita coisa. Se tem a parte humana, então é considerado dele também.
E ficar se masturbando sobre isso é uma bobagem. Empresas peadas do setor já estão viabilizando acordos para lucrarem em cima. Todos querem se divertir.
Enquanto gente se diverte na festa, cada qual com seu papel correspondente a ela, os que não gostam dessa festa podem continuar em seus cantos, refletindo sobre uma culpa que robôs não sentem, vez que são ferramentas, assim como os robozinhos redondos de hoje que aspiram pó e limpam ao mesmo tempo. Igual a Alexia, programada pra conversar (e só falta mandar a gente ir tomar naquele lugar).
Parece que o nobre amigo é daqueles que irão atribuir sentimentos às máquinas, pois vejo que parece ser essa a pegada do seu raciocínio, na verdade, e não a questão dos direitos autorais em si.
Esses tempos modernos já mostraram para as empresas, que o povo tem parte dos direitos daquilo que criam e compartilham pro aí, mas são elas (as empresas) quem lucram com tudo, você não percebeu isso ainda?
O Youtube paga uma porcentagem irrisória ao pessoal. 90% desse povo que cria conteúdo lá, nunca ganhou uma balinha ice-kiss do YouTube - e isso inclui os monetizados, pois eu já fui monetizado lá um dia e não ganhei nada. Meu conteúdo é todinho meu. Mas quem ganha? O Youtube. E ganha muito!
Assim é com muita coisa em Google, Microsoft e Meta. O povo põe seu conteúdo e eles lucram.
Então, meu caro, nessa festa aí, eu quero ir, tomar todas e incorporar sem medo o querido e talentoso John Travolta nos embalos de sábado à noite.
Espero que isso lhe ajude em seu raciocínio. Não quero que mude de ideia, é apenas algo pra você pensar. Um ponto de vista do meu ângulo.
Hoje inaugurei mais dois canais. Hoje, aniversário do meu finado pai, então tem um significado importantíssimo ter inaugurado os canais hoje. Quero ganhar dinheiro? ÓBVIO. Se vou conseguir, só Deus sabe. Mas uma coisa eu sei: essas empresas já estão ganhando horrores com meu conteúdo.
Então, digo por mim, nenhum drama de consciência, pois escravos não devem ter drama de consciência acerca de quem lhes escraviza. Se eu fizer algo errado em termos de direitos autorais, elas vão me detonar sem dó.
Um grande abraço, querido. Boa semana!
Eu não me incomodo com direitos autorais, o que ficou claro para mim é que a Suno, mais que o ChatGPT, só funciona como diversão, pois as tentativas que fiz até agora não me agradaram tanto, a começar pelo sotaque latino que surge em algumas letras. Outra coisa é a impossibilidade de editar as melodias para que se encaixem bem nos textos. E nada adiantará se eu adaptar os textos para encaixá-los nas melodias, pois elas nunca são reproduzidas. Então, mesmo não tendo capacidade para compor melodias eu penso quefaria diferente. Já o ChatGPT é mais útil, pois corrige gramática, fornece sinônimos, fornece informações sobre algum assunto, etc. Só não funciona na criação de textos em prosa ou em versos. O resultado para mim é sempre um lixão. Além, claro, se ser impossível ser utilizado sem o aviso de que aquilo não foi escrito por você. Acho que ficou claro o que eu quis dizer. É um brinquedo, uma diversão? Sim, é divertido, mas não passa disso para mim
ExcluirAh, sim. Compreendo completamente. Existe uma outra, concorrente, que surgiu até antes, mas eu não conheço ela. Nem lembro como se chama, mas é um nome curto.
ExcluirRealmente, Jotabê, há problemas ali, e ela é para diversão. Eu mesmo, vou passar a usar quando precisar de um jingle pra promover meus ebooks, coisinhas assim.
As i.As de texto também têm problemas. Uma das coisas que me levou a enjoar do blogger foram os vários amigos postando poesias via chatgtp e não falando nada, sabe? Ok. Não precisam falar. Mas comecei a perceber tanto, que sei lá... Eu acho bom que as I.As precisem de intervenção humana. Mas compreendo total o que você colocou.
Oi, Jotabê! Caso se interesse em xeretar (como eu gosto também) descobri a concorrente da Suno. Chama-se UDIO. Pra ir lá é só procurar UDIO.COM. Já aviso que ainda não vi, posi estou me familiarizando com a Suno. Inclusive, descobri canais no YouTube que explicam coisas sobre ela, como mudar a tonalidade de alguma coisa e colocar sua voz na música (ela faz um imitação afinada). Mas dai vc tem que ir garimpando onde tem essas explicações. Se experimentar a UDIO.COM, depois você conta como foi. Vim te falar porque sei que você gosta de descobrir essas coisas de I.A
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